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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Na exposição 'Humanidade', a pintora Graça Morais mostra-nos que o mundo é tormentoso

Uma série inédita de desenhos e pinturas sobre papel, eis o generoso presente que Graça Morais nos oferece quando o “seu” centro cumpre uma exemplar e profícua década de existência.

Humanidade surge sob “o signo da metamorfose” e, explorando, aparentemente, as ressonâncias kafkianas desse clássico literário, a pintora apresenta trabalhos em que o gafanhoto (símbolo da devastação, um inseto-arma de destruição maciça) assume o protagonismo. Levemente pinceladas ou traçadas a grafite, numa aguada de cinzas que nada têm que ver com os tons fortes duma boa parte da obra da pintora, estas criaturas são alvo de uma ambígua transfiguração − e de uma desmaterialização que as transforma em fantasmas distantes (da nossa pacata realidade?) e em espetros de si próprias. Resultando de um gesto mais abstratizante do que é habitual, embora a artista tenha usado imagens preexistentes nos jornais e revistas, estas figuras servem a denúncia de Graça Morais, testemunha militante dos tempos difíceis. Aqui identificam-se comportamentos e dramas humanos atuais: uma mãe que segura o filho ao colo, um grupo de homens encostados a um muro, refugiados, vítimas, gente perdida.

“É uma exposição intimista: são cerca de 80 obras de pequeno formato, dedicadas a retratar as pessoas mais desfavorecidas. É a humanidade a querer encontrar o seu lugar”, descreve Jorge da Costa, curador. O também diretor do CACGM sublinha: “Nesta série, essa questão está mais voltada para a figura humana, é mais introspetiva. Como se cada anónimo e cada drama fossem importantes, individualizados. A pequena escala obriga o visitante a aproximar-se: ele olha as obras, mas estas também o olham.” Continuamos à beira do abismo, portanto.


Humanidade > Centro de Arte Contemporânea Graça Morais > R. Abílio Beça, 105, Bragança > T. 273 302 410 > 30 jun-24 fev, ter-dom 10h-18h30 > €2,03


Sílvia Souto Cunha
VISÃO

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