Pedro Marques recusou-se a entrar em polémicas sobre a construção do túnel do Marão, preferindo evidenciar as vantagens da infraestrutura para a região de Trás-os-Montes.
O ministro das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Marques, recusou-se nesta terça-feira a entrar em polémicas sobre a construção do túnel do Marão, preferindo evidenciar as vantagens da infraestrutura para a região de Trás-os-Montes. “Mais do que polémicas sobre custos e modelos que se alteraram, o que é mais importante é que a obra está muito perto da conclusão e de entrar ao serviço dos cidadãos portugueses”, frisou aos jornalistas, após a visita que hoje realizou às obras na A4 que ainda decorrem entre Amarante e Vila Real. Para o ministro, “as infraestruturas em obras como esta não dividem os portugueses de certeza absoluta”.
“Esta é uma obra muito importante para a coesão do nosso país”, insistiu. Pedro Marques admitiu, por outro lado, ser para si “simbólico e satisfatório” ter feito parte do Governo que lançou a obra e poder hoje efetuar a sua primeira visita a uma obra enquanto ministro da tutela.
Acompanhado do secretário de Estado das Infraestruturas, responsáveis da Infraestruturas de Portugal e de autarcas da região, o ministro percorreu hoje de autocarro as três empreitadas que decorrem na A4, ligando a Amarante a Vila Real, incluindo o túnel de 5,6 quilómetros que atravessa a serra do Marão. No final, Pedro Marques disse aos jornalistas ter visto “uma obra de engenharia tecnicamente impressionante, que bateu vários recordes nacionais e até ibéricos em termos de várias das suas componentes técnicas”. Para o ministro, “é uma obra importantíssima para desencravar o interior do país”.
“Toda a gente que é da região de Trás-os-Montes percebe bem a importância de concluir o túnel do Marão, para realmente favorecer a acessibilidade das pessoas, das mercadorias que são produzidas no interior, ao litoral do país, aos portos portugueses e, desde logo, reforçar a capacidade económica e exportadora desta região”, declarou. Pedro Marques destacou, por outro lado, o facto de estar a ser montado no túnel “um sistema muito sólido de monitorização com vista à segurança da obra”, ao mesmo tempo que elogiava a empresa pública Infraestruturas de Portugal e os empreiteiros por não terem ocorrido quaisquer acidentes graves.
Segundo informações avançadas hoje pela Infraestruturas de Portugal, a obra deverá estar pronta no final de fevereiro, altura em que entrará em testes de segurança, prevendo-se a sua abertura à circulação no dia 31 de março, cumprindo-se o prazo previsto. A obra decorre há 450 dias e no seu pico chegou a movimentar, no total das três empreitadas, cerca de 1.300 pessoas que trabalharam meio milhão de horas. Na construção do túnel, onde chegaram a estar 120 mineiros, foram usadas 800 toneladas de explosivos e realizadas mil explosões controladas.
O túnel respeita as mais recentes exigências de segurança, disponibilizando 13 galerias transversais, separadas entre si por 400 metros, e reúne outros equipamentos, destacando-se 110 câmaras que monitorizam o interior da infraestrutura, que é a mais extensa da Península Ibérica. Os dois maiores viadutos têm 900 e 1.000 metros de extensão e uma altura de cerca de 80 metros e foram construídos do lado de Amarante, o mais íngreme.
No total das três empreitadas, realizadas por 90 empresas, foram investidos 150 milhões de euros, 88 milhões dos quais no túnel. A obra vai disponibilizar 26 quilómetros de autoestrada, assegurando a ligação do Porto a Bragança.
OCTÁVIO PASSOS/LUSA
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