A Assembleia Municipal de Bragança aprovou uma proposta de alteração dos estatutos da Resíduos do Nordeste, para que esta empresa intermunicipal passe a gerir também a água em baixa e em eventualmente em alta.
Uma decisão que vem no seguimento da proposta da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes de criar uma empresa de gestão de água, aproveitando a estrutura que já existe e que actualmente gere os resíduos dos 12 municípios do distrito e Bragança e ainda de Vila Nova de Foz Côa. De acordo com o presidente do município de Bragança, Hernâni Dias, controlar o preço da água é um dos objectivos desta medida.
“Se esta vier a ser a posição adoptada pelos municípios no sentido de poderem vir a gerir a água em baixa e também em alta para que consigamos defender melhor os interesses dos munícipes que representamos. Esta é uma solução eu vai no sentido de futuramente se estudar melhor esta solução, fazendo com que os próprios municípios possam ser gestores da água, garantindo a mesma qualidade, mas salvaguardando o interesse dos munícipes naquilo que tem a ver com o preço da água”, defende.
Perante a incerteza no sector, com a promessa do governo de reverter da agregação dos sistemas de gestão de água em alta, os municípios decidiram actuar de forma preventiva.
A proposta foi aprovada na assembleia municipal de Bragança, com 58 votos a favor, a abstenção de oito deputados do PS e um voto contra da CDU. O deputado municipal socialista, Bruno Veloso, justifica a abstenção com o facto de a assembleia não conhecer o estudo de viabilidade que esteve na base dessa proposta e por temer que ao entregar a gestão da água fique aberto o caminho para um aumento de preço deste bem.
“À posteriori o objectivo é outro, as empresa que faziam parte da resíduos do nordeste por intermédio da Associação de Municípios da Terra Fria, passam a ter acções individuais. Encaramos com muita preocupação que possamos entregar todos os sistemas de água e que possa abrir porta aos privados”, assinala.
Já o deputado Municipal da CDU, António Morais, acredita que este poderá ser mesmo o primeiro passo para a privatização das águas.
“O que se pretende agora é preparar, em toda a linha, uma futura, possível privatização logo que haja ocasião. Neste momento, pode não haver, condições nem vontade deste executivo, mas mais tarde se estiver preparada vai de mão beijada para o sector privado”, considera.
A alteração dos estatutos da empresa intermunicipal resíduos do nordeste para que possa gerir a água dos 9 municípios da CIM Terras de Trás-os-Montes foi deliberada na última reunião desta entidade e terá agora de ser aprovada em todas as assembleias municipais.
Olga Telo Cordeiro
Escrito por Brigantia
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