O grupo de Bilderberger

Os textos sobre o Grupo de Bilderberg são em número amplo. Um conjunto que se espraia por décadas e sempre no mesmo sentido.
          OPINIÃO
Hélio Bernardo Lopes
E, não oferecendo dúvidas a existência do referido grupo, a verdade é que o tema está longe de ser o mais badalado nos domínios abarcados pela literatura sobre o secreto, ou sobre as grandes negociatas económicas e financeiras. Basta recordar, por exemplo, as obras de Dan Brown, Eric Frattini, José Rodrigues dos Santos ou Luís Miguel Rocha, este, infelizmente, já fora da nossa companhia. 

Mesmo os textos contestadores do rumo económico do mundo, como os de Santiago Becerra, Joseph Stieglitz, Paul Ktrugman, Francisco Louçã, Antonio Baños Boncompain e muitos outros, raramente abordam o papel do tal Grupo de Bilderberg. É um tema que, no domínio das publicações, fica a anos-luz dos casos da CIA ou do KGB, por exemplo. Deixo ao leitor o encargo de lucubrar sobre as razões desta discrepância, embora possa vir eu a escrever um pouco sobre tal realidade, mas numa outra ocasião.

O que é verdade é que o Grupo de Bilderberg existe mesmo. E reúne sempre concidadãos do mundo ligados às áreas do poder, da economia e da finança. Havendo domínios muito mais fundamentais – religioso, político, cultural, etc. –, não deixa de ser razoável admitir que a razão de ser do grupo se liga, primacialmente, ao primeiro grupo de temas: poder, economia e finanças.

Como já se percebeu agora, a democracia está hoje reduzida a nada. Tem apenas que tentar manter-se, dada que a sua existência confere uma aparência de legitimidade ao exercício do poder: muita gente, fruto do clubismo gerado nas eleições, continua a acreditar que o voto dá garantias na escolha política. Ora, os argumentos usados para justificar tudo quanto a tem vindo a reduzir a nada são sempre de caráter económico e financeiro, potenciados hoje pelo fenómeno da globalização.

Acontece que esta se tem consolidado ao redor da ideia da livre circulação de capitais, mas não de pessoas. Àqueles e às operações que os envolvem justifica-se a naturalidade de baixar os custos de produção, ligados, entre outros fatores, à minimização do emprego e à baixa salarial. E o que se vai podendo ver é que a classe política, supostamente eleita por via democrática, é quem aplica tais regras, em vez de defender as condições essenciais a uma vida digna.

Por outro lado, ninguém assume a iniciativa de pedir um fim internacional para os paraísos fiscais, nem o de chamar a atenção para as consequências do crescimento da automação e da robótica. A própria grande comunicação social, em boa medida já hoje dominada pelos grandes interesses económicos e financeiros, também nunca aborda estas perigosas realidades. Apesar das mesmas mostrarem um movimento acelerado.

Um dado é certo: o presente caminho terá de terminar numa ditadura mundial. E é aqui que se inscreve a guerra religiosa dos nossos dias, dado que o funcionamento das sociedades tem sempre de suportar-se num aconchego de esperança que só pode situar-se para lá da razão. Portanto, a tal ditadura hoje em construção só pode revestir duas formas: ou meramente económica, o que conduzirá a uma guerra em larga escala; ou de suporte religioso último, que permitirá recriar uma fantasia de esperança.

Pois, o Grupo de Bilderberg inscreve-se, no momento que passa, no primeiro estádio, embora tenha já no seu seio um bom grupo de personalidades ligadas ao ambiente económico e financeiro católico. E também outros, de raiz protestante. Também judeus e, porventura, um ou outro do ambiente islâmico. E só um tolo poderia imaginar que tais encontros se destinam a operar meros bate-papos.

Por fim, esta evidência: quem faz parte do Grupo de Bilderberg, naturalmente, nunca poderá dizer que o seu objetivo é o de há muito percebido. Invariavelmente, far-se-á de parvo, assim como se nunca se tivesse apercebido do que quer que seja. O problema é que a explicação desta realidade faz-se por si mesma, porque tudo está à vista. É, no fundo, aquela realidade referida por Russell Ackof: conhecemos as respostas, todas as respostas, o que desconhecemos são as questões.

in:noticiasdonordeste.pt

Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas já está aberto

O Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas (PENJE) é um programa promovido pela Fundação da Juventude, para Jovens estudantes a frequentar o penúltimo ou último ano do ensino superior em todas as áreas académicas. A Fundação da Juventude e os restantes co-promotores IEFP –Instituto do Emprego e Formação Profissional, IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude e a Companhia de Seguros Tranquilidade, lançam a 24ª edição do PEJENE, no ano de 2016.

O PEJENE promove uma relação directa entre a Escola e a Empresa ou Entidade de Acolhimento, através do desenvolvimento de Projectos conjuntos de formação em local de trabalho, ainda durante o período de estudo dos jovens.

Através deste Programa, os jovens serão colocados em entidades de acolhimento no período de 2 a 3 meses, devendo decorrer entre julho e setembro de 2016, dando-se preferência aos estágios com duração de 3 meses. 

Para além da experiência proporcionada, os estagiários podem ainda contar com os subsídios de alimentação e de transporte, assim como um Seguro de Acidentes Pessoais. 

As candidaturas ao PEGENE 2016 são feitas directamente no sítio do Programa, em http://ms.fjuventude.pt/pejene2016/,  sendo que as candidaturas para empresas ou entidades de acolhimento interessadas em receber estagiários, decorre até 8 de Abril e para os jovens estudantes que se pretendam candidatar decorre a partir de 12 de Abril. 

O PEJENE enquadra-se num dos vetores estratégicos de atuação da Fundação da Juventude - Emprego e Empreendedorismo – sendo um forte contributo para ultrapassar o obstáculo da falta de experiência e de Curricula dos jovens alunos e da pouca preparação para o mundo do trabalho. Este programa tem vindo a responder, desde 1993, às necessidades dos jovens que se encontram a finalizar o ensino superior, permitindo desempenhar tarefas de caráter profissional, e aumentar os seus conhecimentos em ambiente real de trabalho. 

Na última edição do programa PEJENE a taxa de empregabilidade foi de 15%, a qual se traduz em contratos de full-time ou part-time, estágio profissional e/ou prestação de serviços após a realização do estágio. Estes resultados assumem-se como bastante significativos, tendo em conta a conjuntura atual, em que existe uma grande dificuldade de empregabilidade por parte de jovens diplomados. 

Para mais informações complementares, deverão os interessados contactar , a Fundação da Juventude através do Tel: 223 393 530 ou do endereço eletrónico pejene@fjuventude.pt.

in:noticiasdonordeste.pt

Festival de Teatro de Alfândega da Fé regressa em março

O teatro regressa à Casa da Cultura Mestre José Rodrigues durante os dois primeiros fins de semana do mês de março com a terceira edição do Festival de Teatro de Alfândega da Fé. A iniciativa arranca no dia 6 com a exibição da peça "Robertices".

Uma adaptação da obra da escritora Luísa Dacosta pela companhia de teatro Filandorra e que conta também com a participação do grupo de Teatro de Alfândega da Fé. Trata-se de uma peça inter-gercional, para assistir em família, na qual os tradicionais Robertos assumem papel de destaque. O grupo Thíasos, do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, traz, a 13 de março, a comédia “ As Rãs” de Aristófanes.

Uma peça cheia de humor, de sátira e crítica na qual o espetador é conduzido a acompanhar o deus do teatro e das artes, Dioniso, e o seu escravo, Xântias, até ao submundo numa viagem repleta de percalços e enganos, procurando aquele que considera o melhor dos trágicos, Eurípides, para o trazer de volta ao mundo dos vivos. É o Teatro de Tema Clássico a regressar ao Festival de Alfândega da Fé. O evento tem entrada gratuita e as peças são exibidas às 15h30m. 

Recorde-se que o Festival de Teatro de Alfândega da Fé começou a desenhar-se em 2014, ano em que conheceu a primeira edição. Um Festival que a autarquia quer ver crescer e afirmar-se enquanto promotor desta forma de expressão artística, potenciando e dando a conhecer o trabalho desenvolvido pelo TAFÉ -grupo de Teatro de Alfândega da Fé-, possibilitando a troca de experiências com outras companhias, ao mesmo tempo que se promove a dinamização cultural do concelho. 

NI-Sónia Lavrador

Orçamento Participativo de Bragança terá um reforço de 10,41% da verba disponível

A segunda edição do Orçamento Participativo (OP), que será implementado em 2017, terá um reforço de 10,41% da verba disponível, passando de 240 mil euros para 265 mil euros, refere a autarquia em comunicado de imprensa. Assim, o OP Geral terá uma verba afecta de 215.000,00 euros, mais 15 mil euros do que o anterior , para concretizar projectos de valor igual ou inferior a 43.000,00 euros.

Já para o OP Jovem, os cidadãos até 35 anos poderão apresentar propostas até 50.000,00 euros , mais 10 000 euros do que o anterior, para concretizar Projectos de valor igual ou inferior a 12.500,00 euros. Para além do reforço da dotação disponível para este importante instrumento de participação cívica, a grande novidade do OP para 2017 é a existência de duas fases para votação.

Na primeira fase da votação, cada cidadão vota em nove projectos, escolhendo o projecto considerado mais importante em cada uma das nove áreas: Ambiente, Águas, Saneamento e Energia; Educação, Cultura e Acção Social; Desporto e Juventude; Equipamentos (melhoria ou reparação de equipamentos culturais, sociais, desportivos, entre outros); Espaços Públicos (jardins, parques, praças, entre outros); Património (material e imaterial); Segurança e protecção civil; Trânsito, mobilidade e acessibilidades; Turismo, comércio e promoção económica, em que as propostas podem ser apresentadas.

Esta fase selecciona 27 projectos, correspondentes aos três projectos mais votados em cada uma das áreas. 

Na segunda fase, cada cidadão escolhe um projecto, entre os 27 apurados na primeira fase. A votação nos Projectos validados pelos serviços municipais decorre por via electrónica no portal de participação do Município de Bragança, acessível em http://participar.cm-braganca.pt/.

As Inscrições no Orçamento Participativo iniciam-se a de 28 de março e terminam a 29 de setembro, podendo ser efectuada no portal criado para o efeito pelo município de Bragança. no portal http://participar.cm-braganca.pt ; A Apresentação de propostas poderá ser feita entre 04 de abril e 04 junho, a que se seguirá uma análise técnica pelos serviços municipais entre 05 a 24 de junho. 

Para o período de reclamações estabeleceu-se o prazo que vai de 01 a 08 de julho e a decisão sobre as reclamações entre 11 a 15 de julho. 

A nível de datas há ainda a referir que a 1ª Fase de Votação dos Projectos verificar-se-á entre 20 de julho e 10 de setembro; a 2ª Fase de Votação dos Projectos entre 11 e 30 de Setembro e em outubro será realizada a apresentação pública dos Projectos vencedores . 

“Com esta iniciativa, o Executivo Municipal pretende consolidar a estratégia de tornar Bragança num território mais participativo, inteligente e dinâmico, através do crescente envolvimento dos cidadãos na participação da vida pública”, refere a mesma nota de imprensa.

NI-Município de Bragança

PCP reclama medidas do Governo para segurança no Cachão, em Mirandela

A direção regional de Bragança do PCP (DORBA) reclamou hoje medidas do Governo para garantir a segurança no Cachão, em Mirandela, onde deflagrou, no domingo, um incêndio em dois armazéns de plástico prensado.

Os comunistas lamentam, em comunicado, que tenha ocorrido "mais um incêndio de grandes proporções" no antigo complexo agroindustrial e lembram que desde 2012 têm "alertado para os riscos ambientais, de saúde pública e catástrofes que a atividade de armazenamento de lixo reciclável (metais, papel e plásticos) potencia, ao coabitarem com outras unidades produtivas, nomeadamente, extração de mel, congelação de castanha, queijaria, lavandaria de lãs".

O PCP anunciou que vai voltar, através do Grupo Parlamentar, na Assembleia da República, a questionar o Governo sobre "que medidas vai tomar para garantir a segurança das populações e salvaguardar os problemas ambientais e de saúde pública".

A DORBA "considera incompreensível e inaceitável que "nada tenho sido feito para evitar mais esta catástrofe", depois do primeiro incêndio, em setembro de 2013.

A organização liderada por Filipe Costa refere ainda que o Ministério do Ambiente teve "conhecimento do conjunto de irregularidades em que esta empresa persiste", apontando "falta de licenciamento para a gestão de resíduos não perigosos e armazenamento ilegal de plásticos".

O ministério chegou mesmo, segundo ainda o partido, a comunicar à empresa "a remoção imediata dos referidos resíduos".

"Consideramos que este é o resultado das políticas erradas de sucessivos governos e da conivência das autarquias de Vila Flor e Mirandela porque permitem que a empresa desenvolva ilegalmente a sua atividade e persistem em não pensar no complexo como um fator de desenvolvimento da região e criação de emprego", lê-se no comunicado.

A DORBA reclama ainda "uma nova política para o Complexo Agro - Industrial do Cachão que inverta o rumo de intensa degradação e vise a recuperação da sua missão enquanto entreposto de recolha, transformação e escoamento dos produtos da região".

As autoridades desconfiam de fogo posto e o caso está a ser investigado criminalmente.

Este é o segundo incêndio que em pouco mais de dois anos atinge os armazéns da mesma empresa, a Mirapapel, "só naquele material e sempre no mesmo local", como disse anteriormente à Lusa o administrador do Cachão, António Morgado.

O alerta foi dado por volta das 19:00 e três horas depois as chamas estavam dominadas, mas os bombeiros vão permanecer no local durante alguns dias para o rescaldo.

O antigo Complexo Agroindustrial do Cachão (CAICA) recebeu o nome da aldeia onde está instalado, em Mirandela, e foi durante largos anos o principal empregador da região, mas acabou por falir.

Em 1993, as Câmaras de Mirandela e Vila Flor assumiram a administração do antigo complexo agora denominado AIN - Agroindustrial do Nordeste.

A AIN arrenda ou vende os espaços e quem licencia as atividades económicas são as respetivas entidades oficiais.

Atualmente estão instaladas no local cerca de uma dezena de empresas com mais de cem postos de trabalho, que chegam aos 250 em atividades sazonais, segundo a administração.

HFI // MSP
Lusa/fim

PINCELADAS - Exposição de Pintura

É já no próximo dia 6 de Março que a exposição "Pinceladas", da pintora Maria Antónia Sousa inaugura no Auditório Municipal de Freixo de Espada à Cinta. A exposição de quadros da artista, que expõe pela quarta vez em Freixo, estará patente no Auditório Municipal até ao dia 7 de Abril. O evento tem hora marcada para as 14:00 h e a entrada é livre.

Alguns dados biográficos da autora:

Maria Antónia A.P. Sousa nasceu em Cristelo – Paredes em1945 e reside atualmente em Valongo. 

Viveu durante 20 anos entre Portugal e o continente Africano, tendo um carinho especial por Moçambique.

Exerceu contabilidade na área comercial, mas atualmente dedica-se apenas à pintura.

Frequentou vários cursos de pintura e artes decorativas em Moçambique e Africa do Sul, tendo sido lá realizadas as primeiras exposições. Em Portugal realizou também várias exposições individuais e coletivas. 

Algumas Exposições Realizadas :

Várias, em países africanos
(Moçambique,Guiné-Bissau )
Biblioteca Municipal de Penafiel
Hospital Padre Américo – Penafiel
Biblioteca Municipal de Lousada
Fórum Municipal de Valongo 
Centro Cultural de Alfena
Galeria Perlim-pimpim ( Aveiro )
Auditório Municipal Freixo de Espada á Cinta
Fundação “A Lord”

Municípios de Freixo de Espada à Cinta e Salamanca cada vez mais próximos

Os Municípios de Freixo de Espada à Cinta e de Salamanca estão cada vez mais próximos e apostam em estratégias de desenvolvimento dos territórios dos dois lados da fronteira.
A Feira Transfronteiriça Arribas do Douro e Águeda, que começou este fim-de-semana em Freixo de Espada à Cinta e que continua no próximo é exemplo das iniciativas que o município tem vindo a desenvolver para atrair cada vez mais turistas espanhóis àquela que é considerada a vila mais manuelina de Portugal. 
A autarca, Maria do Céu Quintas, não tem dúvidas de que esta feira, que vai já na décima sexta edição, associada às amendoeiras em flor, “está cada vez melhor”, não só pelos turistas que se deslocam à vila mas também pela “presença de mais expositores freixenistas e espanhóis”. 
Também a vice-presidente da Diputación de Salamanca, Chabella de la Torre, acredita que o desenvolvimento destas regiões fronteiriças passa por uma “estratégia conjunta de promoção do território”.
No ar, fica a possibilidade de realizar, já no próximo ano, um certame transfronteiriço que promova um dos ex-líbris das arribas do Douro: o vinho. Enquanto isso, a feira transfronteiriça das amendoeiras em flor, atrai cada vez mais espanhóis, não só turistas mas também comerciantes e artesãos para quem o certame é uma referência. 
Já em Freixo de Espada à Cinta têm surgido novos empresários em diversas áreas mas a aposta passa também por divulgar as tradições da vila, destacando-se os ofícios relacionados com a produção de seda e os doces tradicionais. 
Aos 82 anos, Maria Emília não quis perder a Feira Transfronteiriça, à semelhança dos anos anteriores. Conhecida como Dona Mariazinha, veio há mais de 50 anos do Porto para Freixo de Espada à Cinta, altura em que decidiu dar continuidade à tradição doceira freixenista, à base de amêndoa, ovos e açúcar, que corria o risco de se perder. ”Faço questão de fazer estes doces só com amêndoa de Freixo e de forma tradicional”. 
A Festa das Amendoeiras em Flor, que em Freixo de Espada à Cinta é transfronteiriça, continua no próximo fim-de-semana. 

Escrito por Brigantia

Autoridades desconfiam de fogo posto no Cachão, Mirandela

O administrador do Cachão, António Morgado, afirmou hoje à Lusa que as autoridades suspeitam de fogo posto no incêndio que deflagrou, no domingo, em dois armazéns de plástico prensado deste complexo industrial do distrito de Bragança.

Este é o segundo incêndio que em pouco mais de dois anos atinge os armazéns da mesma empresa, a Mirapapel, "só naquele material e sempre no mesmo local", sublinhou o administrador, adiantando que a GNR esteve no local, o caso foi entregue ao Ministério Público e será investigado pela Polícia Judiciária.

O administrador do complexo salientou que desta vez o fogo "foi mais pequeno" que o primeiro e não chegou a atingir outros edifícios contíguos onde estava armazenado mais material do género, mas haverá trabalho para "dois ou três dias" para os bombeiros.

O fogo deflagrou não só nos dois armazéns, mas também no outro que já tinha ardido, em setembro de 2013, e que funcionários que ainda se encontravam no local conseguiram apagar, de acordo com o administrador do complexo que alberga cerca de uma dezena de empresas e emprega permanentemente mais de uma centena de pessoas, chegando às 250 em trabalhos sazonais.

O alerta foi dado por volta das 19:00 de domingo e o fogo controlado três horas depois, ficando confinado aos dois armazéns, embora continue a arder e o trabalho de rescaldo será "prolongado", mobilizando às 10:30 de hoje 29 viaturas e 71 operações, segundo informação fornecida à Lusa pelo Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS).

O antigo Complexo Agroindustrial do Cachão (CAICA) recebeu o nome da aldeia onde está instalado, em Mirandela, e foi durante largos anos o principal empregador da região, mas acabou por falir.

Em 1993, as Câmaras de Mirandela e Vila Flor assumiram a administração do antigo complexo agora denominado AIN - Agro Industrial do Nordeste.

A AIN arrenda ou vende os espaços e quem licencia as atividades económicas são as respetivas entidades oficiais.

No caso dos armazéns afetados pela incêndio deste domingo são propriedade privada da empresa, pelo que a administração do complexo não tem poder para qualquer intervenção, como explicou.

Já no caso do primeiro armazém que ardeu, há mais de dois anos, era um espaço arrendado e as autarquias donas do complexo estão a tentar arranjar uma solução para os resíduos queimados que se mantém no local.

O presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, explicou à Lusa que notificaram o proprietário para proceder à remoção, mas como nada foi feito, "as autarquias têm de se substituir à entidade responsável e depois haverá meios de cobrança coerciva".

O problema, continuou, é que aquele material queimado "não é fácil de depositar, é material que ninguém quer" e a única possibilidade parece ser a incineração.

"Estamos a tentar negociar, mas aqui na zona não há solução", afirmou, acrescentando outra dificuldade: a dos custos elevados.

"Em média custa 80 euros por tonelada e estão lá mais de mil toneladas", concretizou.

A Lusa tentou contactar o proprietário da empresa Mirapapel, mas sem sucesso.

Agência Lusa

Vinho e bacelo deram o mote a feira de produtos da terra em Fradizela

O vinho e o bacelo deram o mote à freguesia de Fradizela, no concelho de Mirandela, para escoar produtos da terra  este Domingo.  A aldeia é conhecida pela produção de vinho e pelos viveiros de bacelo, ou seja a vara cortada da videira para plantar. Produtos que deram o nome à feira anual de promoção dos produtos locais que se realizou pela segunda vez. 
O presidente do Município de Mirandela, António Branco, recorda que “a autarquia tem vindo a promover este tipo de feiras nas freguesia do concelho, de forma a divulgar os produtos locais e incentivar o surgimento de novos produtores”.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Fradizela, José Sousa, não tem dúvidas de que esta feira é uma aposta ganha, pelo dinamismo que tem criado junto da população da freguesia. “É para continuar, enquanto pudermos”, referiu.Além do vinho, nesta aldeia são também muitos os que produzem azeite. 
A maioria dos produtores escoam a produção através de cooperativas, sendo que, grande parte, entrega o vinho e o azeite em Valpaços. Luís Palas era um desses produtores mas, recentemente decidiu apostar na sua própria marca e abandonou a cooperativa. “As coisas não estavam a ser feitas como queríamos e decidimos lançar a nossa própria marca no mercado. 
Além do vinho, temos também azeite e mel”, contou o produtor à Brigantia. A segunda edição da Feira do Vinho e do Bacelo realizou-se ontem em Fradizela, no concelho de Mirandela. 

Escrito por Brigantia

Torre de Moncorvo // Idosos queixam-se que efluente da ETAR lhe destruiu quinta porque encharca os terrenos

Um casal de idosos anda há mais de 10 anos em guerra aberta com a Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, que entretanto se fundiu com outros sistemas municipais para criar a Águas do Norte, e a Agência Portuguesa do Ambiente por causa do efluente da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Torre de Moncorvo (ETAR) que segundo Emília Santos e Luciano Cruz lhe tem destruído uma quinta naquela vila.
Também os vizinhos da quinta do lado se queixam dos mesmos problemas. As águas residuais da ETAR aumentaram o causal de uma ribeira, que agora transborda por vários pontos e encharca os campos a jusante.  Seja inverno ou verão há sempre água. "Tiro a água de um lado mas depois aparece noutro. A quinta tinha antigamente uma linha de água, agora tem três. Está tudo estragado, eu nem durmo a pensar nisto", conta Luciano.  Os dois casais avançaram com ações conjuntas para tribunal.
Emília e Luciano, antigos emigrantes em França, são proprietários da quinta da Água d'Alta, na Estrada do Rego da Barca, há 38 anos. Os outrora verdejantes e produtivos campos de olival estão transformados num charco. "O coração da quinta, que era esta canada, está morto", lamenta Luciano, que está a menos de um mês de completar 88 anos. Até à data conta 97 oliveiras que secaram,  outras estão afetadas, o mesmo sucedeu às figueiras, de nove restam três. Onde chegaram a colher seis mil quilogramas de azeitona agora pouco colhem. Na horta onde plantavam legumes deixaram de o fazer porque na maior parte do terrenos não é possível trabalhar pois pessoas e máquinas ficam enterradas. A terra parece um pantanal. Tem trabalhado incansavelmente para escoar a água por um rego improvisado, também para poderem construírem uma passagem de cimento na estrada de acesso à residência, mas os esforços são infrutíferos porque a água está por todo o lado. "Colhíamos aqui tudo, mas agora já não. Nem apanhamos a azeitona de algumas oliveiras porque não se podia entrar na terra com tanta água", afirma Maria Emília.
A ETAR foi construída pela câmara, no entanto desde 2003 que passou a ser responsabilidade da ATMAD, através de  contrato celebrado com a autarquia com vista à cedência de infraestruturas.
Em 2004, os lesados expuseram o problema ao anterior presidente da câmara, Aires Ferreira, com o objetivo de pedir ajuda para o resolver. O ex-autarca, entretanto falecido, mandou fazer um levantamento dos prejuízos, que em agosto de 2009 enviou para ATMAD. Nada foi feito.   
Os dois casais avançaram, então, com uma medida cautelar (sob a forma de ação popular administrativa) contra a Águas de Trás os Montes e Alto Douro e Agência Portuguesa do Ambiente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela (TAF). Dá-se conta que as descargas de água feita na ETAR desde Julho de 2004 vem causando estragos avultados nos terrenos cultivados pelos quatro requerentes, nas árvores, em virtude de não estarem devidamente confinadas à conduta para onde são lançadas, transbordado para os ditos terrenos, causando um impacto fortemente negativo.
As águas residuais deviam ser lançadas na Ribeira dos Chibos sem transbordar para os prédios e sem implicar infiltrações naqueles terrenos, mas como transbordam correm ao lado. "Causando a morte de oliveiras e figueiras por fito-toxidade e encharcamento, a contaminação de uma mina de onde o produtor (Luciano) retirava água para rega e para consumo", alegam dos queixosos.
Todavia, em 2015 o TAF considerou o pedido improcedente. Dando como factos não provados que as descargas de águas residuais da ETAR desde julho de 2004 vem causado avultados estragos nos terrenos cultivados pelos autores e nas respectivas árvores de fruto, em virtude de não estarem devidamente confinados às condutas para onde são lançadas, transbordando para os ditos terrenos. "A evidência é negada, mas  os danos são visíveis quer faça chuva ou sol e há testemunhas que o corroboram", explicou Castanheira Barros, o advogado dos dois casais.
Os queixosos interpuseram recurso da decisão do TAF para o Tribunal Central Administrativo do Norte (TCAN), cujo acórdão foi na linha do tribunal de Mirandela e considerou "que não ficou demonstrada qualquer relação direta de causa-efeito entre a atuação das entidades recorridas e os danos patrimoniais sofridos pelos recorrentes", uma vez que "não lograram demonstrar que tenha sido o funcionamento da ETAR a determinar o encharcamento dos terrenos, nem que o efluente tenha poluído os seus terrenos".
O TCAN admite que existem danos e que estes terão resultado do encharcamento, ainda assim considera que "não ficou demonstrado que o mesmo tenha tido origem no funcionamento da ETAR", e que a Águas do Norte  "realiza frequentes análises à qualidade do efluente e que o mesmo pode ser utilizado na agricultura". Emília e Luciano não entendem a decisão e só sabem que têm uma parte da quinta estragada, admitem, no entanto, que se no início, o efluente apresentava dejetos e cheiro nauseabundo, esses aspectos melhoraram, mas Castanheira Barros garante que na propriedade do outro casal "a água estagnada continua a ter muito mau cheiro".

in:mdb .pt

Cachão volta a ser consumido pelas chamas

Incêndio que começou por volta das 19 horas em dois armazéns no Complexo do Cachão foi dominado pouco antes da meia-noite por 40 veículos e quase 100 operacionais.

Um incêndio de enormes proporções deflagrou ontem por volta das 19 horas no Complexo Agro-Industrial do Cachão. Não houve, no entanto, feridos a registar, principalmente, por se tratar de um domingo. A população local alertou as autoridades, tendo sido enviados para o teatro de operações perto de 40 veículos de combate às chamas e 100 operacionais de várias corporações de bombeiros do distrito de Bragança.

“O incêndio está a evoluir em dois pavilhões que contém no seu interior várias centenas de toneladas de plástico prensado. A nossa prioridade, neste momento, é evitar a propagação do incêndio para os edifícios adjacentes e nesse aspeto o combate está a decorrer conforme o planeamento efetuado”, referia o comandante operacional do distrito de Bragança da Autoridade Nacional de Proteção Civil, por volta das 21:45, fazendo o ponto de situação, enquanto o fogo ainda lavrava com grande intensidade.


Relativamente às maiores dificuldades com que os seus homens se deparavam, Noel Afonso afirmava que eram “a grande quantidade de combustível e a tipologia dele, muito inflamável. “É essa a nossa maior dificuldade, a concentração de matéria disponível para arder”, acrescentou o responsável do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).


Com a chegada de mais meios, o fogo foi dominado por volta das 23:50, apesar das chamas ainda continuarem a consumir os dois armazéns e serem visíveis, ainda, a vários quilómetros de distância. “A estratégia adotada correu como era expetável e está descartada a possibilidade de haver propagação aos outros edifícios.  Apesar de ainda continuar a arder, o incêndio está totalmente confinado aos edifícios atingidos, garantiu o comandante operacional distrital pouco antes da meia-noite.


O arrefecimento continua, no entanto, a ser feito e o trabalho dos bombeiros só se dará por concluído, muito provavelmente, daqui a vários dias, havendo ainda o risco de algumas partes dos dois edifícios poderem ruir.  

Recorde-se que, em outubro de 2013, houve um incêndio também na mesma empresa de reciclagem de papel, no Cachão, e demorou cerca de uma semana para que as chamas fossem completamente extintas.  


O autarca de Mirandela também esteve no local e descartou quaisquer responsabilidades, dado os armazéns pertencerem a privados e os seus proprietários terem sido notificados a retirar dali o material inflamável. Quanto à origem do incêndio, António Branco lançou as suspeitas no ar. “O que nós achamos estranho é que dois anos depois aconteçam circunstâncias destas caraterísticas e sempre também em situações bastante confusas. Em épocas destas, com o frio que está e com a humidade que está, acontecer o que acontece neste tipo de circunstâncias. Já da outra vez foi igual. As pessoas têm de tirar as suas ilações“, declarou o edil à comunicação social, enquanto à entrada, impedida pela GNR de se aproximar, se ouvia uma população descontente e revoltada pelos mais recentes acontecimentos.


Bruno Mateus Filena

in:diariodetrasosmontes.com

Caça a espécies de grande porte para diminuir pressão sobre as de pequeno porte, que começam a faltar

Terminou ontem a época venatória de caça, que tinha começado em agosto.

A última montaria do concelho macedense foi em Talhas, onde o presidente da Federação de Caçadores 1ª Região Cinegética explica que, devido à diminuição da caça menor na região transmontana, tem-se compensado com as montarias a caça de maior porte.

A doença hemorrágica viral, que afeta as crias de coelho, continua a ser a principal causa para que esta espécie escasseei nos campos transmontanos.

Mas as aves migratórias também começam a faltar.

Fernando Castanheira Pinto afirma ainda que o corso está em expansão, e que já se legitima a autorização da caça a esta espécie.

Declarações do presidente da Federação de Caçadores 1ª Região Cinegética, ontem, no último dia da época venatória.

Escrito por ONDA LIVRE

Mais pessoas perdem a vergonha de denunciar casos de violência

O número de casos denunciados de violência doméstica no concelho de Macedo de Cavaleiros tem vindo a aumentar nos últimos anos. A independência financeira é um dos principais fatores que levam a que agora haja mais coragem por parte das mulheres, sexo sob o qual violência continua a ser mais frequente, como explica Isilda Alves, Presidente da Delegação da Ordem dos Advogados de Macedo de Cavaleiros.

De entre medidas que têm sido adotadas no sentido de minimizar os casos de violência de géneros, destaque para a Convenção de Istambul, levada a cabo em 2011, que prevê a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica.

Também uma forma de adotar regras que salvaguardem os direitos e a dignidade das crianças envolvidas num círculo de agressão parental, como desenvolve Maria Clara Sottomayor, Juíza do Supremo Tribunal de Justiça.

A juíza defende ainda que o acompanhamento adequado é a melhor forma de prevenir que os filhos sigam as pegadas dos pais agressores.

Declarações à margem do debate sobre a Violência de Género na Convenção de Istambul, que aconteceu no sábado em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por ONDA LIVRE

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Incêndio de grandes dimensões num armazém em Mirandela

Um antigo armazém do complexo industrial do Cachão, em Mirandela, incendiou-se este domingo. Trata-se de uma zona de armazenamento de materiais de plástico.

Várias corporações de bombeiros de Mirandela e de Macedo de Cavaleiros estão no local.

Segundo o CDOS de Bragança, o alerta foi dado pelas 19:00. A grande preocupação é que as chamas alastrem para armazéns vizinhos, onde há uma unidade de transformação de castanha. 

Em causa, está material altamente inflamável, o que torna a operação muito completa e morosa por parte dos bombeiros.

Não há populações em perigo.

Uma situação semelhante já tinha acontecido há dois anos, noutro armazém do mesmo proprietário. 

Incêndio de grandes dimensões em Mirandela

Um incêndio de grande proporções deflagrou em Mirandela, no Complexo Agro-Industrial do Cachão. Contactado pelo Observador, o Comando Distrital de Operações de Socorro de Bragança garantiu que o alerta foi dado por volta das 20h00.

De momento estão 18 viaturas no local, bem como 50 operacionais.

O Quintanilha Rock regressa em julho

“The Parrots” é o nome da primeira banda confirmada e foi divulgado há trinta minutos pela organização do festival de música Quintanilha Rock que regressa este ano a 7, 8 e 9 de julho.

“The Parrots são uma das mais promissoras bandas da cena madrilena que têm andado nas bocas do mundo muito por culpa das suas atuações ao vivo explosivas. Diego, Alex e Larry vêm ao Quintanilha Rock 2016 apresentar uma abordagem muito própria ao punk, garage e surf rock que promete não deixar ninguém parado”, referiu a organização do festival, em comunicado online feito há 10 minutos, através da sua página do facebook.

Um dos mais emblemáticos festivais de música do nordeste transmontano regressa este ano nos dias 7, 8 e 9 de Julho e tem como principal novidade a aposta na vertente ibérica.  
"Pretendemos que esta edição seja mais um passo na afirmação do festival a nível nacional, mas, sobretudo, na região transfronteiriça, sendo que um dos objetivos é reforçar a capacidade de atratividade no lado espanhol, quer através da programação quer através da comunicação bilingue”, declarou um dos responsáveis ao Diário de Trás-os-Montes, dois dias antes de ser revelado o nome da primeira banda confirmada a estar presente no festival.

Pedro Cepeda salienta, ainda, que a estratégia irá seguir a mesma linha de edições anteriores. “Mantemos a aposta num cartaz que inclui novos projetos de grande potencial e bandas mais conhecidas do público. Paralelamente, teremos gastronomia tradicional, uma importante vertente de sensibilização ambiental e a já habitual hospitalidade das pessoas de Quintanilha", sublinhou.

Para além da música, da gastronomia e da tão importante sensibilização ambiental, haverá, também, lugar para diferentes expressões artísticas num festival que nasceu em 2001 e que se pretende tornar um ícone desta região transfronteiriça. 

Assim, a própria programação do festival irá refletir a aposta no cariz ibérico do evento, que se irá dividir em partes iguais entre bandas portuguesas e espanholas. Já o palco localizado em Espanha, na praia fluvial, terá uma programação alargada que irá incluir atuações de bandas e dj`s. Para atingir o objetivo de coesão ibérica, toda a comunicação alusiva ao festival será feita em português e espanhol.

“Contamos com o apoio de todos, festivaleiros, comunidade local, parceiros e patrocinadores para fazer desta edição um momento memorável de celebração da música alternativa que perdure na memória de todos os envolvidos”, é possível ler-se na página do facebook “Quintanilha Rock 2016”.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

VULTOS Bragançanos - Dr. Belarmino Afonso

Aqui fica uma modesta homenagem a Um Grande Homem, Um Grande Sacerdote, Um Grande Investigador e difusor da cultura Transmontana e, um dos Maiores Bragançanos de sempre.
Escolhi, para ilustrar as preciosas imagens do nosso amigo Nando, captadas em Fevereiro de 1987 durante a Presidência Aberta do Presidente da República de então, alguns testemunhos colocados no sítio almadan.publ.pt, no dia do funeral do Dr. Belarmino Afonso. Os testemunhos, são elucidativos do apreço e admiração que todos nutriam pelo NOSSO Dr. Belarmino.
Imagens: Fernando Nunes

Faleceu Belarmino Afonso

Vai esta tarde [2005-12-03] a sepultar, no cemitério do seu Castro Vicente natal, concelho de Mogadouro, o corpo do Cónego Dr. Belarmino Afonso.
Para os Archportianos, talvez a faceta melhor conhecida deste vulto da cultura transmontana seja a de historiador (licenciado em História pela FLUC em 1968) e professor.
Recordo que foi director da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Bragança desde a sua criação, em 1985, até 2000, e que fundou em 1980, e dirigiu até ao n.º 1/2 do último volume (XXV), que veio a lume no início deste ano, a Brigantia, referência no panorama das publicações periódicas regionais.
O Nordeste Transmontano enluta-se com a perda deste apaixonado (quase que obsessivamente) pela sua Terra, à qual se dedicou por inteiro, pelo estudo, pela cultura e pelo apostolado sacerdotal. Associo-me a este luto, registando, publicamente, o meu pesar.
Armando Redentor (aredentor@mail.telepac.pt)

Permita-me, caríssima(o) archportiana(o), que junte as minhas às palavras sentidas de Armando Redentor, que ora mesmo, ao abrir o e-mail, acabo de ler, acerca do falecimento de Belarmino Afonso.
Tive ensejo de, amiúde, falar com o Padre Belarmino. Admirava nele a honestidade, a curiosidade imensa, o espírito humilde de quem, sabendo muito, está sempre disponível para ainda mais aprender, a Amizade, a hospitalidade sempre generosa.
A sua Brigantia - cuja pontualidade na saída eu sempre lhe louvava cada vez que recebia um exemplar - é prova acabada dessa probidade, dessa abertura constante a novos colaboradores e a novas temáticas, ainda que a etnografia de Trás-os-Montes e a Arqueologia (na senda traçada pelo Abade de Baçal) e a Epigrafia fossem os seus domínios privilegiados.
Que descanse em paz quem foi, na vida, um verdadeiro sacerdote, um professor e um Amigo!
José d'Encarnação (jde@fl.uc.pt)

Ao tomar conhecimento da morte do Doutor Belarmino Afonso não posso deixar de recordar o seu acolhimento sempre hospitaleiro, a sua ajuda sempre disponível, o seu interesse por todos os assuntos relacionados com a Arqueologia de Trás-os-Montes, registando também a naturalidade com partilhava as informações e a forma sistemática como divulgava, na revista Brigantia, todas as descobertas que ocorriam, em especial no âmbito da Epigrafia.
Francisco Sande Lemos (lemos@uaum.uminho.pt)

Dou também o meu testemunho de admiração e exprimo o meu pesar.
Vítor Oliveira Jorge (vojorge@clix.pt)

Foi com grande pesar que tomei conhecimento, através da lista archport, do falecimento do Doutor Belarmino Afonso.
Para todos aqueles que, de alguma forma, estão relacionados com Trás-os-Montes, o seu nome é indissociável do estudo, investigação e divulgação de temáticas relativas aos Distritos de Bragança e de Vila Real, que ele conhecia como poucos. Ao longo das últimas 3 décadas, o seu empenhamento e rigor na continuidade da revista Brigantia foi um importante estímulo e um verdadeiro "farol" de cultura em terras brigantinas, dando visibilidade, de forma invariavelmente apaixonada, a temas tão distintos como a Arqueologia e a História da Arte, a Antropologia, a Língua mirandesa ou a Etnografia.
Recordo as suas cartas nas pequenas folhas da Assembleia Distrital de Bragança, escritas à mão, com mensagens de incentivo e de estímulo à investigação que eu nunca pude retribuir convenientemente...
Decididamente, a cultura portuguesa fica mais pobre com o seu desaparecimento, mas o seu exemplo e a sua dedicação são valores que, tenho a certeza, ficarão por muito tempo no nosso convívio.
Paulo Almeida Fernandes (pfernandes@ippar.pt)

VULTOS Bragançanos - António Fernando Pereira Subtil

Imagens: Fernando Nunes


Nasceu no lugar de caminho da Vila, freguesia de Santa Maria. concelho de Bragança. em 3.2.1934. Licenciou se em Filologia Clássica. Foi capitão miliciano em Angola (1968/70). Desde muito cedo revelou grande propensão para as artes e letras. Foi co fundador do 1.° jornal escolar do Liceu de Emídio Garcia, de Bragança, chamado: o Alvorada (1948), de parceria com outro ilustre transmontano: Hirondino da Paixão Fernandes. Mais tarde colaborou noutro jornal escolar: O Estudante, órgão do Liceu Nacional de Salvador Correia (Luanda). Viria a ser director desse jornal (1954). Durante o período em que foi aluno universitário teve destacada intervenção em vários actos, como a "Praxe Coimbrã" (1958). Foi representante da Faculdade na Comissão do Livro. 
Traduziu em verso, a tragédia: O Judeu e a Malta, de Marlowe. Concluído o serviço militar iniciou a carreira de docente no Externato de Trindade Coelho, em Macedo de Cavaleiros (1958). Em 1960 era docente no Liceu de Bragança. Aí desenvolveu intensa actividade nas diversas áreas culturais e recreativas. Durante a sua presença em Angola, produziu dois programas radiofónicos na Emissora Católica de Angola: Para lá do Marão e Foice em Seara Alheia. Colaborou também nas actividades do Clube Transmontano. Em Setembro de 1970 foi reintegrado no Liceu de Bragança, desenvolvendo, desde aí, inúmeras actividades sociais, culturais e políticas. Fundou o jornal: O Cardo jornal do Nordeste (1981). Mais tarde fundou o Nordesde semanário Regional de Intervenção que ainda se publica e de que foi director. A ele se deve a proposta que elevou Miguel Torga a patrono da Escola Secundária n.° 3 e também da rua que leva a essa escola. Foi deputado municipal de Bragança.

In i volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte

O Dr. Vicente de Sousa

Francisco Manuel Vicente de Sousa, Médico Bragançano, benemérito, alegria contagiante e uma enorme paixão pelo Jazz. Um dos autores do Livro de Postais, Portugal no 1.º Quartel do Século XX.
Aqui fica mais uma pequena homenagem a um Grande Bragançano, que deixou muitas saudades a todos os que tiveram o privilégio de com ele privar.
As imagens, foram captadas no Bô de Baixo em mais uma noite cultural.
Imagens: Fernando Nunes

Tocha da Paz vai passar por Macedo de Cavaleiros

Macedo de Cavaleiros recebe a Tocha da Paz da Peace Run. A “corrida pela paz” vai percorrer toda a Europa até outubro. De Portugal parte a rota, Macedo de Cavaleiros recebe-a a 1 de março, no Centro Escolar, às 9:15h. 

A Tocha da Paz simboliza a união dos povos. Um grupo internacional de voluntários transporta a tocha, visitando diferentes instituições e países. A iniciativa começou em 1987, fundada por Sri Chinmoy, atleta, filósofo, artista e poeta, que dedicou a sua vida à promoção dos ideais da harmonia e união mundiais. Colaborou até 2007, ano da sua morte, com as Nações Unidas.

Desde a sua fundação, a Peace Run já visitou mais de 150 países, com mais de 5 milhões de pessoas participantes.

Macedo de Cavaleiros recebe a Tocha da Paz pelo segundo ano, no dia que marca o final da excursão pelo país, antes da ida para Inglaterra.

in:noticiasdonordeste.pt


Bragança prepara desenvolvimento económico e competitividade territorial

O Município de Bragança quer continuar a investir no reforço do desenvolvimento económico e na competitividade territorial, através da criação de mais e melhores condições para promover a economia local, no sentido de atrair e fixar empresas, por forma a serem gerados mais empregos e riqueza, refere uma nota do município.

Os responsáveis pela gestão municipal dizem que estão a trabalhar "em articulação com o Parque de Ciência e Tecnologia - Brigantia Ecopark, com vista a afirmar Bragança como o principal concelho exportador de Trás-os-Montes e Alto Douro, aproveitando a sua centralidade no contexto ibérico, uma vez que já que é a Cidade portuguesa mais próxima do centro da Europa". 

O município anunciou que "ainda durante este semestre, arrancam as obras de ampliação da Zona Industrial das Cantarias (adjudicadas por 5 milhões de euros), que permitirá a instalação de 46 novas empresas. Existe, já, a intenção de investimento privado, nessa Zona Industrial, de cerca de 40 milhões de euros". 

Numa nota enviada à imprensa os responsáveis pela edilidade dizem ter havido um "importante investimento empresarial local", tendo o concelho, e particularmente a cidade, "conseguido captar investimento direto estrangeiro, nomeadamente através da atração de duas novas empresas italianas para a Zona Industrial de Mós". 

Nessa Zona, refere a autarquia, "já se encontra em atividade uma empresa italiana que fabrica componentes para a Faurecia, a MAUTOMOTIVE. Até 2020, prevê-se que sejam criados 50 novos postos de trabalho e seja efetuado um investimento global na ordem dos 4,5 milhões de euros. Também na Zona Industrial de Mós, vai instalar-se a empresa italiana CATRAPORT, que iniciará atividade ainda durante o ano de 2016 e laborará para a Faurecia. Com esta nova empresa prevê-se até 2020 a criação de 31 postos de trabalho, num investimento global de 4,80 milhões de euros". 

A Faurecia – Sistemas de Escapes de Portugal, está também em fase de expansão, através do investimento de 45 milhões de euros, com a criação futura de mais 500 postos de trabalho. 

"Com estes investimentos é expectável que Bragança se torne num verdadeiro cluster no setor automóvel, gerador de riqueza e emprego. O tecido empresarial de Bragança está a ganhar capacidade exportadora, sendo cada vez mais o número de empresas que apostam na internacionalização dos seus negócios, na criação de valor e na qualificação dos seus recursos humanos, tornando-se mais competitivas e preparadas para uma economia cada vez mais global e agressiva", conclui a nota da autarquia.

NI-Município de Bragança

Comandante dos bombeiros ferido em incêndio em armazém agrícola

Um incêndio num armazém agrícola, já em fase de rescaldo, na aldeia de Tó, concelho de Mogadouro, provocou hoje ferimentos no comandante dos bombeiros de Mogadouro, disse à Lusa fonte do CDOS de Bragança.

João Afonso, Comandante Operacional Distrital de operações de Socorro (CODIS) de Bragança, contactado pela agência Lusa, acrescentou que o comandante dos bombeiros de Mogadouro sofreu alguns ferimentos, e foi transportado para a unidade hospitalar de Bragança para a realização de "exames completares diagnóstico".

"No decorrer das operações, o comandante foi atingido por uma trave de madeira. Contudo, o capacete acabou por evitar danos maiores", frisou João Afonso.

Ainda segundo o CODIS, o armazém ficou complemente destruído.

No local estão 12 bombeiros apoiados por quatro veículos e o alerta foi dado às 6h33.

A GNR de Mogadouro tomou conta da ocorrência.

Agência Lusa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

MEMÓRIAS ORAIS - TEXTO ARTUR FILIPE

“Os garotos, ali ao cimo, chamavam-lhe o Rossio, aquilo éramos como os estorninhos, quando se veem essas debandadas no ar, espessos! Agora vai a gente daqui ao cimo do povo, à Associação a tomar café à noite, vou ao baixo e vou ao cimo e não se vê uma alma.”
Meio inquieto, vai deixando escapar a cada frase pequenos sons que as castanholas que tem na mão vão reproduzindo. Aprendeu a arte do instrumento há pouco tempo, diz, mas já vai “tocando um bocadito”. “Só comecei aqui há tempos. Veio um do Porto, trabalhou muitos anos na Carris, passei à porta dele e emprestou-me umas castanholas e eu estive a vê-las, “amanhã já vou fazer umas” e tenho lá três ou quatro já na chaminé”. As mãos, apoiadas no cajado, refletem a dureza do trabalho dos tempos antigos e ainda assim o engenho, para as pequenas “aranguiçes” que vai fazendo na distração dos dias, como os peões ou as castanholas.
Fez a tropa na Índia e em verso conta, do início ao fim, o seu serviço militar. E também os tormentos que por lá passou.
Artur Filipe sempre viveu em Mazouco e onde agora se vê o “monte” e o “silveirão” eram terras de centeio e trigo, muitas delas, ajudou-as a lavrar. A gente pela aldeia, já não lhe lembra os “estorninhos em debandada”, “já não se vê uma alma”, diz.
“Antigamente à noite aqui toda a gente dançava, eram muitas raparigas na altura, já há tantos anos, já vou fazer os 80, juntavam-se aqui as raparigas, era às horas aqui a dançar, e ele a tocar, tocava muito bem realejo, chamavam-lhe Fernando (...)”. Augusto aprendeu com ele o realejo. Já o tirou do bolso e dá pequenos sopros a ver se afina. Entre músicas que vai acompanhando com o som das castanholas, toca o hino nacional, este, sem nenhum esquecimento, como que tocado por quem segue uma partitura.

A música é como que a sua companheira. A mulher já não está vai pra 11 anos. Conheceu-a e namorou-a à janela, “foi assim que começaram”, diz. Rapidamente desvia o olhar. As palavras ainda lhe faltam quando fala da mulher e não se quer alongar muito. Antes teima em lembrar-se de uma música do Paulo de Carvalho, e agora, de si, fica apenas o som do realejo.