Em suma, esta antologia serve sobretudo para nos regozijarmos com Fui Silencio a reunião destas vozes.
Que, em conjunto, elas possam contrariar a história que caracterizou as vidas de tantas das mulheres transmontanas, essa que Fracisco Niebro traduz nos seguintes versos: “ – não precisavam as mulheres de aprender a ler,/ pois os livros não tiravam a fome, não ganhavam/ jeira, nem levavam irmãos mais novos às/ cavalitas; (…) / – escola era aprender a cavar, a lavrar, a mondar,/ a ceifar, a cozer pão, a fiar, a fazer meia, ir em/ busca de lenha pelo monte...” A referência a Amadeu Ferreira (1950-2015), aqui sob o pseudónimo de Fracisco Niebro, torna-se imperiosa, pois foi ele quem, num primeiro momento, mais desejou esta antologia.
Também uma palavra de especial carinho a Graça Morais que prontamente cedeu uma imagem para a capa – a representação de uma mulher – que, e parafraseando a artista, bem pode ser a figuração de uma árvore forte, cheia de raízes e dotada de uma grande energia.
Que o grande silêncio de que fala o título desta antologia se transforme em amplo som – reverberação das vozes que aqui vos apresentamos.
Hercília Agarez e Isabel Alves, da Introdução
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