Juntar temas como a arte, a fé e o humor numa discussão não será a combinação mais provável. Mas foi esse o mote para uma reflexão em jeito de conversa descontraída que juntou a pintora Graça Morais, a actriz Maria Rueff e o teólogo Fernando Ventura, no passado sábado, no centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança.
O objectivo é promover o debate sobre estes assuntos e criar um espaço de reflexão.
Nestas primeiras conversas com Graça, a pintora Graça Morais disse acreditar que esta é uma forma de, numa conversa descontraída com os visitantes, prolongar o entendimento da arte. “Quando estou a conversar, sinto que as pessoas entendem melhor o que aqui está”, refere Graça Morais que tem um exposição permanente no espaço e actualmente também obras da sua autoria da Colecção da Fundação de Paço d’Arcos.
O teólogo Fernando Ventura defendeu que há palavras mortas, como o amor, e que o humor e a religião não são necessariamente incompatíveis e que a igreja devia ter mais abertura para a alegria e o humor. “A mensagem bíblica, já desde o antigo testamento refere o patriarca Isac, que é aquele com quem Deus ri. O Deus da bíblia é um Deus que sorri”, acredita.
O trio ficou completo com Maria Rueff. A actriz e humorista afirmou na conversa que hoje em dia a censura é uma ameaça que o humor muitas vezes enfrenta. “Sempre houve censura”, refere a actriz dizendo que hoje em dia há o risco de “de poder ficar encostada a um canto”.
Maria Rueff considera que a situação difícil já que a censura “é sem rosto”.Mundos que por vezes vivem de costas voltadas, juntaram-se numa “Conversa com Graça”.
Esta iniciativa que foi promovida pelo Município de Bragança, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Capelania do IPB, deverá repetir-se no futuro, no mesmo espaço.
Escrito por Brigantia
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