(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Um ano antes da entrada quase triunfal em Bragança, este veículo foi apresentado aos Bragançanos ainda como havia chegado do fabricante, ou seja sem carroçaria.
Dá para entender como se esperava naquele tempo, conseguir uma viatura que fosse de alto valor técnico e que, pela sua conceção e design, pudesse prestigiar a Corporação.
Como era costume que ainda se mantém, no dia oito de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do B.V.B., havia desfile e procedia-se à bênção das novas viaturas e outros equipamentos.
O cerimonial era presidido pelo comandante João Baptista Martins (Macacão) e estavam presentes as autoridades civis e religiosas.
Benzeu a viatura S.E.R. o Bispo de Bragança e Miranda, que se congratulou com o acontecimento. Rejubilou a assistência e os bombeiros.
Depois do toque de clarim, dado pelo Dadá, recomeçaram o desfile.
À frente o Miguel Ripolã, sentado no descapotável no lugar ao lado do condutor Mário Careca, segurava um machado de tamanho avultado. Nos assentos anteriores, sentavam-se o Joaquim Chamorro, o Zé Carlos, alfaiate, o António Micho, o Fraga e o Cantaria. Apeados e em formatura militar, seguiam os restantes elementos dos B.V.B..
Terminavam as celebrações com almoço no Cura, onde se faziam os brindes da praxe.
O Chevrolet ficou em exposição na Praça da Sé e teve como ocupante permanente o Mandarim, que com uma piela grande a dizer com o dia, agarrado ao rádio que nunca largava, dizia “Mandarim, mandaroques, quem manda manda bem e quem manda é o Mandarim”.
Só quando recolheram o Chevrolet ao quartel, o Mandarim aceitou abandonar o novo Carro da Bomba.
Preserve-se o veículo e preservemos a memória dos antigos Bombeiros Voluntários de Bragança.
A. O. dos Santos
(Bombadas)
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