São Xisto |
Poucas regiões em Portugal possuem o encanto e cativam tanto os turistas como Trás-os-Montes. Trata-se, na realidade, de uma região com várias regiões dentro, todas diferentes e únicas. Separadas por apenas alguns quilómetros de distância, aqui pode observar o nascimento do Parque Nacional da Peneda Gerês na região de Montalegre, os vinhedos do Douro na região do Peso da Régua, as arribas do Douro Internacional em Miranda do Douro e as cores do Outono no Parque Natural de Montesinho. E depois, claro… há a excelente gastronomia desta região do norte de Portugal. Mas talvez uma das coisas que faz de Trás-os-Montes um local tão especial seja as suas aldeias. Nelas, a sua população tenta manter intactas algumas tradições seculares. Longe da azáfama das grandes cidades, estes pequenos recantos, apesar de quase abandonados, são pequenos tesouros por descobrir. Descubra você também 6 aldeias de sonho para visitar em Trás-os-Montes.
1. Gimonde
Gimonde |
Situada no concelho de Bragança, Gimonde oferece a quem o visita o melhor e o mais genuíno da terra fria transmontana, sempre com o calor humano e a arte de bem receber dos seus habitantes. As paisagens soberbas, a riqueza patrimonial e o pitoresco do quotidiano rural fazem de Gimonde o sítio ideal para uma escapadela de fim-de-semana ou férias, em total comunhão com a natureza.
Gimonde |
A freguesia, integrada na orla meridional do Parque Natural de Montesinho, é bem conhecida pelos seus atractivos turísticos, os quais se desdobram pelas vertentes paisagísticas, monumental, arqueológica e, inclusivamente, gastronómica. Na pitoresca aldeia contabilizam-se diversos restaurantes, alguns deles afamados quer pelo atendimento, quer pelas iguarias tradicionais (sobretudo o soberbo fumeiro e deliciosas compotas).
2. Vilarinho de Negrões
Vilarinho de Negrões |
Na margem sul da Albufeira do Alto Rabagão encontra-se Vilarinho de Negrões, uma das aldeias mais pitorescas de toda a região, pelo seu casario ainda relativamente preservado e, acima de tudo, por se encontrar sobre uma estreita e bela península – um pedacinho de terra poupado à subida das águas.
Vilarinho de Negrões |
Vilarinho de Negrões é assim uma terra que se vê diariamente ao espelho e se distingue à distância pela sua perfeita simetria, uma espécie de Jardim do Éden português. Perto, situa-se a freguesia de Negrões, alma gémea, que possui um forno todo em granito. É um monumento a contrastar com canastros esguios, onde o milho e o centeio se conservam. Prepare-se, a região do Barroso é diferente de tudo aquilo que alguma vez já viu!
3. Rio de Onor
Rio de Onor - Bragança |
Rio de Onor pode ter tido origem no povoado medieval de Vinhas Cales, no cabeço do Codeçal, mas sabe-se que pertenceu à Casa de Bragança. Divide o território com a sua homónima espanhola, Rihonor de Castilla. Da tradição e do convívio entre as duas aldeias surgiu um dialecto – o rionorês. Ainda se partilham terrenos e moinhos, na memória fica o rebanho e o boi comunitários, que já não existem. Mantém um modo de administração rural, liderado por dois Mordomos, designados pelo Conselho – assembleia com representantes de todas as famílias da aldeia. A “Vara da Justiça” garante o cumprimento das regras e aplica multas, muitas vezes pagas em medidas de vinho ou azeite.
Rio de Onor |
Está inserida no Parque Natural de Montesinho e na Zona de Protecção da Rede Natura 2000, e reparte o nome com o rio que a atravessa – o rio Onor, também conhecido como rio Contensa. O facto de ser atravessada pela fronteira política faz com que a maioria dos habitantes seja bilingue ou trilingue (português, castelhano e rionorês). Da sua arquitectura tradicional de xisto, destacam-se a ponte romana, a Igreja Matriz e um Castro medieval.
4. Pitões das Júnias
Pitões das Júnias – António Cunha |
Localizada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, no bonito concelho de Montalegre, Pitões das Júnias é uma das mais tradicionais e pitorescas aldeias transmontanas, que tem conseguido manter ao longo dos séculos a sua pequena população e o aspecto medieval, de construções em pedra, sendo um dos principais atractivos turísticos desta região nos meses de Verão, contando já com algumas unidades de turismo ecológico.
Pitões das Júnias |
A origem desta aldeia origem confunde-se com a do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, localizado num vale isolado, consagrado à Senhora das Unhas que acabou por se tornar Senhora das Júnias. O ano de 1147 será a data provável da fundação do mosteiro das Júnias, como atesta a data gravada no muro da igreja. Sabe-se que a incorporação na importante Ordem de Cister ocorreu no séc. XIII, sendo este o estabelecimento cisterciense mais isolado que se tem conhecimento.
5. Montesinho
Montesinho |
Montesinho é uma aldeia típica transmontana, situada nos contrafortes da Serra de Montesinho, a cerca de 1000 metros de altitude, em pleno Parque Natural de Montesinho. Deixe que a serenidade desta aldeia o seduza e passe uns dias instalado numa das casas adaptadas para turismo, em granito, com telhados em lousa e varandas em madeira, abertas para a serra! Caminhe pelas ruas da aldeia, calcetadas e bem cuidadas, e descubra a Igreja de Montesinho, o Núcleo Interpretativo de Montesinho e o Museu instalado numa casa típica transmontana, onde poderá conhecer a caracterização geológica de Montesinho e os modos de vida tradicionais desta “aldeia preservada”.
Montesinho |
A beleza natural desta região convida a caminhadas demoradas: faça o Passeio Pedestre de Montesinho (10 quilómetros) que o conduzirá por trilhos e caminhos nas aldeias de Montesinho, França e Portelo. Deslumbre-se com a paisagem de contrastes: o verde das pastagens pintalgado por flores coloridas e o dourado e avermelhado dos bosques… Encontra-se no Parque Natural de Montesinho, por isso não se surpreenda se avistar uma águia-real ou uma cegonha negra; um lobo ibérico ou um veado!
6. São Xisto
São Xisto/Ferradosa |
Situada no coração da região classificada pela UNESCO como Património Mundial, São Xisto é um local encantado sobre o rio Douro! Localizada em Vale de Figueira, concelho de São João da Pesqueira, a aldeia é dominada por uma paisagem de cortar a respiração! Para apreciar esta aldeia, bastaria olhar em redor para os montes e vales, o Douro ali tão perto, tradicionais muros de pedra e os socalcos típicos das vinhas nas margens deste rio. Mas os seus encantos não ficam por aqui…
São Xisto |
Deixe-se deslumbrar, também, pelo património diverso desta bonita aldeia, que passam pela Capela de São Xisto, o Mirante Anjo Arrependido, a Fonte Centenária e as diversas casas típicas em xisto. Os locais a visitar, num passeio sem pressas, passam ainda pelos inevitáveis lagares de azeite e de vinho, ou não estivéssemos nas margens do Douro. O cais fluvial do Douro e a estação ferroviária de Ferradosa conferem ainda mais encanto a este local. A aldeia de São Xisto possui particularidades muito específicas ligadas à importância da vinha. Aqui domina, como o próprio nome indica, o xisto, a contrastar com o granito que toma conta da margem oposta.
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