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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

O Verbo (1920/1989) - Crónica de Estácio de Araújo - 1969

O Verbo raramente entrava na Igreja. 
Quando podia ia aos velórios, na altura em que decorriam em casa do falecido ou da falecida.
O Verbo não era de Igrejas.
Numa tarde, quente, ocupávamos a mesa à entrada do lado esquerdo, o Verbo estava a tentar convencer-me para ficar uns dias entregue ao estabelecimento.
Um amigo dele, de Milhão, de nome Abel, (a quem o Verbo um dia ajudou) tinha vindo do Brasil passar férias.
Convidou-o para umas férias de 15 dias em Paris. 
O "cara" disse ao Verbo que tinha de arranjar um tradutor. Foi fácil. O Verbo foi falar com o sr. Costa, empregado do Chave D'Ouro.
 Não era por acaso que lhe chamavam o Francês. Descendente de gentes de Argoselo, de pequeno foi para a França, e só regressou para cumprir o serviço militar. E por cá ficou. 
Mas faltava transporte.
O Abel disse ao Verbo que tinha que "pegar" um táxi. 
Para o Verbo era tudo fácil. Contratou o CAMON (que era de Labruge , perto de Matosinhos) e que na altura estava a trabalhar para o sr. Aniceto. 
E lá foram os quatro 15 dias para Paris, por conta do Abel, para um dos bons hotéis da cidade Luz.
Ainda não me esqueci do que ia contar a propósito de o Verbo entrar pouco nas Igrejas.
A ida para Paris, ficou combinada.
Entretanto entra um senhor de idade, utente do Albergue. Enquanto subia as escadas ia rezando e pediu uma esmola.
O Verbo em tom de "brincadeira" disse-lhe que ali não era nenhuma igreja para rezar. O senhor amarrou a cabeça, deu meia volta, e ao descer as escada ouviu-se este desabafo:"
Mais um Padre Nosso que foi para casa do c......." O Verbo levantou-se, chamou-o, e deu-lhe de comer e beber. O senhor passou a ser mais uma visita quase diária.



Estácio de Araújo
Estórias de 1969

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