É necessário criar uma estratégia com medidas eficazes no combate à pobreza. Esta foi a ideia defendia por Sérgio Aires, presidente da EAPN, Rede Europeia Antipobreza Europa, ontem em Bragança.
O responsável revela que a EAPN está a trabalhar numa estratégia de combate à pobreza que assenta no envolvimento da sociedade e que se adapta à realidade local de cada região do país. “Essa estratégia deve identificar objectivos prioritários, acções prioritárias e um conjunto de mecanismos de avaliação e de seguimento. Paralelamente, esta estratégia tem que ser implementada com a participação o mais profunda quanto possível da sociedade portuguesa. Não adianta, seja qual for o governo, ter muita vontade de combater a pobreza se não se mobiliza a sociedade para isso", frisa o responsável.
A estratégia está praticamente pronta e vai a discussão à Assembleia da República no próximo dia 18 de Maio.
Sérgio Aires frisa que é necessário que o parlamento deixe de aprovar leis que contribuam para a pobreza. “É necessário que, de uma vez por todas, o parlamento deixe de aprovar leis que já sabe à partida que vão aumentar a pobreza. Dou um exemplo muito prático: quando se aumenta a taxa do IVA, temos que medir e avaliar os efeitos que isso terá na economia e no aumento ou redução da pobreza. Não temos mecanismos parlamentares para fazer isso e essa é umas propostas da estratégia”, revela o responsável.
Este foi um dos temas que marcaram o 2º Encontro Distrital de Dirigentes do Terceiro Sector, que decorreu ontem em Bragança e que discutiu os problemas das instituições sociais.
No que diz respeito à pobreza, os dirigentes das instituições mostraram-se preocupados com o assistencialismo, ou seja a necessidade de, em primeiro lugar prestar assistência aos mais carenciados. Uma situação que preocupa Pedro Guerra, coordenador distrital de Bragança da EAPN e director do centro Social Paroquial de Santo Condestável, em Bragança. “O que nós reparamos em todas as instituições é que está a ser um tempo muito difícil mas não é a altura de levantar dados. É a altura de ser bombeiro, de combater no imediato.
Custa-me dizer isto mas, neste momento, estamos a ser assistencialistas, não podemos pensar em mais nada”, constata Pedro Guerra.
As políticas nacionais e europeias em torno do terceiro sector, estiveram em debate ontem em Bragança.
Escrito por Brigantia
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