Uma luta contra o preconceito e mostrar aos outros como é “estar na pele” de quem é discriminado.
Alguns dos motivos que levaram o jovem Ângelo Virtuosa, de 19 anos e natural de Vila Flor, a escrever o livro “Uma batalha inesquecível”, que está nas bancas há quase 4 meses.
Ângelo, que é de etnia cigana, conta que, hoje em dia, não se sente posto de parte.
“Acho que o problema do ser humano é tentar mostrar aos outros aquilo que não é. Eu queria mostrar aos outros que era capaz. E houve um dia em que decidi escrever um livro. Queria, por palavras e ideologias minhas, mostrar o que estar na pele de quem é discriminado, seja pela raça, religião ou nacionalidade. Queria explicar isso às pessoas, e acho que através do livro consegui.
Sim, quando era mais miúdo fui discriminado. Hoje não. As pessoas aceitam-me bem. Tenho imensos colegas, e amizades que são para a vida.”
No livro, a personagem Ângelo, homónima do autor, conhece Anne pela Internet, mas o preconceito é um travão que impede que o romance entre os dois adolescentes avance.
“O Ângelo é de uma etnia, e a família dela não aceita. Não é aceitável para eles seguir outros padrões. Para eles é um choque habituarem-se a outra cultura.
O Ângelo tenta ultrapassar isso. Ele e a sua amada lutam por aquilo que querem.”
E, na opinião de Ângelo, a educação é a base essencial para que a discriminação, a todos os níveis, se dissipe.
“Enquanto nós viemos na Europa, é tudo muito bonito. Os estados têm acordos uns com os outros. Mas, nesta fase, em que se fala de sírios e iraquianos a vir para Portugal, e para outros países europeus, ou de países de Leste para a Europa, é sempre visto um pouco de lado.
Acho que a discriminação ainda está muito presente na sociedade. Para mim, a base de tudo é a educação. Quando somos crianças, temos que aprender a aceitar os outros, e a nós mesmos, em primeiro lugar.
Tínhamos que ensinar nas escolas o que são os outros, explicar o porquê das guerras, de uma forma simples, para que, talvez, as crianças possam abraçar o mundo de outra maneira. E só assim poderíamos acabar com a discriminação.”
O jovem escritor está a terminar o 12º ano de escolaridade. Gostava de ingressar nas Forças Armadas, e de continuar a escrever, apesar de garantir que a escrita é um hobbie que faz “apenas para se sentir bem e para soltar ideologias”.
Escrito por ONDA LIVRE
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