O eurodeputado do Partido da Terra, José Inácio Faria, esteve em Vimioso a propósito das autárquicas de 1 de Outubro e falou sobre a descriminação de que a região transmontana é alvo, diariamente, por parte do poder central.
José Inácio Faria refere que as assimetrias são acentuadas na sociedade e na geografia portuguesa, com um interior cada vez mais envelhecido e desertificado, e com as oportunidades a florescer no litoral.
“A política, não só autárquica como nacional, tem defendido que os concelhos que estão no litoral é que necessitam de apoios. Isto é errado. Não pode haver concelhos de primeira e de segunda. Este concelho, de Vimioso, é de primeiríssima. Aqui produz-se riqueza”.
O eurodeputado refere que os jovens deixam o interior para tentar a sorte mais perto das grandes cidades, onde sentem que pode haver uma oportunidade. José Inácio Faria exemplifica com uma sucessiva perda da dinâmica local no interior fruto das políticas nacionais.
“Não podemos criar uma dinâmica local tirando tribunais, tirando centros de saúde, retirando competências às juntas ou, pelo contrário, dar demasiadas competências às juntas quando não há orçamento. Portugal não é só litoral. Portugal não é só Lisboa e Porto”.
O representante do Partido da Terra explica que se é possível atrair turistas ao Alentejo, Algarve, Minho e Beiras, também é possível trazê-los para Trás-os-Montes, para que “consumam e invistam por terras transmontanas”. José Inácio Faria atribui essa falta de investimento a “uma falta de vontade política para fazer esta região crescer”.
Quanto à descentralização de competências, de que muito se têm falado, José Inácio Faria é implacável. Refere que é um discurso “muito bonito” mas é preciso que sejam dadas condições às estruturas locais para executar essas funções, que lhes são atribuídas.
Escrito por Brigantia
Débora Lopes
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