CARAVELAS situa se já na Serra de Bornes, para os lados da estrada que vai de Macedo para Moncorvo pela Vilariça. Fica a mais ou menos 18 km para ESE da cidade de Mirandela, a cujo concelho pertence. A arqueologia dolménica e castreja que ali tem sido posta a descoberto nos últimos anos leva nos a concluir que o povoamento do local é, pelo menos, pré-romano. Teria pertencido ao `Filar de Ledra', mas estava praticamente despovoada nos começos do século XII. Só depois se reiniciou o repovoamento. Como paróquia foi instituída depois da Idade Média, desmembrada da de Santa Marta de Bornes, e tendo como orago S. Brás. Foi sempre do termo de Bornes, aparecendo no século XVIII como pequeno concelho, onde passou a haver Juiz de Vara, homens de "acordo", quadrilheiro e jurados, dependente do de Mirandela.
Até 31 de Dezembro de 1853 pertenceu ao concelho de Cortiços, e, com a extinção deste nessa data, é transferida para o de Macedo de Cavaleiros. Em 24 de Outubro de 1855 passa finalmente para o de Mirandela. Foram seus donatários os Marqueses de Távora até 1759, data em que a posse é da Coroa até 1834. Em 15 de Março de 1864 é lançado um decreto que cria uma escola primária.
Foi em 1950 que atingiu o maior número de residentes com 467 pessoas. Em 1960 tinha I professora, 4 proprietários e 2 mercearias registadas. Em 1991 tinha 371 e em 2001 só eram 269 habitantes, e, destes, 134 pertenciam ao sexo masculino. Como ocupação, são
tradicionalmente agricultores e usam ainda processos tradicionais de cultivo das terras, embora já haja alguma mecanização. A pecuária ajuda nos trabalhos e nos proventos para que a vida se torne mais remunerada. Azeite, algum, mas sobretudo a castanha e os cereais, são os produtos que mais lucro dão. Ultimamente algum gado e algumas árvores de fruto, bem como explorações hortícolas têm ajudado bastante a economia dos locais.
A Igreja Matriz, as casas tradicionais transmontanas, o Largo Principal onde se juntam e conversam para descansarem um pouco, e onde está uma fonte jorrando abundante água fresca, com um tanque/bebedouro dos animais ao lado, tudo com granito, a Escola Primária, são localmente pontos de referência obrigatórios. Como também a Associação Cultural, a Casa do Povo, o Lavadouro público e as largas varandas em madeira de muitas das suas habitações.
Em 1995, em Caravelas existiam ainda: 1 barbeiro, 1 carpinteiro, 1 ferreiro, 1 ferrador, 4 pastores, 1 negociante, 4 pedreiros e 2 artesãos. Uma tecedeira fabricava mantas nó tear, e um carpinteiro fazia arados e jugos para os bois. Tinha 12 estudantes a partir do 5° ano, e, na primária, 4 alunos do 1 ° ano, 5 do 2.°, 4 do 3.° e 5 do 4 °.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
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