Num mundo em que cada vez mais informação circula em rede, é essencial que aumente a precaução ao disponibilizar dados no mundo digital e que haja mais protecção por parte das empresas e outras entidades públicas. É por esse motivo que a legislação está mais apertada, através do novo Regulamento Europeu de Protecção de Dados e a directiva Network and Information Security ou NIS.
De acordo com o Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, Pedro Veiga, este regulamento que entra em vigor em Portugal em Maio de 2018, implica penalizações para as empresas que perderem ou divulgação dados pessoais.
“Uma das dimensões que o regulamento prevê é, se houver descuido das empresas ou má intenção e passarem os dados para outras empresas, estão previstas penalizações muito graves que podem ir a 4 por cento da facturação anual da empresa”, explica.
Coimas estão também previstas na directiva NIS, que quer promover a melhoria da protecção dos dados por parte das empresas.
“O NIS visa capacitar as empresas ou obrigá-las a capacitarem-se e a terem mecanismos de segurança para evitar prejuízos graves para a sociedade. Para estarem devidamente protegidos é necessário fazer investimentos tecnológicos e em recursos humanos que muitas vezes as empresas tentam atrasar e isso tem impactos muito negativos a nível da segurança”, frisa.
Ontem, em Bragança, realizou-se um seminário promovido pelo Gabinete Nacional de Segurança e o Centro Nacional de Cibersegurança para debater as questões da segurança de sistemas de redes de informação e comunicação, informação classificada e cibersegurança.
Para o director-geral do gabinete nacional de segurança, António Gameiro Marques, é importante conhecimento destas alterações.
“Portugal é um espaço seguro no âmbito do ciberespaço, mas precisamos garantir que as entidades públicas e privadas estão conhecedoras dos desafios que usar a internet suscita às pessoas”, explica o responsável
As áreas de intervenção destas acções de formação são as grandes, mas também as pequenas e médias empresas, nomeadamente no que diz respeito a protegê-las de espionagem industrial, mas também a administração pública.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, considera que quem lida com muita informação deve estar informado para conhecer a melhor maneira de proteger esses dados.
“Lidamos com muita informação e não gostaríamos de a ver publicada de forma absolutamente abusiva quando alguém pode entrar nos sistemas e depois pôr essa informação cá fora. As coisas não acontecem só aos outros e esta é uma forma de as pessoas a partir daqui começarem a ter mais cuidado naquilo que fazem a este nível”, frisa o autarca do município de Bragança que se associou a este seminário.
A segurança de sistemas de redes de informação e a protecção de dados continuam em debate hoje em Bragança.
Escrito por Brigantia
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