sexta-feira, 10 de abril de 2015

Trabalhadores têm medo de faltar

Há cada vez mais presentismo no local de trabalho. Este é termo usado quando um trabalhador trabalha mesmo sem condições, para evitar faltar.
Este foi um dos temas abordados no seminário “Gestão do stress e dos riscos psicossociais no trabalho”, que decorreu ontem em Mogadouro. 
A coordenadora desta campanha europeia, em Portugal, Emílio Telo, frisa que as empresas têm proporcionar condições para garantir a estabilidade dos trabalhadores e a própria produtividade da empresa. “O empregador terá que ter preocupações em matéria de segurança e saúde no trabalho, de forma a ter ter maior produtividade, menos absentismo e menos presentismo. 
As pessoas não faltam porque têm medo de perder o emprego, não faltam quando estão doentes para não perder regalias, mas não conseguem produzir o que produzem num dia normal. Tem que haver uma maior preocupação do empregador em relação a essas questões e isso consegue-se com medidas organizacionais”, sublinha a responsável. Emília Telo dá o exemplo de algumas medidas que a entidade empregadora pode adoptar para reduzir o risco de doenças psicosossiais. “Dar funções e tarefas bem definidas aos trabalhadores, não haver contrariedades, haver códigos de ética dentro das organizações, mexer na organização do trabalho, nos turnos, na gestão dos tempos, permitir a consiliação da família com o trabalho e outras questões que, muitas vezes, não custam dinheiro mas são organizacionais. São medidas que vão permitir uma maior motivação e um bem estar dento das organizações, que beneficia também a sociedade”, frisa Emília Telo. 
Neste seminário ficou bem vincada a ideia de que o stresse prolongado, associado a um mau ambiente de trabalho pode ter consequências negativas sérias para a saúde dos trabalhadores. A responsável pela campanha acrescenta ainda que este tipo de problemas pode contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho. “Quando acontece um acidente de trabalho consegue-se determinar a causa mas nunca se fala nas doenças profissionais”, constata. 
O seminário promovido pela Autoridade para as Condições do Trabalho, reuniu dezenas de pessoas na Casa da Cultura de Mogadouro em torno da gestão do stress, o segundo problema de saúde, relacionado com o trabalho, mais reportado na Europa. 

Escrito por Brigantia

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