O mote da conversa foi "A evolução da paisagem e o fogo", um tema actual, relevante e controverso.
Henrique Pereira dos Santos defende que a gestão das aldeias é prioritária e é preciso uma gestão dos territórios mais consertada.
"Não há uma resolução de problemas dos fogos, o que há é uma gestão do fogo, que torna as coisas compatíveis com a sociedade que nós temos, que não ponha pessoas em risco, bens, etc. Para isso, em algumas circunstâncias precisamos de ter mais fogos e não menos. Agora, é o fogo que nós queremos. A alternativa não é: arder, ou não arder! A alternativa é arder quando queremos e da forma que queremos. O que pode implicar, por exemplo, a utilização do gado, mas também do fogo controlado. Ou então arder da forma como não queremos, e da forma como não queremos. A ideia que existe em não arder é uma ideia errada", refere Henrique Pereira dos Santos
Defende a teoria que nunca se conseguirá eliminar os fogos, mas poderá existir uma política de diminuição de risco dos mesmos.
"Nós temos que encontrar mecanismos novos e não usar os mecanismos de há 50 anos, pois esses já não funcionam, para quebrar essa continuidade de combustíveis, para conseguirmos gerir o fogo. Não é eliminar o fogo porque isso não existe. quando as pessoas dizem nós temos que acabar com os fogos. Não! Ninguém se lembra de dizer que temos de resolver o problema dos sismos, pois não?Nunca se consegue acabar com os fogos pois é um elemento tão natural como os sismos. "O que eu procuro explicar é que isto é um processo muito natural", defende o arquitecto.
Esta tese foi defendida no Café de Ciência que promove tertúlias de debate e o último centrou-se no tema "A evolução da paisagem e o fogo". O convidado foi o Arquitecto Henrique Pereira dos Santos
Henrique Pereira dos Santos trabalhou nas áreas protegidas de Montezinho, Peneda-Gerês e Serras de Aire e Candeeiros. Foi também Vice-Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade vários anos e participou na coordenação do Plano Sectorial da Rede Natura 2000.
Actualmente é Presidente da direcção da Montis - Associação de Conservação da Natureza, com sede em Vouzela, Viseu.
A próxima edição do Café de Ciência vai decorrer no próximo 16 de fevereiro, com a apresentação de Moisés Lopez, da Universidade da Corunha, com o tema da Poluição Ambiental e os usos de químicos.
Escrito por Brigantia
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