1227 toneladas de castanha descascada entram na Cacovin.
O maior grupo produtor mundial de castanha, o American Lorain, de capitais chineses, tem vindo a misturar castanhas chinesas com a castanha transmontana, o que está a fazer descer substancialmente o preço da castanha produzida no nosso país e também a sua qualidade.
Em 2014 e 2015, a Cacovin Agroindústria (cooperativa de agricultores de Vinhais) recebeu pelo menos 19 remessas de castanhas da China. O total de certificados internacionais que entraram na Alfândega de Leixões foi de 19, num conjunto de 1227 toneladas de castanhas.
O grupo chinês tinha adquirido uma participação maioritária (51%) na luso-francesa Minerve, que já detinha a unidade de produção em Vinhais. Deu como garantia a passagem de quotas às associações, um negócio também marcado pela polémica.
Dos concelhos de Bragança e Vinhais, sai, todos os anos, 75% da produção de castanha em Portugal. Na região, são produzidas 15 mil toneladas, mas o número de soutos plantados cresceu muito nos últimos anos.
É na castanha que o concelho de Vinhais tem uma das principais atividades económicas, mas a necessidade de ceder as quotas da empresa, que chegou a ser detida pela autarquia, pode estar a subverter as regras do mercado.
A castanha, que em 2015 foi vendida a dois euros o quilo, desceu neste ano para os 0,70 euros. "Vivemos da produção da castanha, e a possibilidade de estar a ser introduzida castanha chinesa tem vindo a destruir o mercado e a descer a qualidade", diz ao CM um produtor.
Tânia Laranjo
Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário