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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Tasca brigantina de um criativo Zé Tuga

No terreiro de castelo de Bragança, um dos mais bonitos de Portugal, um espaço tem nome de tasca, mas é um restaurante com uma cozinha que enaltece a matéria-prima transmontana, trabalhada com saber e arte e apresentada com criatividade.


Erguido no topo de um morro, a 700 metros de altitude e defendido por uma cerca amuralhada com mais de meio quilómetro de extensão, o castelo de Bragança é um dos mais emblemáticos monumentos da cidade do Nordeste transmontano.

No vasto terreiro interior, a Domus Municipalis, exemplar único da arquitetura civil românica; a igreja de St.ª Maria e o pelourinho assinalam épocas distintas da história da cidade brigantina.

Transpondo a Porta do Sol, destaca-se, do lado esquerdo, o restaurante Tasca do Zé Tuga.

Construção de linhas simples; paredes pintadas a branco e uma agradável esplanada lateral. Outra, de menor dimensão - apenas duas mesas em madeira com bancos corridos - frente à porta de entrada aumenta capacidade da casa.

Nos dias soalheiros, ambas são convite irrecusável para contemplar o castelo, que alberga o muito visitado museu militar, e a bonita torre de menagem com 34 metros de altura.

O interior do restaurante, que se divide por uma sala principal, uns degraus abaixo do nível da rua, e outra em plano superior -- é confortável e aconchegante. Ambiente com um toque de rusticidade, adequado a este espaço onde saltam à vista muitos produtos transmontanos.

À frente da casa, um ex-bancário e apaixonado pela cozinha, que revelou méritos e qualidades no concurso Masterchef. Luís Portugal é um transmontano empenhado na divulgação dos bons produtos da região, que trata com sagrado respeito pela sazonalidade.

Alguma da matéria-prima é confecionada na antiga escola primária de Paradinha, que comprou e adaptou a unidade de produção.

Criatividade, substância e apresentação esmerada definem a cozinha deste restaurante, sem que a se sobreponha aos sabores mais tradicionais.

O típico folar surge logo nas entradas, em que tiras de língua de vitela marinada com azeite do nosso e chutney de pimento começam por surpreender.

O falso corneto de sapateira, com caril, chutney de pimento, maionese de cebola roxa, tomate, vinagre balsâmico e rebentos de alho francês revelou magnífica textura de sabores.

Boa nota para o caldo de couves com hortelã da ribeira, pimenta rosa e orégãos, que antecedeu um dos pratos icónicos: trufa de butelo (desossado) e casulas, com sementes de papoila e mel de castanheiro e urze a darem um toque especial.

Provaram-se ainda o lombelo de porco com batata da serra e legumes, muito saboroso, e o naco de vitela, bastante suculento, a justificar a excelência da matéria-prima.

Nos vários menus de degustação destaque para o 1001 Maneiras do Chef, com o bacalhau - bolinhos, grão, pataniscas e caldo - no papel de protagonista.

As propostas de Trás-os-Montes incluem ainda canelone de alheira com cinco tomates, mas também há cuscuz de butelo, com lombinho de porco marinado.

Na carta de outono-inverno, sobressaem os pratos de caça - javali no pote; Perdiz à morgadinho da Paradinha; coelho frito com azeite -; os cuscuz de pombo, javali ou com carqueja e ainda o tradicional azedo, confecionado à Masterchef.

Um quarteto de saladas e a tomatada de atum tornam mais diversificada a escolha.

Para concluir em perfeita doçura, um chocolate com assinatura.

Boa garrafeira, com referências pouco habituais nos circuitos mais comerciais: os transmontanos Quinta das Cortiças branco e Holminhos tinto, fizeram harmonia perfeita com os pratos confecionados com rigor e muita paixão por um chef que é um excelente anfitrião na Tasca do Zé Tuga, em Bragança.

Onde fica:
Localização: R. da Igreja 68, 5300-025 Bragança
Telef.: 273 381 358

GPS:
Latitude: 41º 48" 12,89""
Longitude: 6º 44" 54,21"" W

António Catarino
TSF à Mesa

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