No distrito de Bragança, a greve dos técnicos superiores de Diagnóstico e Terapêutica está a ter uma adesão de 87%, e, em Vila Real, apesar de ainda não estarem todos os dados apurados, estima-se que ronde os 80%. Os serviços mais afetados são os de análises clínicas e radiologia.
Esta é uma greve intercalar que começou no início deste mês, com a qual os profissionais reivindicam a revisão das carreiras e uma nova tabela salarial, como explica Alexandra Costa, dirigente sindical do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica:
“Estamos há um ano num processo negocial com o governo, foi um processo que se iniciou de forma pacífica e em que houve cedência de ambas as partes. No entanto, quando chegamos à transição dos colegas para a nova carreira e tabela salarial, não conseguimos chegar a acordo porque o Governo propõe que 97% dos profissionais fiquem na base da carreira, ou seja, profissionais que já foram sujeitos a processos concursais, que já subiram na carreira antiga, vão ficar com o mesmo salário que um colega que entrou ontem, por exemplo.
Isto é inaceitável.”
Esta é a 5ª greve que estes profissionais de saúde levam a cabo este ano, que apesar de já ter surtido algum efeito, ainda não foi o desejável, situação essa que se continuar, vai obrigar a que a luta se prolongue no próximo ano, acrescenta a dirigente sindical:
“Tivemos uma reunião no dia 10 de dezembro com a ministra e ela estava irredutível.
Fez alguns ajustes na base da carreira mas foram irrelevantes, porque o grande problema aqui é a transição dos colegas para a nova carreira.
Se esta paralisação não surtir o efeito pretendido, vamos voltar à luta já em janeiro. A partir do dia 28 vamos fazer um apanhado de todo este processo, são quatro sindicatos envolvidos, e planearemos novas ações de luta.”
Em greve estão também, a partir de hoje e até sexta-feira, os trabalhadores dos Registos e Notariados.
Na base da paralisação estão questões relacionadas com o sistema remuneratório, a revisão das carreiras e ainda o atraso na abertura de concursos para admissão de novos trabalhadores.
Durante os próximos três dias, estão também em greve os trabalhadores administrativos do serviço de Estrangeiros e Fronteiras e os trabalhadores dos Impostos e Alfândegas, esta última que se prolonga até dia 31 de dezembro.
Escrito por ONDA LIVRE
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