sexta-feira, 22 de abril de 2016

Locomotiva histórica Mallet que estava estacionada em Foz Tua foi vendida para o estrangeiro

Uma locomotiva histórica a vapor, que se encontrava estacionada na Estação de Caminho-de-ferro do Tua em avançado estado de degradação, foi retirada durante o dia da passada quarta-feira por um camião de matricula francesa, da empresa Transports Marquet, sediada em Mions, Lyon,  devendo a peça ter rumado a França onde irá ser recuperada para operar em troços de caminho-de-ferro históricos.
Segundo fonte da CP, em declarações à plataforma especializada em assuntos de caminho-de-ferro webrails.tv , a locomotiva foi efectivamente vendida. “Podemos adiantar que o comprador é estrangeiro e o contacto surgiu na sequência de uma manifestação sua de interesse na aquisição deste material”, referiu o responsável citado pela webrails. 

A antiga locomotiva a vapor, uma Mallet ex-MD 401/10, é considerada uma peça de material não circulante de grande interesse patrimonial, documentando o período histórico em que operou na linha estreita do Tua, do Corgo e do Sabor. 

Ainda segundo a plataforma webrails , a Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF) disse desconhecer e referiu não ter sido contactada sobre o processo de venda da locomotiva da estação do Tua. "A Fundação Museu Nacional Ferroviário desconhece o processo a que se refere, não tendo esta entidade, até à data, sido contactada pela entidade produtora e proprietária do Bem em causa”, referiu a fundação num e-mail enviado e publicado pela webrails . 

Mas a polémica está instalada, porque a CP também disse à webrails que a FMNF “foi consultada previamente”, como, aliás, refere o operador publico “tem sido o formato aplicado no material abatido ao serviço vendido para sucata”. 

Exercendo o seu direito de resposta face às questões levantadas pela webrails.tv  junto da FMNF, José Pontes Correia, responsável pela Unidade de Gestão da Frota Não Operacional da CP, fez questão de salientar que “a CP não comercializa qualquer material retirado da circulação que seja do interesse manifesto da FMNF preservar por motivos de interesse histórico e/ou museológico”, salientando este responsável que “existe documentação que identifica este material, que a Fundação atualiza sempre que entende necessário. Nesta documentação não consta esta locomotiva”, lê-se no comunicado de José Pontes Correia que consta da noticia publicada pela plataforma especializada em assuntos ferroviários. 

O responsável da CP refere mesmo que é “com alguma estranheza que a Unidade de Gestão de Frota não Operacional da CP, responsável por esta matéria, recebe a informação relativa a esta resposta da Fundação, que não está em linha com a responsabilidade que essa entidade detém, no âmbito da preservação do património ferroviário português”. 

Ficam assim indefinidas as responsabilidades que levaram a autorizar a alienação e venda da locomotiva histórica que estava estacionada em Foz Tua, sendo certo que que a mesma neste momento já deverá estar em França, onde poderá voltar a operar, depois de restaurada, num caminho de-ferro histórico, uma mais valia turística que em França, e em outros países europeus,  está a ser explorada com muito sucesso e retorno económico.

Apesar de não ter sido revelado pela CP o local para onde foi vendida a locomotiva Mallet, um dos destinos possíveis em França poderá ser "Le Train des Mouettes", um comboio a vapor que opera para fins turísticos num troço de 21 quilómetros, entre as localidades de La Tremblade e Saujon, em Charente-Maritime, no sudoeste de França, a cerca de 700 quilómetros de Lyon.

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