A agricultura é, cada vez mais, uma aposta de empresários da região, nomeadamente nos municípios da terra quente transmontana. E devido a essa tendência estão a chegar ao nordeste transmontano muitos estrangeiros vindos da Roménia, Ucrânia, China, mas sobretudo da Bulgária.
Em Alfândega da Fé, por exemplo, os búlgaros são uma comunidade com cerca de 100 pessoas residentes, todo o ano na vila e com alguns problemas de integração. Na altura do Verão com a apanha das frutas na Vilariça, o número de imigrantes chega a duplicar.
Para colmatar essas dificuldades foi criado em Alfândega da Fé o CLAIM- Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes.
Segundo a autarca, Berta Nunes, este centro vai fazer uma vigilância às condições de trabalho a que os estrangeiros são sujeitos.
“ A verdade é que neste momento estamos com dificuldade em ter pessoas que trabalhem à jeira e os búlgaros estão neste momento a dar uma resposta à nossa agricultura e têm alguns problemas. Há casos de tráfico de seres humanos em que uma pessoa recebe o dinheiro por todos e só lhes dá uma pequena parte do que recebe, temos situações que em vez de pagarem a jeira normal pagam apenas metade, temos várias situações de exploração que convém alertar as pessoas de que isso não pode ser feito e que nós estamos atentos a isso”, explica.
Além disto, o centro é também uma forma de apoio aos mais jovens para os integrar na comunidade e “sobretudo na escola para que conheçam os seus direitos como cidadãos portugueses.”
Este projecto tem sede em Alfândega da Fé, mas é um Plano Intermunicipal para a Integração de Migrantes, foi candidatado pela Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana. Tem um valor de 128 mil euros, com um financiamento de comunitário de 75%. Uma união que a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, considera inovadora no contexto nacional.
“Este é um projecto que faz sentido, já que é uma realidade que acontece em vários municípios. Se juntarmos todas essas pessoas, tivermos uma estratégia intermunicipal conseguimos uma resposta mais consolidada. Aqui a associação de municípios teve esta capacidade de perceber que se unindo tinham mais capacidade de unir recursos, conseguir mais dinheiro e ter uma intervenção mais concertada”, refere.
Um projecto que vai apoiar imigrantes, emigrantes que regressam às origens definitivamente ou mesmo refugiados, desde os aspectos burocráticos e administrativos, junto da segurança social, finanças, centro de emprego, até à sua integração na sociedade.
Escrito por Brigantia
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