domingo, 30 de abril de 2017

Esfinge da basílica

Os futuros,  e únicos, habitantes das nossa aldeias...
Foto: Paulo Rodrigues

CIM aprova proposta de louvor e apoia candidatura dos Caretos de Podence à UNESCO

A Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM) aprovou por unanimidade a proposta de louvor e apoio à candidatura à UNESCO da festa de Carnaval dos Caretos de Podence.
O ato aconteceu na última reunião da CIM, e a novidade foi revelada pela deputada Helena Gonçalves na Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros, que decorreu esta sexta-feira.

“Na reunião da CIM, realizada dia 27, em Bragança, o senhor presidente desta assembleia fez uma proposta de voto de louvor e e apoio à candidatura à candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO da festa de Carnaval dos Caretos de Podence. Esta proposta, subscrita pelos restante membros desta assembleia, e que têm assento na CIM, concretamente os deputados Pedro Mascarenhas, Luís Batista e Helena Gonçalves, esta proposta foi aprovada por unanimidade.”
Também o deputado do PS, Pedro Mascarenhas, mostrou satisfação neste sentido, e deixou ainda uma questão sobre a candidatura.

“Foi aprovada por unanimidade, o que nos encheu a todos de orgulho. Mas há aqui algo que eu gostaria de questionar, porque ouvi alguns comentários que me deixaram preocuparam.

Gostava aqui de questionar o senhor presidente quanto à candidatura dos Caretos a Património Imaterial. A candidatura está feita? Não está feita? Vai ser feita? Em que fase está? É que me disseram que acabou por não ser feita. Não estou a afirmar, apenas a perguntar, porque tenho ouvido que há problemas com a candidatura, ou com a submissão da mesma, e gostava que nos elucidasse.”
Ao que Duarte Moreno, presidente do município, entidade responsável por esta candidatura, respondeu.

“A candidatura foi elaborada, submetida, e aguardarmos um resposta por parte da Comissão Nacional da UNESCO.”
Não foi o único assunto a envolver Podence. O presidente da junta da união de freguesias de Podence e Santa Combinha, João Alves, apelou ao apoio de todo o concelho na seleção de Podence para uma das 7 Aldeias Maravilha de Portugal.

“Queria apelar ao vosso apoio. Vamos precisar do apoio de todos. Podence é Podence, mas é Macedo de Cavaleiros, é a nossa terra. Gostaria que todos se unissem em torno desta candidatura, e que nos dias em que tenhamos que votar, que todos ajudem, porque é uma candidatura da nossa terra.”
Podence, a concorrer na categoria de Aldeias Autênticas, que vai receber uma das sete galas que vão anteceder a final, que está marcada para Setembro.

Escrito por ONDA LIVRE

"Bombeiros vão para o terreno com alimento para 24 horas"

Os bombeiros do dispositivo nacional de combates a fogos florestais irão para o terreno, este ano, com alimento para as primeiras 24 horas, anunciou hoje o secretário de Estado da Administração Interna.
Jorge Gomes avançou, em Bragança, durante a apresentação do dispositivo distrital, que esta será uma das novidades durante a época oficial de incêndios florestais, que arranca a 15 de maio e se prolonga até meados de outubro.

"Todos os operacionais vão com alimento para o terreno", garantiu o secretário de Estado, indicando que cada bombeiro levará o respetivo mantimento, que ainda está a ser estudado "por uma estrutura estatal", mas que "há-de ter uma embalagem própria, específica", com "alimentos também próprios para o tipo de atuação e o tipo de ambiente em que eles se encontram".

Segundo o governante, o que vai ser disponibilizado aos bombeiros "é uma alimentação própria especifica para o tipo de teatro de operações onde vão atuar e vão abastecidos para 24 horas".

"O que quer dizer que temos 24 horas para depois organizar todo o tipo de fornecimento e de alimentar para voltar a distribuir se houver necessidade", acrescentou.

A medida resulta, como disse, de uma necessidade detetada, sobretudo na primeiras horas no terreno, em que "leva muito tempo" até que "na associação humanitária se consiga a preparação de refeições e distribuição e, as pessoas, entretanto têm necessidade de se alimentar".

"Um incêndio começa ao meio dia e a pessoa não almoçou (...), às sete da noite ainda está sem comer, porque ainda não está nada preparado?", exemplificou.

O que se pretende é "resolver o problema" e cada bombeiro "ir abastecido para 24 horas e para depois, com calma (se) preparar todo o apoio logístico e toda a distribuição".

A medida "ira facilitar a questão logística nos primeiros momentos" de combate aos incêndios, na opinião do Noel Afonso, o comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Bragança.

O responsável distrital referiu que "em todos os teatros de operações há uma dificuldade, por razões obvias, em compatibilizar os horários de alimentação dos operacionais com a operação", o que "nem sempre é possível".

Agência Lusa

Quase 500 operacionais para a época crítica no distrito de Bragança

O distrito de Bragança conta com quase 500 operacionais para a época crítica de incêndios de 2017, que está a ser antecedida por um aumento de ocorrências e área ardia em relação a 2016, foi hoje anunciado.
Entre janeiro e 26 de abril de 2016, o distrito registou 19 ignições e contabilizou 22 hectares de área ardida, números que dispararam no mesmo período de 2017 para 262 ignições e 1.072 hectares de área ardida, como revelou, em Bragança, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

O governante ilustrou com os números do distrito de onde é natural o panorama nacional, com 2017 a ser encarado como "um ano atípico" devido ao elevado número de ocorrências, com quase onze mil hectares ardidos entre janeiro e 26 de abril, quando em igual período de 2016, foram contabilizados 350 hectares.

Quase todos os 12 concelhos do distrito de Bragança apresentam "elevada suscetibilidade" para a ocorrência de fogos. Ainda assim, o comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), Noel Afonso, expressou confiança em relação à época crítica que se avizinha.

Durante a apresentação do dispositivo especial de combate a fogos florestais para 2017, Noel Afonso afirmou que os meios são semelhantes aos do ano anterior e "serão os adequados para fazer face ao planeamento e ao risco existente no distrito" e "permitem encarar com confiança a próxima época".

O comandante distrital reconheceu que "este ano de 2017, efetivamente, está a ser um ano muito atípico por falta de precipitação e em que o número de ocorrências tem superado em larga escala as ocorridas em 2016 para o período homólogo".

Além de 481 recursos humanos, o distrito conta, na época de incêndios florestais, entre 15 de maio e 15 de outubro, com 115 recursos técnicos, três helicópteros e o aumento das brigadas de combate de duas para quatro.

Jorge Gomes em Izeda aproveitou o dia de sábado onde esteve a presidir à cerimónia de assinatura de protocolo para constituição de EIP na AHBV daquela localidade, e também assistiu a formação para socorro em acidentes com tratores agrícolas.

Entre outros meios comuns ao resto do país, o distrito conta ainda com 12 máquinas de rasto, a maior parte das quais disponibilizadas pelas Câmaras Municipais e outras por corporações de bombeiros.

O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, revelou que o concelho registou, em 2016, um total de 68 incêndios florestais e que este ano já soma 64.

O autarca referiu, ainda, a importância da comunidade para esta problemática, indicando que 45% dos alertas neste concelho são dados pelas populações locais.

Agência Lusa

1ª Feira de Sabores das Arribas em Sendim

A vila de Sendim, através de diversas entidades, está a promover a 1ª feira da de Sabores das Arribas numa tenda gigante montada no largo da Vila, com cerca de 20 expositores com os mais diversos produtos regionais com rica tradição no planalto mirandês.
Para os 3 dias estão previstas diversas iniciativas, de onde podemos destacar um seminário sobre Empreendorismo agrícola, Uma caminha pelas arribas, atuação dos Pauliteiros de Sendim e animação pelo Grupo de gaiteiros, fanfarras dos Bombeiros, uma prova de BTT e uma Oficina de apicultura.

A cooperativa Agrícola de Ribadouro vai apresentar o novo vinho, com a marca Mirandum, em tinto e branco, uma aposta para bater o mercado com um produto de grande qualidade, embalado em garrafa e em Box de 5l.

Este vinho novo é todo ele produzido a partir de castas existentes na região do planalto mirandês, é vocacionado para acompanhamento de pratos diários.

A cooperativa de RibaDouro tem já um portefólio de vinhos em tintos, brancos, roses e biológicos, nomeadamente o Mirandum, Pauliteiros, o Lhengua Mirandesa e o Ribeira do Corso.

Esta cooperativa nascida em 1959com cerca de 600 associados, e com cerca de 150 produtores activos, tem vindo a apresentar resultados positivos, ganhando cada vez uma maior confiança, quer dos produtores e associados, quer do cliente final que consume um produto de elevada qualidade, que se insere na região DOC de Trás-os-Montes, sub região do Planalto Mirandês, sobranceira ao douro e arribas internacionais.

Integrada no Projeto: “Miranda CunBida” estão a decorrer paralelamente um roteiro gastronómico onde se promove a Posta de Vitela, o cozido regional, o Cordeiro assado , o Bacalhau assados, e Cozido a Portuguesa, não falta pois onde comer.

Dos cerca de 20 expositores podemos realçar, os doces tradicionais, o vinho, o artesanato regional mirandês, a agricultura biológica, o mel e o azeite.

António Pereira
in:diariodetrasosmontes.com

Ameaça de seca extrema põe em risco milhões na agricultura

“Está o ambiente perfeito para uma seca aguda", diz um agricultor de Castro Verde. Especialistas em ciências agrárias admitem que “tudo pode correr mal” se não chover abundantemente nas próximas semanas.
Foto: ENRIC VIVES-RUBIO
O mundo agrícola aguardava com expectativa que as previsões de chuva feitas em Abril trouxessem alguma precipitação para atenuar os efeitos do tempo seco e dos ventos fortes que se mantêm há várias semanas por todo o país. Mas o clima persiste em manter-se adverso e ameaça assim continuar durante Maio, aumentando a probabilidade de uma estação seca “sem precedentes, com seis meses de calor, baixa humidade relativa e precipitação zero”, admitiu ao PÚBLICO Carlos Aguiar, docente na Escola Superior Agrária de Bragança. A análise que faz diz-lhe que em grande parte do país “há um risco real de se perder tudo”, sobretudo nas regiões de solos muito delgados, onde os cereais plantados dificilmente serão recuperados.

No Sul, após “três anos consecutivos de seca”, a maioria das albufeiras da região registam “valores críticos de armazenamento” reconhece a Federação Nacional de Rega (Fenareg).

Num comunicado divulgado nesta sexta-feira, a federação alerta para as dificuldades que as associações de regantes estão a viver, precisamente “num momento-chave para a campanha de rega” das culturas Primavera/Verão. “Os volumes armazenados nas albufeiras não poderão dar resposta às necessidades” em quase todo o país. Mas é no Alentejo, a suportar o “terceiro ano consecutivo de fraca precipitação” e quando as previsões meteorológicas não são positivas, que a “preocupação é máxima” pelo que possa vir a acontecer nos próximos meses.

Os regantes já questionaram a Agência Portuguesa do Ambiente sobre a activação da Comissão de Gestão de Albufeiras e da Comissão de Acompanhamento da Seca. E vão solicitar ao Ministério da Agricultura a aplicação de “medidas excepcionais” para viabilizar o reforço de água nas albufeiras que têm ligação a Alqueva para “minimizar os efeitos da seca” nesses perímetros de rega.

É na região do Campo Branco, território que se estende pelos concelhos de Castro Verde, Mértola, Almodôvar e Aljustrel, que os efeitos do tempo seco e escassez de chuva mais se fazem sentir. “Estamos a ser confrontados com altas temperaturas do ar e vento seco e forte”, salientou ao PÚBLICO José da Luz, presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), situando a maior debilidade nas culturas de forragens e pastagens que “serão afectadas se entretanto não houver precipitação”. O agricultor que já suportou as contrariedades de sucessivas secas ao longo das últimas três décadas, admite que “está o ambiente perfeito para uma seca aguda”.

Falta de água
As consequências são imediatas. “Receamos estar confrontados com falta de água a do final deste mês, precisamente numa altura em que os animais consomem muito mais líquidos”, disse, sublinhando que até o abastecimento de água às populações de Castro Verde, Ourique e Almodôvar está posto em causa. “É muito grave o panorama a curto prazo”, assegura, referindo-se “à má qualidade e pouca quantidade da água” na albufeira do Monte da Rocha, que “já deveria ter sido contemplado como uma extensão a partir do Alqueva ou da barragem de Santa Clara”, advoga.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já veio confirmar que no período de 17 de Abril a 14 de Maio estão previstos, para todo o território nacional, valores de precipitação “abaixo do normal”. E as temperaturas também têm andado muito acima do normal. 

A primeira quinzena de Abril também se caracterizou por “valores altos de temperatura máxima, muito superiores aos valores normais para este mês”. Nos dias 10 e 11 de Abril os valores de temperatura máxima superiores a 25ºC (dias de verão) observaram-se em cerca de “85% do território nacional”, acentua o IPMA. Os maiores valores diários da temperatura máxima do ar foram registados no dia 11 de Abril em Mora como 32,5 ºC e Rio Maior 32,3ºC. 

E até “as gotinhas de chuva que caíram há uns dias não significaram nada”, observa Carlos Aguiar. O vento que entretanto se fez sentir depressa anulou o grau de humidade que a fraca precipitação possa ter gerado. Para que as reservas de água de superfície fossem minimamente recuperadas, teria de chover abundantemente durante, pelo menos, uma semana.

Referindo-se ao estado do tempo actual e ao dos próximos meses, o docente acredita que se está “num momento-chave em que tudo pode ocorrer francamente mal”. E mesmo que haja precipitação em Maio “não vem resolver o problema dos cereais por estes já se encontrarem em stress hídrico”. Carlos Aguiar adverte que “até nos solos de maior profundidade, se não chover, abundantemente, nos próximos 10 dias, as culturas que ali ocorram serão inevitavelmente afectadas”.

Perda de rendimento
E o que é que pode acontecer se a escassez ou ausência de precipitação se mantiver? Segundo Francisco Mondragão Rodrigues, professor na Escola Superior Agrária de Elvas, “dá-se o encolhimento da espiga, os grãos não enchem e temos trigos de má qualidade que irão para lotes destinados à produção forrageira, que são mais mal pagos”.

Os lotes de cereais de melhor qualidade são destinados à panificação e vendidos a 220 euros a tonelada, enquanto o cereal forrageiro não passa dos 120 euros a tonelada. Por outro lado, como o grão de trigo de menor qualidade tem menos volume, pesa menos e esta condição acaba por se reflectir no resultado final. O que leva a que os agricultores tenham pela frente um ano de penúria. As consequências da falta de água “são extensivas ao milho, e a outras culturas hortícolas como o melão, o pimento, o tomate, etc”, assinala Mondragão Rodrigues, referindo-se àquelas que dependem de barragens com volumes de armazenamento abaixo do normal, o que poderá obrigar ao rateio de água.

Muitas das albufeiras que servem de suporte aos perímetros de rega também abastecem as populações mas quando se verificam situações de escassez, a prioridade é o abastecimento público, elucida o docente de Elvas, corroborando o que diz o seu colega de Bragança: “O cenário não é nada tranquilizador. Se não chover em Maio, as culturas de cereais, as oleaginosas, o olival e o amendoal de sequeiro, serão afectadas, mesmo aquelas que são abastecidas a partir de furos ou poços”.

“E custa-me a crer que chova nesta altura do ano o que deveria ter chovido antes. Duvido que tal aconteça”, vaticina Mondragão Rodrigues, deixando um alerta: A escassez de humidade no solo tem ainda reflexo na criação de condições ideais para a ocorrência de incêndios. A vegetação está seca e não há humidade no ar “e ainda por cima há vento forte que retira do solo e da vegetação a pouca humidade que ainda possa ter”.

Carlos Aguiar descreve o momento crítico: “Nos solos mais delgados, o centeio já está a secar sem espigar e o trevo subterrâneo sem produzir sementes. No ano passado, as árvores dos bosques, os castanheiros e as amendoeiras de sequeiro terminaram o ciclo vegetativo em stress (a queda da folha foi antecipada) porque esgotaram a água das camadas mais profundas do solo que as sustenta na estação seca. Esta água não foi reposta. Para rega, será pouca e racionada, insuficiente para abeberar milhões de turistas, vacas e alfaces. Estão em risco milhões de árvores, milhões de euros em plantações, milhões de euros de exportações. Há planos de contingência? Esperemos que chova...”

Governo vai criar comissão
O ministro da Agricultura Capoulas Santos já reagiu às preocupações dos agricultores. Na quinta-feira, na cerimónia inaugural da Ovibeja, reconheceu que o país atravessa “um contexto algo paradoxal”: por um lado realça-se a vitalidade do sector agrícola que atravessa “um bom momento” mas, em simultâneo, subsiste “grande apreensão face aos sinais que se avolumam de uma seca”.

Capoulas recordou os “terríveis” anos de seca que são cíclicos no Alentejo, cujos consequências a memória dos mais velhos recorda, mas “faltava o Alqueva para resolver o problema”. Agora, “o Alqueva, felizmente, existe e os problemas estão muito atenuados face àquilo que era a realidade anterior”, salientou.

Mesmo assim, anunciou que o Governo está atento e vai criar a “muito curto prazo” uma equipa interministerial para acompanhar a evolução da situação de seca em Portugal e equacionar medidas que se revelarem necessárias tomar.

As preocupações evidenciadas pelo ministro da Agricultura também estiveram patentes na intervenção de Rui Garrido, presidente da Associação de Criadores de Ovinos do Sul, que organiza a Ovibeja. “Começam a ficar comprometidas as pastagens e as culturas arvenses de sequeiro”, alertou o dirigente, chamando a atenção para os baixos níveis de armazenamento de águas “nas barragens públicas e privadas fora do perímetro do Alqueva”. Rui Garrido disse que os agricultores, sobretudo aqueles que se dedicam à pecuária, estão apreensivos sobre o que vai acontecer relativamente “às reservas hídricas para abeberamento dos efectivos pecuários”.

Quando a água é pouca, rateia-se
Apesar da capacidade de armazenamento da barragem do Alqueva garantir o fornecimento de água para rega durante quatro anos de seca sucessiva, as associações de regantes que não foram abrangidas pela concessão da rede secundária de rega que o Governo atribuiu à EDIA em 2013 evitaram sempre requisitá-la alegando que o seu custo era incomportável.
A precipitação sempre ia deixando o volume de água adequado às necessidades dos agricultores até que o tempo seco e a fraca pluviosidade foram esvaziando as albufeiras que dão suporte ao regadio nos blocos de rega do Roxo, Odivelas, Campilhas e Alto Sado, Veiros, Fonte Serne, Monte da Rocha, Vigia, Pego do Altar e Vale do Gaio. A única alternativa está, agora, nos caudais a partir do Alqueva.
Mesmo assim, há quem resista em requisitar água à EDIA, como é o caso da Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) sedeada em Ferreira do Alentejo. Nem a publicação do novo tarifário que oficializa uma baixa nos preços da água entre os 20 e os 33 cêntimos tornou o acesso aos débitos do Alqueva mais atractivos.
Na última assembleia geral da ABORO, os agricultores da associação decidiram ratear a água disponível para não recorrer a fornecimentos vindos do Alqueva. “Temos um volume de 4 milhões de água disponível na albufeira de Odivelas e 25 milhões na albufeira do Alvito”, adiantou ao PÚBLICO Manuel Canilhas Reis, presidente da associação. Ficam a faltar cerca de 11 milhões de metros cúbicos para perfazer os 40 milhões necessários para suprir as necessidades de rega. 
Esta situação decorre da aplicação do novo tarifário de água para rega que implica um aumento “muito significativo” da que é vendida pela EDIA às associações de regantes. Ao preço definido no novo tarifário tem de se adicionar o preço que as associações têm de cobrar aos associados pelos encargos na gestão do sistema de rega. No caso da ABORO, os agricultores ficariam a pagar 5,14 cêntimos por metro cúbico de água, muito superior ao praticado pela EDIA que é de 3,2 cêntimos.
Uma situação confirmada também por António Parreira, presidente da Associação de Beneficiários de Rega do Roxo (ABROXO). Neste caso, a água é vendida a 2,8 cêntimos o metro cúbico. “Se acrescermos os 3 cêntimos que temos de pagar pela água do Alqueva, então a água chega ao agricultor a 5,8 cêntimos o metro cúbico”.
O problema é que 7 milhões de metros cúbicos actualmente disponíveis no Roxo não dá para o ano agrícola, que consome uma média de 30 milhões. “Há aqui uma desigualdade entre agricultores”, refere António Parreira, defendendo um preço de água “compatível” com as culturas.
Considerando que, quer os aproveitamentos hidroagrícolas geridos pelas associações de regantes quer os que estão concessionados à EDIA, são propriedade do Estado e estão no mesmo território, “não se vislumbra igualdade nas condições oferecidas a uns e a outros agricultores”. Um problema se tem vindo a intensificar “em consequência dos sucessivos anos de seca”, concluiu o presidente da Aboro.

Bacia do Sado continua a apresentar níveis críticos 
Nas 61 barragens que integram a rede nacional dos recursos hídricos, do Instituto da Água (INAG), apenas 6 apresentavam no início de Abril, cota máxima (100%). Contudo as suas albufeiras têm baixos volumes de armazenamento, que, no seu conjunto não chegam aos 50 mil metros cúbicos.

A norte do rio Tejo, 17 albufeiras tinham um volume de água superior aos 80%, 9 armazenam entre 50% e 80% da sua capacidade máxima e apenas 4 tinham uma reserva inferior a 50%.

Carlos Dias
Jornal Público

Antigo autarca de Alfândega da Fé responde por terrenos do falhado Funzone

O ex-autarca, de 59 anos, é acusado pelo Ministério Público de três crimes de participação económica em negócio, puníveis com pena de prisão até cinco anos.
Foto: Adriano Miranda
O antigo presidente da Câmara de Alfândega da Fé, o social-democrata João Carlos Figueiredo, começou hoje a ser julgado por negócios que envolvem terrenos destinados ao falhado projecto privado turístico Funzone Village.

Em causa está a aquisição pela autarquia do distrito de Bragança de três terrenos que a acusação do Ministério Público entende terem sido pagos a preços “muito superiores" aos de mercado e das avaliações.

O arguido, actualmente quadro superior do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), quis falar no início do julgamento, que decorre no tribunal de Bragança, para afirmar que não teve “intenção de prejudicar o município, nem beneficiar terceiros”.

João Carlos Figueiredo liderou a autarquia entre 2001 e 2009 e afirmou que entendeu estar a fazer “um bom negócio para o município” quando decidiu adquirir os terrenos, um para o centro escolar e dois para o Funzone Village, que chegou a Alfândega da Fé através da antiga Agência Portuguesa para Investimento.

O projecto de um empresário inglês, Chaby Rodrigues, prometia um investimento de 70 milhões de euros na construção de um complexo turístico na área da barragem da Estevaínha destinado a crianças incapacitadas e famílias.

Ao todo, o município adquiriu a particulares vários terrenos e em causa, neste julgamento estão três negócios com preços díspares em relação aos restantes, nomeadamente um terreno pago a 28 euros o metro quadrado, enquanto noutro contíguo o valor foi de pouco mais de dois euros.

O ex-autarca, de 59 anos, é acusado pelo Ministério Público de três crimes de participação económica em negócio, puníveis com pena de prisão até cinco anos.

Quando a acusação foi confirmada, João Carlos Figueiredo reagiu expressando à Lusa, apesar de tudo, “satisfação” por as autoridades judiciais terem concluído não existirem quaisquer indícios de crimes como corrupção, peculato, abuso de poder ou gestão danosa e não ter tido “benefício próprio”. “Ou seja, em português corrente não meti qualquer tostão ao bolso”, observou.

O arguido pediu a abertura da instrução para rebater a acusação de Abril de 2016 do Ministério Público, mas o juiz confirmou parcialmente os factos e crimes imputados ao antigo autarca e determinou a realização do julgamento, que começou hoje.

O processo iniciou-se com a comunicação ao Ministério Público do relatório de uma inspecção feita ao município pela Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL), a que se seguiram buscas e investigação da Polícia Judiciária (PJ).

O actual executivo camarário, liderado pela socialista Berta Nunes, constitui-se assistente e pede uma indemnização de cerca de 300 mil euros, depois de se ter deparado com penhoras das contas da autarquia e ter renegociado com os visados.

Agência Lusa

Praga de vespas do castanheiro está a preocupar produtores transmontanos

A praga da vespa nos castanheiros foi detetada em vários soutos do concelho de Bragança, nesta que é umas das zonas de maior produção de castanha no país.
Os produtores transmontanos já fazem contas aos prejuízos.


Inovação, Competitividade e Sustentabilidade em frutos secos, fruteiras e olival em discussão em Alfândega da Fé

No próximo dia 4 de maio, no auditório da Auditório da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, em Alfândega da Fé, irá realizar-se o Simpósio de Inovação, Competitividade e Sustentabilidade em frutos secos, fruteiras e olival.
O evento, que contará com um quadro de especialistas de referência nas várias áreas agronómicas e com entidades oficiais, é organizado pela Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé, pela Magos Irrigation Systems - empresa líder no mercado nacional da Rega e pela Hubel Verde - empresa especialista na prestação de serviços de assessoria agronómica e na nutrição vegetal 

Conta também com os apoios e participações do Município de Alfandega da Fé, Associação de Beneficiários e Regantes de Alfandega da Fé, Associação de Beneficiários do Vale da Vilariça e Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros.

Em debate estarão temáticas como a "Cultura do Pistácio",   "As Soluções de Fertilização para Culturas Perenes", a "Fruticultura", o "Amendoal", " Os Sistemas de Rega para as Culturas Perenes" e o "Olival".

in:noticiasdonordeste.pt

Vai ser implementado programa de estímulo e apoio ao empreendedorismo qualificado e criativo na região de Bragança

Mais de 500 mil euros, cofinanciados em 85 por cento, vão ser investidos na implementação do projeto “Eco-Empreende – Programa de estímulo e apoio ao empreendedorismo qualificado e criativo na região de Bragança”.
"Aprovado pela Comissão Diretiva do Norte 2020, o projeto Eco-Empreende será promovido pela Associação para o Desenvolvimento do Brigantia EcoPark com o objetivo de estabelecer e dinamizar uma estrutura de apoio ao empreendedorismo, qualificado e criativo. Para tal, é importante o aproveitamento e a especialização das infraestruturas e serviços de apoio ao empreendedorismo já existentes no território, como o Brigantia-EcoPark, e respetivas valências, bem como a dinamização de iniciativas de deteção e estímulo de empreendedores e de captação e/ou geração de capital humano qualificado, fortemente vocacionado para encetar atividades empreendedoras", refere um comunicado de imprensa do município de Bragança.

A autarquia assume como uma prioridade da sua política local "a criação de novos negócios, e fomentar comportamentos favoráveis ao empreendedorismo junto dos mais jovens, envolvendo, para tal, as escolas, aumentar o potencial empreendedor da região, captar e fixar o capital humanem jovem e qualificado na região e dar maior visibilidade ao ecossistema de empreendedorismo de Bragança, entre muitas outras ações". 

Segundo o mesmo comunicado "Bragança conta, já, com um conjunto de fatores, como a taxa de escolarização ser superior à média da região Norte e do País, a existência de uma balança de comércio internacional positiva (em 2013, segundo o INE, um saldo positivo superior a 60 milhões de euros), a descida do desemprego e a presença de empresas dinâmicas e voltadas para a internacionalização". 

Bragança dispõe, ainda, de diversas infraestruturas e serviços de apoio ao empreendedorismo, como a ampliação da Zona industrial das Cantarias, a ação da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), do Núcleo Empresarial de Bragança (NERBA) e do Brigantia EcoPark - Parque de Ciência e Tecnologia (com competências para a incubação de novos projetos e negócios).

in:noticiasdonordeste.pt

Fundação Côa Parque denuncia "inqualificável" ato de vandalismo

A Fundação Côa Parque denunciou hoje um "inqualificável" atentado contra uma das rochas do parque arqueológico na qual está representada uma figura humana com mais de 10 mil anos, acrescentando que vai participar criminalmente junto do Ministério Público.
"Fomos surpreendidos com a descoberta de novíssimas gravações de uma bicicleta, um humano esquemático e a palavra 'BIK' diretamente sobre o conhecidíssimo conjunto de sobreposições incisas do setor esquerdo daquele painel, onde, como é universalmente sabido, está o famoso 'Homem de Piscos', a mais notável das representações antropomórficas paleolíticas identificadas no Vale do Côa", disse à Lusa o diretor do Parque Arqueológico da Vale do Côa, António Baptista.

Segundo o também arqueólogo, trata-se de um conjunto de gravuras que sobreviveram intactas mais de 10.000 anos e que agora foram "miseravelmente mutiladas pela ignorância de alguém que possa ser rapidamente identificado e exemplarmente punido".

"Este atentado mancha a região", classificada como Património Mundial desde 1998, sendo "uma nódoa no certificado de qualidade, de conservação e de apresentação ao público que a Arte do Côa orgulhosamente ostenta e é por (quase) todos reconhecido", afirmou António Baptista.

O responsável adiantou à Lusa que há já suspeitos do ato contra o património rupestre.

"É um crime que lesa este património mundial e quem tomou esta atitude sabia, aparentemente, os prejuízos que iria causar. É vandalismo puro e duro", enfatizou António Baptista.

Em nota enviada à agência Lusa, os trabalhadores da Fundação Côa Parque afirmam que, durante a vigência do anterior Governo, o sítio arqueológico em causa deixou de ter qualquer tipo de vigilância.

"O ato terá ocorrido entre domingo, quando a rocha foi observada incólume pela última vez, e quinta-feira, quando o seu resultado foi detetado", referiu a Comissão de Trabalhadores do Museu e do Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Os trabalhadores garantem que desde a primeira hora e até à última vez que se reuniram com o Ministro da Cultura têm vindo a alertar para o perigo desta situação e para as possibilidades de vir a ocorrer o que agora aconteceu.

"Esta falta de vigilância nunca foi claramente denunciada publicamente por receio que a publicitação da ausência de vigilância nos sítios, pudesse ela própria potenciar a ocorrência destes atos", esclarecem.

Agência Lusa

Nordest Cycles, a marca de bicicletas sem manutenção

Nasceu uma nova marca de bicicletas portuguesa, a Nordest Cycles, um projeto original e ambicioso do Eng.º Mecânico Pedro Jerónimo, com família em Carção, concelho de Vimioso, e que pretende vender uma bicicleta com zero manutenção para todo o mundo.
As bicicletas são contruídas em cromolibdenio CrMo4130, uma liga de aço usada na aeronáutica, altamente resistente e durável, por uma equipa que realiza artesanalmente a montagem das bicicletas em Espanha, usando peças de alumínio e carbono provenientes das melhores marcas como Thomson, Cane Creek, Chris King, Shimano, FOX.

A ideia é o resultado da visão que, Pedro Jerónimo mentor da Nordest Cycles, tem da região trasmontana e suas gentes, os caretos e as tradições milienares que são imagem de marca dos transmontanos e agora das suas criações mecanicas.

Os caretos somo símbolo dinamito das suas bicicletas

Este elemento inspirador serve para desenvolver todo um projeto e um conceito de bicicletas duras e resistentes, mas ao mesmo tempo leves, silenciosas e funcionais.

“Em 2017 começámos o nosso percurso com a criação da marca Nordest Cycles e desenvolvemos o primeiro modelo da bicicleta. A nossa identidade está inspirada na agreste região de Trás-os-Montes, no Nordeste de Portugal. O escudo simboliza um Careto, elemento característico do tradicional Entrudo trasmontano.” A região do Nordeste é uma terra donde provêm a família de Jerónimo, impulsionador do projeto e que desta maneira rende homenagem às suas origens.

Com vários modelos de bicicletas previstos, lançou a primeira em janeiro 2017 com o nome Nordest Bardino, um nome tipicamente transmontano, modelo que veio apresentar a Bragança e testar nas pistas naturais existentes por todo lado na região.

Após inúmeros testes em provas internacionais com resultados bastante positivos, vai iniciar as vendas a partir de setembro, podendo ser já realizada a sua encomenda através da internet.

Esta bicicleta de enduro diferencia-se das outras pelo desenho do ângulo da direção e pelas escoras muito curtas, com dois tipos de rodas largas 27” plus e 29” que permitem uma enorme comodidade e facilidade de condução nas condições mais duras.

Com bastantes avaliações positivas nas publicações especializadas, os indicadores preveem muito sucesso para Pedro Jerónimo, esta é também uma ótima publicidade para o Nordeste transmontano, que com os seus percursos naturais, espera aparecer como ponto de passagem para este tipo de eventos internacionais.

in:diariodetrasosmontes.com

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Assembleia Municipal exige arranjo da EN217

A Assembleia Municipal de Mogadouro aprovou esta sexta feira por unanimidade uma moção na qual se “exige” a retificação e repavimentação da Estrada Nacional (EN217) entre a ponte de Remondes, naquele concelho, e a aldeia de Lagoa, em Macedo de Cavaleiros.
"A repavimentação da EN217, no troço compreendido a montante da ponte de Remondes, e a aldeia de Lagoa, numa extensão de seis quilómetros é fundamental para quem se dirige deste concelho [Mogadouro] para a A4 e para Bragança", disse o presidente da câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães.
Segundo o autarca, o piso da rodovia está muito degradado e a estrada é muito sinuosa e com pouca sinalização e barreira de proteção e que constitui um perigo para os automobilistas.
A Assembleia Municipal de Mogadouro considera ainda, que as obras terão de ser "urgentes e inadiáveis".

Francisco Pinto
in:mdb.pt

Penso...logo existo

O que pensarão os Bragançanos que votaram, e bajularam durante anos,  os personagens que estão a acampar nas malhas, tardias, da justiça? E há para todos os gostos...e desgostos...!

Bandeira Azul volta a ser hasteada no Azibo em 2017

Foram hoje anunciadas as 320 que este ano voltam a ostentar a Bandeira Azul. No distrito de Bragança, novamente contempladas as praias do Azibo (Fraga da Pegada, pelo oitavo anos, e a Ribeira pela décima quarta vez) e a Praia da Congida, em Freixo de Espada à Cinta. São as únicas praias a merecer a distinção no distrito de Bragança.
Este galardão está este ano a contemplar 30 anos, e o tema deste ano é “O teu planeta é a tua terra”.

As primeiras Bandeiras Azuis de 2017, hasteadas em cerimónia oficial, vão ser a 1 de junho na praia de Ponta Delgada, em S. Vicente, na Madeira, dia 14 na praia da Congida, em Freixo de Espada à Cinta, e  dia 9 na Doca de Recreio de Santo Amaro, em Lisboa.

A Bandeira Azul, recorde-se, é uma distinção ambiental, que anualmente é atribuída às praias, marinas e portos de recreio que cumpram um conjunto de critérios de gestão ambiental, educação ambiental, informação, qualidade da água balnear, serviços e segurança dos utentes. São 320 as praias galardoadas em 2017, distribuídas por 83 concelhos. A maioria (292) são costeiras, e 28 são praias fluviais.

Escrito por ONDA LIVRE

D. Frei Gonçalo de Morais

Bispo do Porto. Nasceu em Vila Franca de Lampazes, concelho de Bragança, a 9 de Janeiro de 1543 e faleceu a 20 de Outubro de 1617 pelas doze horas do dia. Era filho de António Borges de Morais, natural da referida Vila de Lampazes, e de D. Francisca de Morais, natural de Bragança, ambos parentes, pessoas nobres de geração conhecida.
Apenas estiveram casados quatro anos, indo depois a viúva, pela morte do marido, residir para Ansiães com seus três filhos; aí aprendeu gramática Gonçalo de Morais, e tendo catorze anos de idade foi receber o hábito de S. Bento no convento de Refojos de Basto a 29 de Dezembro de 1558.
Foi mandado pela sua ordem a estudar teologia à Universidade de Coimbra, depois do que exerceu várias prelazias na mesma ordem e na Congregação Geral feita em Tibães em 1585 foi eleito geral, para o que muito cooperou a recomendação de el-rei Filipe II. Ficou assinalado o seu generalato pelas sábias medidas que tomou; mesmo depois de concluído o seu triénio prestou à ordem um relevante serviço: era o caso que se tinha introduzido o abuso de entregar a administração económica dos mosteiros a comandatários que, não lhes prestando serviço algum, os exploravam escandalosamente. Eram umas verdadeiras sanguessugas refasteladas em proventosas sinecuras. Em vão gritavam os frades que muitas vezes passavam fome, enquanto os comandatários impavam de fartos. Gonçalo de Morais foi comissionado pela ordem à corte de Madrid dizer da sua justiça e conseguiu que o rei cedesse da corruptela de apresentar comandatários nos conventos beneditinos, facto de grande importância para o progresso da ordem e que foi grandemente celebrado.
Fundou em Santarém o convento beneditino chamado do Milagre em uma ermida que a infanta D.Maria Manuel lhe cedeu, nele foi por alguns anos prior, e depois, sendo bispo, dotou-o com rendas suficientes para prosseguirem as suas obras.
A então vila de Santarém, hoje cidade, receava muito da cólera de Filipe II pela notável parte que tomara na aclamação de D. António, Prior do Crato; mas o caridoso padre tanto instou que conseguiu desarmar as iras do sombrio fundador do Escorial, em memória do que a vila espontaneamente forneceu ao seu protector três mil pedras lavradas para a fundação do convento.
Vagando o arcebispado de Lisboa pela morte de D. Jorge de Almeida, Filipe II concedeu a Gonçalo de Morais uma pensão de quatrocentos cruzados nas rendas deste arcebispado, que ele desfrutou até ao fim da vida, mesmo quando já era bispo do Porto. Cunha e Florez dizem que a virtude de Frei Gonçalo foi o motor que influiu no régio ânimo para tal generosidade; se assim é, parece-nos que não deve entender-se a patriótica.
Terminada a prelazia de Santarém, foi Gonçalo de Morais viver para o convento de Lisboa, de onde foi eleito para bispo do Porto em Janeiro de 1602 e consagrado a 25 de Abril seguinte, tomando posse a 16 de Maio do mesmo ano. Visitou pessoalmente a diocese, assinalando-se pela sua extrema caridade, que muitas vezes o levou a distribuir pelos pobres a cruz peitoral e o anel prelatício à míngua de outros recursos.Mandou fazer de novo a sacristia e a capela-mor da Sé, obra grandiosa que bem mostra a generosidade do seu ânimo, e a pintura do retábulo da mesma incumbiu-a o magnânimo bispo aos artistas mais distintos que no género havia em Portugal. O altar-mor é obra do italiano Valentim, discípulo de Miguel Ângelo, que traçou o desenho.
Também mandou vir do estrangeiro a estante do coro e grades da capela-mor em bronze de grande valor e fez construir de jaspe o púlpito, em que a arte excede muito a matéria, diz D. Rodrigo da Cunha.
Além destas obras, outras de somenos valor fez na mesma Sé, rasgando friestas para maior divisão de luz e enriquecendo-a de muitos ornatos de prata, ouro e outros guizamentos.Mandou edificar defronte do aljube, ou prisão eclesiástica, uma capela dedicada a S. Gregório para que os presos pudessem ouvir missa, e para a sua fábrica bem como para a da capela-mor da Sé comprou uma renda de 120$000 réis de juro, de que constituiu administrador o cabido.
O brasão de armas do Ilustríssimo
Senhor Dom Frei Gonçalo de Morais :
 pedra de armas da capela da casa de Selores :
 Carrazeda de Anciães
Acabou a capela de Nossa Senhora da Saúde, começada pelo bispo D. Frei Marcos no claustro da Sé, e em nichos especiais mandou recolher os restos mortais dos bispos seus antecessores, que repousavam em diversos locais daquele templo, colocando-lhe epitáfios indicativos dos nomes de cada um em lâminas de bronze.
Estes trabalhos materiais não lhe impediam a suma vigilância espiritual que sempre lhe mereceu a diocese. À hora da morte mandou distribuir pelos pobres tudo quanto tinha, sem reservar coisa alguma.

Escreveu: Dois catálogos dos bispos do Porto, obra que forneceu a D. Rodrigo da Cunha muitos subsídios para a sua História.
O Portugal – Dicionário histórico, artigo «Morais», diz que este bispo deixou escrito um tratado em latim e vinte e cinco sermões pregados até ao ano de 1610, quando era bispo.


Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

Quando as apps são bem-vindas na sala de aula

Os alunos do Agrupamento Vertical de Escolas de Macedo de Cavaleiros estão a promover concursos de leitura diferentes. 
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Aos pares, escolhem textos de autores estrangeiros, onde só os mais novos, de 4º ano, têm direito a ler na língua materna. Os restantes, lêem em inglês. Depois, é-lhes pedido que façam download de uma aplicação, que vai permitir avaliar a interpretação de texto de cada dupla. Uma iniciativa inserida no programa Erasmus +. A jornalista Tânia Rei acompanhou uma sessão desde concurso com turma do 9º ano.

Um concurso de leitura onde cabem as novas tecnologias

Textos, com origem em 6 países diferentes, que são lidos, sim, em papel, e depois entra uma aplicação para smartphones e tablets. “Depois da leitura, e usando uma aplicação na internet, vão responder a um questionário, de 10 perguntas e de escolha múltipla, sobre o texto. E têm duas perguntas que exigem outras capacidades, como estabelecer relações entre aquele texto e outras coisas que viram e leram, ou músicas, filmes. No fundo, refletir sobre a realidade do país que estão a visitar no texto e o país de origem”. É Fernanda Vicente, professora, quem apresenta esta inovação, inserida no programa Erasmus +, que une Portugal à Polónia, Itália, Turquia, Bulgária e Roménia: “Há alunos que já estão habituados a usar os telemóveis com diversas aplicações, e alguns deles usam-nas para fazerem apresentações de trabalhos na escola. Não há novidade para alguns, apesar de ser sempre diferente. É mais motivador este sistema do que fazer cruzes em folhas de papel”, considera a docente.

O João fez de júri neste concurso. A Maria e a Francisca estiveram no papel de participantes. Esta parece ser uma experiência que apreciam. “É bom, há mais interação”, diz à Onda Livre o João. Já para Maria “há menos pressão” quando não é a professora a perguntar, além de ser de escolha múltipla. Um trabalho a pares, que, na opinião da Francisca, permite ainda um maior convívio entre os colegas.

Uma nova forma de ler e de interpretar texto, com os telemóveis, e outros dispositivos móveis, a serem bem-vindos à sala de aula. Fernanda Vicente não tem dúvidas: “A verdade é que alguns de nós (professores) continuam a resistir. Mas também é um facto que quanto mais persistirmos em travar a entrada na sala de aula, pior será”. E deixa a pergunta:” As tecnologias fazem parte da vida dos alunos. Porque não introduzi-las na sala de aula?”

As novas tecnologias a entraram cada vez mais no ensino, nas salas de aula do século XXI.

Escrito por ONDA LIVRE

Antigo autarca acusado de três crimes por negócio com terrenos

O antigo autarca de Alfândega da Fé, João Carlos Figueiredo, acusado de participação económica em negócio e aquisição de três terrenos para autarquia por valor superior ao de mercado, começou a ser julgado esta sexta-feira no Tribunal de Bragança.
O Tribunal Judicial da Comarca de Bragança (juízo de competência genérica de Macedo de Cavaleiros), pronunciou o arguido pela prática de três crimes de participação económica em negócio, nos precisos termos em que fora acusado pelo Ministério Público.



Glória Lopes
in:mdb.pt

Homem de 42 anos morre em capotamento de trator

Um homem de 42 anos morreu, ontem, em Caravelas, concelho de Mirandela, vítima de um acidente com uma máquina agrícola.
Tudo indica que o acidente terá acontecido, ao fim da tarde, quando a vítima estava a realizar trabalhos agrícolas num olival. Por razões ainda por apurar, o trator que conduzia terá capotado e a vítima terá ficado debaixo da máquina agrícola, provocando morte imediata ao homem de 42 anos, solteiro, motorista de uma empresa de transportes.

O alerta só foi dado, perto das 21 horas, quando alguns populares se deslocaram à propriedade agrícola, depois dos pais terem manifestado preocupação pela demora do filho.

Para o local, foram acionados os bombeiros de Mirandela, com uma viatura, e ainda a ambulância SIV do INEM, mas já nada havia a fazer.

O óbito foi declarado, no local, pelo delegado de saúde de Mirandela, e o corpo seguiu para a delegação do Instituto de Medicina Legal do hospital de Mirandela.

As investigações sobre o acidente estão a cargo da GNR, que também esteve presente no local.

Informação CIR (Rádio Terra Quente)