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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Montaria de excelência em Terras de Alfândega da Fé

A montaria organizada, no passado Sábado dia 11 de Fevereiro, em Agrobom (Alfândega da Fé), pela Associação Florestal de Trás-os-Montes (AFTM) reuniu cerca de 300 pessoas, entre caçadores e acompanhantes, vindos de vários pontos do país e estrangeiro como por exemplo da Dinamarca, Luxemburgo e Suíça.
Numa mancha de 720 hectares e extremamente cuidada, sob o ponto de vista de gestão cinegética, foram colocados 179 postos de caça. Foi monteada por 13 matilhas, das quais quatro evoluíram de Norte a Sul e as restantes trabalharam ao choque. Nesta mancha, que apenas é monteada quando reúne condições, foram monitorizados cerca de 60 javalis e foram abatidos 35.

“O balanço é extremamente positivo, decorreu dentro daquilo que era previsto. A montaria em si como acto de caça foi de excepção, todas as armadas deram fogo. Esta mancha tem uma gestão cinegética cuidada e responsável baseada sempre na sustentabilidade do javali e numa exploração racional daquilo que é um recurso natural endógeno e selvagem”, refere o presidente da AFTM, António Coelho, acrescentando que esta mancha foi trabalhada durante cerca dois meses e meio mais intensamente e contou com 22 dias de campo.

“Houve muito cuidado na marcação das armadas e a mancha esteve durante dois anos intocável, nem se caçou caça maior nem menor, o que fez com que tivéssemos este resultado excepcional tendo em conta aquilo que foram os portes dos animais, quase todos eram adultos, e isto é um resultado de um trabalho apurado e atento da AFTM nestes dois anos que dedicamos a esta mancha”, explica.

O Clube de Monteiros do Norte (CMN) desenvolveu ao longo desta época venatória uma série de iniciativas venatórias e sociais no concelho de Alfândega da Fé e marcou também a sua presença institucional nesta montaria de Agrobom. 

“A presença do CMN e a relação institucional com a organização desta montaria é uma demonstração no sentido de contribuir para que se afirme de forma definitiva o potencial venatório deste território de Terras de Alfândega da Fé”, afirma o presidente do CMN, Nelson Cadavez, acrescentando que a montaria de Agrobom é um ícone das montarias do Nordeste Transmontano por várias razões, mas, principalmente porque encaixa em critérios de gestão cinegética sustentável.

O vice-presidente do CMN, Rui Cepêda, foi mais uma vez eleito o director da montaria de Agrobom, o que para ele é um orgulho. “Esta é uma montaria icónica na região em termos de resultados e não só, também em termos de participantes e em termos de mancha, é das melhores manchas da região”, afirma.

Desenvolvimento turístico e económico

A organização fez questão de envolver as entidades locais na organização e promover também uma feira de produtos regionais, onde os participantes puderam comprar desde fumeiro, queijos, azeite entre outros. 

Para o presidente da união de freguesias de Agrobom, Saldonha e Vale Pereiro, Eduardo Almendra, este evento venatório é de “extrema importância” para o desenvolvimento local e espera assim que ano após ano ganhe mais projecção para atrair mais gente à freguesia, potenciando a sua economia.

Também a autarca do município de Alfândega da Fé fez questão de marcar presença e salientar importância da actividade cinegética como estratégia de desenvolvimento social, turístico e económico. “A nossa autarquia trabalha no sentido de promover o reconhecimento do concelho como destino de eleição no que toca a actividades venatórias. Para isso as nossas associações estão a trabalhar com pessoas muito qualificadas que têm feito um trabalho muito bom no terreno de forma a combater o furtivismo e gerir de forma sustentável as espécies cinegéticas, proporcionando assim boas jornadas de caça. O objectivo é de atrair cada vez mais gente ao nosso concelho que muitas pernoitam cá e levam daqui muitos produtos de excelência”, salienta Berta Nunes.

Sector da caça preocupa ex-ministro

O ex-ministro da Agricultura e responsável pelo início do ordenamento cinegético em Portugal, Arlindo Cunha, esteve presente neste evento e manifestou a sua preocupação em relação ao estado actual deste sector, pois, considera que a falta de sensibilidade política nesta matéria tem sido uma catástrofe que não permite o desenvolvimento deste potente recurso em Portugal.

“O que está a acontecer agora é preocupante. A terrível doença nos coelhos e o abandono rural implica que só por si em termos naturais não haja caça. A única caça que, de facto, sobrevive com este abandono é o javali e por isso nos dias de hoje temos zonas onde o javali é praticamente uma praga, não há mais nada, não há coelhos, não há lebres, não há perdizes”, refere o ex-governante, acrescentando que “ainda por cima o que é muito preocupante é que ao longo de vários governos tem havido uma insensibilidade enorme, e sobretudo da parte da tutela da caça, em relação sector”. 

Arlindo Cunha dá o exemplo de países como a Espanha, França Alemanha, Inglaterra, países nórdicos e mesmo os Estados Unidos onde a caça é acarinhada e estimada, vista como um excelente meio de desenvolver as zonas rurais e mais pobres. Ao contrário do que acontece em Portugal, onde os caçadores entre licenças que pagam e taxas de reservas dão ganhos ao Estado cerca de 10 milhões de euros por ano que não têm nenhum retorno. Não se investe em investigação e “já para não falar da visão que têm as autoridades de segurança em relação às armas, olham para os caçadores como se fossem uns criminosos, contribuindo assim para o abandono da caça em Portugal. Estamos a passar um momento muito difícil mesmo", , conclui o ex-ministro da agricultura.

Cátia Lopes
in:noticiasdonordeste.pt

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