Agora é “definitivo” e “irrevogável” – o helicóptero de Emergência Médica fica em Macedo de Cavaleiros. Hoje, no Heliporto Municipal de Macedo de Cavaleiros foi assinado o acordo que sela a incerteza levantada em 2012, pela possibilidade de reposicionar o meio aéreo em Vila Real. Os processos, que ainda corriam em tribunal, quer por parte dos 12 autarcas do distrito de Bragança, quer por parte do INEM, vão ser retirados.
É o ponto final desta questão, com um “ato de justiça” para com as populações do interior, considera o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que veio ratificar o acordo com os autarcas da região.
“Claramente ficou dito que é um ponto final na litigância e na conflitualidade entre o poder central e a administração local, e, sobretudo, as populações.
Num país que, infelizmente, ainda tem poucos recurso, tem poucos meios para responder a necessidades, tem que ter prioridades. E não considerar que o interior e as regiões mais desfavorecidas, quer em termos de rendimento económico, quer da própria proximidade aos cuidados, no topo das prioridades, é uma injustiça. Por isso, ao contrário, este protocolo é um ato de justiça.
O importante não é estar perto do hospital, é estar perto dos sinistrados. O meio aéreo aqui tem melhores condições técnicas e atmosféricas, além de ter um grande número de ativações.”
O fim de uma luta que foi difícil, e que muito se ficou a dever ao querer das populações, ressalva o autarca local, Duarte Moreno.
“Foi uma longa luta, e difícil. Conversar com os governos não é fácil. Nós sabemos que em termos de matérias económicas não tem sido fácil a vida do país, e, quando se tratam de números que passam nas “caixinhas” de Excel, e que se vê que o número é grande para tão pouca população, mais difícil se torna.
Significa também que quando as populações trabalham em conjunto, conseguem trazer os meios para os seus territórios.”
A população, que por três vezes se juntou em manifestações contra a saída do meio aéreo para Vila Real, também marcou presença. Ilídio Mesquita, que integrou os movimentos populares, mostra-se naturalmente satisfeito com este desfecho.
“Este é um dia de alegria, de paz e de tranquilidade, porque chegamos ao fim de uma luta.
Mas estamos atentos e vigilantes, porque é uma causa comum, mantém o helicóptero onde ele é preciso, junto das populações. Não nos tirem o que temos de mais precioso, que é a saúde.”
Ao longo destes 4 anos, as justas em tribunal custaram, segundo o presidente macedense, 60 mil euros ao distrito. O helicóptero, que hoje firmou lugar em Macedo de Cavaleiros, é aquele que mais voos faz no país. Em média, levanta 1,2 vezes por dia, e serve também o distrito da Guarda e Viseu, e a região do Minho.
Duarte Moreno anunciou ainda, durante o seu discurso, que estão previstas obras de melhoramento no Heliporto Municipal, no âmbito do pacto assinado pela CIM (Comunidade Intermunicipal) Terras de Trás-os-Montes, em agosto do ano passado.
Escrito por ONDA LIVRE
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