Um conjunto de novos laboratórios está a surgir por todo o país para disponibilizar às comunidades que servem a tecnologia necessária para a construção digital, como protótipos criados em computador e formados por uma impressora 3D.
A tecnologia existe e há quem acredite que será o futuro breve da sociedade. Enquanto não chega a todos, Portugal está a seguir um conceito criado por um investigador norte-americano e replicado por todo o mundo dos FabLabs, os laboratórios de fabricação.
O FabLab Aldeias do Xisto é um dos 16 em funcionamento no país e que marcou presença no encontro nacional destas estruturas que decorre hoje, em Bragança, no Instituto Politécnico de Bragança, que tem também um laboratório do género.
O modelo de gestão e negócio difere e há FabLabs de grandes empresas privadas, de centros de investigação e Ensino Superior ou de Câmaras Municipais, como é o caso do Fundão, segundo António Barreiros, representante daquele laboratório.
Este tipo de encontros, disse, servem para discutir o futuro dos FabLabs e reforçar o trabalho em rede normalmente realizado através das redes digitais, mas que não dispensa o contacto presencial.
António Barreiros explicou à Lusa que "tudo o que é feito num FabLab é a partir do computador, ou seja digital", por isso estas estruturas estão "conectadas ao mundo, à Net e em Portugal estão todos conectados entre si".
Segundo disse, existem mil destes laboratórios em países e zonas completamente subdesenvolvidas, nomeadamente no continente africano, e o número está permanentemente a crescer com o objetivo de ajudar essas comunidades a desenvolverem-se e a melhorar a vida dos habitantes.
Em Portugal, realçou, zonas como o Fundão ou Bragança"têm imensa dificuldade comparativamente com os grandes centros de Lisboa e Porto e estas estruturas funcionam para captar investimento e pessoas para o Interior".
No Fundão tem apoiado as empresas e incentivado a usarem os serviços da FabLab na prototipagem, para fazer estudos, melhorar alguns dos produtos, alguns dos sistemas de maquinaria.
Outra aposta destes laboratórios é a Educação e "levar a fabricação digital para as escolas e fazer demonstrações e ensinar aos miúdos que existe um computador e que, para além de jogar, podem ligá-lo a uma impressora 3D e o pai, em vez de ir comprar o brinquedo, ele próprio pode fabricar o seu brinquedo como quiser e imprimir".
O custo destes equipamentos é ainda inacessível a particulares e muitas empresas por isso "a grande bandeira é que o custo associado a um FabLab é mínimo", como indicou.
Estes laboratórios dispõem de "uma série de máquinas, desde a impressora 3D, a scanners e conseguem concretizar as ideias e ajudar também as empresas que carecem de alguma tecnologia, deste conhecimento", de acordo com aquele responsável.
HFI
Lusa/fim
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