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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

...baile do clube...

No baile do Clube estavam as senhoras mais finas da cidade, professores do Liceu, os militares ostentando os galões que brilhavam na noite, alguns comerciantes da rua Direita, judeus ricos, caixeiros-viajantes que estavam de passagem.
E ela estava muito triste!
- Queres dançar, ou já tens par? Pediu o Jaime da Vila com o ar mais boçal do mundo. A Antónia sentiu-se ofendida. Memórias antigas.
Como se acordasse dum sonho, cheio de pesadelos e tristezas, viu à sua frente o alferes de infantaria, também ainda mais triste. Era tão bonito.
- A Senhora dança?!
- Claro que danço! Disse a Antónia, magoada com o marido, sem pensar, como se soubesse, desde sempre que estava ali para dançar. O alferes apertou-a ligeiramente ao peito. A balsa já não se ouvia, só as mãos se colaram e acho que foi feliz! No ar havia um cheiro a canela vinda das campanhas de África. E não disse nada. A música terminou e o alferes tão perto. Depois teve medo! Pegou no xaile e saiu apressada do salão. Era uma menina. Tinha vinte e poucos anos.
O alferes ainda lhe disse num sussurro:
- Quando a volto a ver?!
- Não sei!
E saiu tremendo para a noite bragançana onde se desenhava um magnífico luar de Janeiro.

In: O MILAGRE DE BRAGANÇA - Fernando Calado
www.o-milagre-de-braganca.webnode.pt

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