O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Américo Pereira, alertou hoje que cada dia que o Túnel do Marão continua encerrado é potencialmente mais uma morte que pode haver na estrada.
"Cada semana, cada dia, cada minuto que aquilo esteja encerrado é mais uma bomba que ali está em termos de provocar mais uma morte", apontou o autarca socialista que é também presidente da Câmara de Vinhais, no distrito de Bragança, e que falava, em Vila Flor, à margem da apresentação do dispositivo distrital de combate a incêndios florestais.
"Eu tenho muita pena que quem tem responsabilidades políticas nesta área, ou teve, não tenha pensado seriamente na quantidade de vidas que foram ceifadas exatamente porque naquele troço de estrada - entre Vila Real e Amarante -, não temos uma via com perfil de autoestrada", afirmou.
O Túnel do Marão e mais alguns quilómetros de autoestrada são a última empreitada que falta para ligar o Porto à fronteira, em Bragança, e concluir a A4.
A infraestrutura sofreu vários atrasos, devido a questões financeiras, e a obra esteve parada quase três anos.
Os trabalhos estão concluídos e a abertura já chegou a ser anunciada sem data concreta para abril, mas os túneis continuam fechados nos dois sentidos e o trânsito continua a circular obrigatoriamente pelo sinuoso IP4 que permanecerá como alternativa na zona do Marão.
O presidente da CIM Trás-os-Montes acredita que todos aqueles acidentes que conotaram o IP4 com a "estrada da morte", "teriam sido evitados, todos eles, estas mortes todas que se verificaram nos últimos anos", a última das quais no fim de semana, se houvesse a alternativa do túnel.
"As pessoas têm de continuar a passar por uma estrada que tem as condições de segurança que todos sabemos e que é uma vergonha", insistiu, apelando que "rapidamente fique resolvida" a abertura do túnel.
Américo Pereira considerou "indiscutível a importância que esta infraestrutura vai ter para a região".
"Não tenho dúvida absolutamente nenhuma que vai aproximar muito mais a região, torna-la muito mais segura, muda bastante em termos de acesso", acrescentou.
Já no que toca ao pagamento de portagens neste troço, o presidente da CIM afirmou que também ele defende um período de carência, mas salientou que todos já sabiam que a passagem iria ser cobrada.
"Todos temos a certeza e todos sabemos em consciência que o túnel tinha que ser pago, que não ia haver isenção de portagens, isso penso que em consciência ninguém pode dizer o contrário", enfatizou.
Nos últimos dias têm-se multiplicado as posições em defesa de um período de carência no pagamento de portagens no túnel do Marão com exposições dirigidas ao Governo nesse sentido.
O túnel e as variantes de Bragança e Vila Real eram os únicos troços portajados nos contratos das empreitadas das autoestradas do Marão e Transmontana, lançadas em 2008, sendo que no restante trajeto, as concessões continuam sem prever o pagamento de portagens.
Agência Lusa
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