quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O conteúdo da imprensa Bragançana no século XIX

Uma vez identificados os jornais publicados em Bragança no século XIX, importa agora analisar o seu conteúdo. Neste sentido, iremos debruçar-nos sobre o programa ou estatuto editorial de cada um, no qual o diretor ou editor enuncia os traços gerais dos princípios que presidiram à criação do respetivo periódico, bem como a natureza do seu conteúdo, sobretudo nas suas vertentes política e informativa.
Primeira página do 1.º número de O Brigantino

Assim, começaremos por analisar os respetivos “programas” ou “estatutos editoriais”, para depois captarmos os traços fundamentais do respetivo conteúdo, indagando especialmente as coordenadas principais de natureza política, noticiosa e literária.
A primeira impressão que temos da análise dos estatutos editoriais dos jornais de Bragança no século XIX, sobretudo a partir de 1846, é que os mesmos são fortemente motivados por objetivos ideológicos e políticos, incluindo nestes os de cariz religioso.
Com efeito, antes daquela data, apenas existiu o Farol Transmontano. Neste caso, estamos perante um periódico que procurou concretizar os objetivos da Sociedade Promotora dos Melhoramentos da Agricultura do Distrito de Bragança, não se podendo dizer, assim, que se trata de um jornal político, como se pode ver aliás, no seu programa.
Contudo, quando temos em consideração o Boletim Oficial de Bragança, quer em 1846, quer em 1847, verificamos que o seu conteúdo é nitidamente político.
O mesmo acontece com os jornais de natureza partidária, como O Distrito de Bragança, afeto ao Partido Regenerador, o qual irá manifestar a sua afirmação ideológica do seguinte modo: “somos rasgadamente liberais e tal será sempre a índole do Distrito de Bragança; amamos a liberdade e aborrecemos a tirania, mas respeitamos o monarca e as instituições; aplaudimos todas as conquistas do progresso, mas não somos apologistas da revolução armada; queremos a liberdade, mas uma liberdade bem entendida, conquistada pela educação e ilustração do povo: tais são as ideias que sustentaremos sempre”.

A Voz da Pátria, por sua vez, afirmar-se-á claramente defensora do regime republicano e dos trabalhadores: é “este dia [1.º de Maio] consagrado pelo mundo dos trabalhadores à comemoração do seu direito. E esta consagração, sem dúvida, é das mais grandiosas da história da humanidade, porque tem a sua base na justiça, que é o sustentáculo de todo o direito, de toda a liberdade, sem o que não há prosperidade pública, nem bem-estar individual”.
“Quem senão ele [o trabalho] tem feito a história, no esforço de cada homem; tem feito a indústria, o comércio, a agricultura, que são o apanágio de cada povo; tem feito a navegação e as descobertas, ligando o mundo antigo a mundos novos.”
Em Bragança, a maior parte dos jornais do século XIX é afeta aos progressistas, assim se compreendendo porque é que os jornais ligados ao Partido Regenerador surjam noutras sedes de concelho, como é o caso de Carrazeda de Ansiães, Moncorvo (onde, dos quatro jornais que registou, três deles defendiam o Partido Regenerador), Miranda do Douro (o único jornal aí editado no século XIX era também afeto ao Partido Regenerador), não falando de Macedo de Cavaleiros e Mirandela, onde surgiram também jornais ligados ao Partido Regenerador e aos republicanos.
Na última década do século XIX, mas sobretudo na primeira década do século XX, o panorama vai mudar por completo, havendo em Bragança apenas um jornal afeto ao Partido Progressista e vários ligados ao Partido Regenerador.
Não obstante o seu compromisso político-partidário e, algumas vezes, corporativo, praticamente todos os periódicos se afirmam com o grau de isenção e imparcialidade suficiente para não admitirem subserviências a quaisquer interesses particulares, sejam partidários ou classes, como se pode constatar neste texto de O Brigantino: “como porém somos soldado voluntário, que não recebe soldo de favores nem considerações sequer, conservamos uma certa isenção: aos nossos mesmos correligionários políticos não lhes pouparemos a censura amigável quando o entendermos em consciência, nem deixaremos de os acusar quando o merecerem.”
“O que sentirmos a respeito de política di-lo-emos sem rebuço e sem hesitações; e quando houver alguma iniquidade a condenar, destes ou dos outros, trovejaremos sobre ela, fulminando-a com toda a nossa indignação sem dó nem piedade.”
Além da imparcialidade, vários jornais dizem-se defensores de uma certa ética pública, excluindo das suas páginas qualquer assunto que diga respeito à vida particular de quem quer que seja. No entanto, uma análise mais aprofundada, que não vamos aqui fazer, permitir-nos-ia concluir que o conceito de vida particular era muito relativo e estava subordinado aos interesses gerais do ou dos responsáveis do jornal.

O caso do Baixo Clero (1899-1902) revela características específicas, na medida em que as suas preocupações políticas não tinham a ver com os assuntos civis, mas com assuntos eclesiásticos, aparecendo a defender o chamado baixo clero contra a governação do então bispo da Diocese, apesar de o seu diretor se afirmar claramente do Partido Progressista.
Para lá destas preocupações de cariz ideológico e político-partidário, uma outra característica da linha editorial de todos os jornais em análise assentava nos seus “propósitos noticiosos”. Nem outra coisa, aliás, seria de esperar, já que a função primeira que se espera de qualquer periódico é a publicação de notícias ou informações de interesse geral. No ponto seguinte, analisaremos também a natureza desse conteúdo.
Uma terceira preocupação, “a expressão literária”, também é transversal à maioria dos jornais em análise.
As preocupações políticas, noticiosas e literárias são as mais comuns e definem os grandes objetivos de praticamente todos os jornais do século em análise. Daí que vários deles apresentem como lema, junto ao título, as seguintes expressões enquanto definidoras do seu programa e do seu conteúdo: jornal ou semanário “político”, “noticioso” e “literário”, como se pode constatar nos títulos atrás reproduzidos. Um deles, o Norte Trasmontano, diz-se simultaneamente religioso, político e literário.

...CONTINUA...

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

Eu vou a Miranda ver os Pauliteiros

Os Pauliteiros de Miranda são o símbolo local incontornável de Património Cultural imaterial de Miranda do Douro.
Enquanto grupo de danças tradicionais representam uma das principais atrações do nosso concelho, sendo que o trabalho desenvolvido pelos grupos/ Associações têm contribuído de forma exemplar para a divulgação do património, etnografia e cultura mirandesa, bem como o artesanato que lhe está associado.

A preservação desta nossa identidade cultural é uma base sólida para um futuro mais rico, que passa pela contínua divulgação e valorização do que nos pertence.

Neste sentido, e de forma a perpetuar e reavivar a melodia de Rui de Mascarenhas “Eu vou a Miranda ver os Pauliteiros", o Município de Miranda do Douro irá ter um dia por mês onde efetivamente os visitantes possam “Vir a Miranda e ver os Pauliteiros”.

Assim, no último sábado de cada mês serão dançados “Lhaços” pelas ruas da cidade, e desta forma todos os que nos visitam possam desfrutar de um acolhimento salutar bem próprio do povo mirandês.

No próximo dia 23 de fevereiro o Grupo de Pauliteiros da Póvoa fará as honras da casa.

Dez câmaras assinam protocolos com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género

A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade homologou, em Mirandela, protocolos da nova geração de Cooperação entre a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e 10 municípios do distrito de Bragança.
“A ideia é reforçar o compromisso mútuo, estabelecendo linhas orientadoras no percurso dos municípios, no âmbito da Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação – Portugal Mais Igual”, explicou Rosa Monteiro, acrescentando que esta nova geração de protocolos, para além de prever a intervenção na promoção da igualdade entre mulheres e homens, bem como a prevenção e combate todas as formas de violência contra as mulheres e violência doméstica, “também inclui, pela primeira vez, a prevenção e combate à discriminação em razão da orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais”.

Fernando Pires
in:mdb.pt

Falta de habitação social para vítimas de violência doméstica obriga mulheres a permanecer junto ao agressor

A falta de habitação social é um dos maiores problemas com que se deparam as mulheres vítimas de violência doméstica na região.
A carência tem sido constatada pelos técnicos do O Núcleo Intermunicipal de Intervenção em Vítimas de Violência Doméstica e de Género (Niiv), cuja responsável, Joana Ribeiro, admitiu ao Mensageiro que no terreno verificam que não há alternativas para sair de casa. “Muitas mulheres são obrigadas a permanecer junto dos agressores porque não têm autonomia financeira para poder suportar a renda de uma habitação e não querem ir para uma casa abrigo”, explicou a responsável à margem do seminário Violência Doméstica: o fenómeno para cá e para lá das 4 paredes, que se realizou em Alfândega da Fé na passada sexta-feira. 
Ainda assim, existem alguns apoios do Estado para esse efeito, confirmou o Mensageiro.

Glória Lopes
in:mdb.pt

Município de Mogadouro contemplado com 180 mil euros para renovação da nave do parque de exposições

O município de Mogadouro foi contemplado com 180 mil euros resultantes de uma candidatura ao programa de Benefício de Equipamentos Municipais (BEM), destinados à ampliação da nave do Parque de Feiras e Exposições, num projeto global que ultrapassa os 550 mil euros.

A autarquia de Mogadouro espera ultrapassar alguns trâmites legais, “para logo de imediato colocar a obra a concurso que tem um valor global de 550 mil euros”.

Francisco Pinto
in:mdb.pt

Jovem de 17 anos dado como desaparecido pela família

A PSP de Bragança foi informada do desaparecimento de um jovem com 17 anos, natural e residente nesta cidade. Desde ontem à tarde que a família não sabe o paradeiro de Nuno Miguel Alves Rocha, que não regressou a casa.

Segundo uma fonte da PSP, familiares do jovem viram-no pela última vez ontem cerca das 17h00, mas têm conhecimento que outras pessoas o terão visto pelas 23h00, em Bragança.
A última vez que a família esteve com Nuno Miguel, o jovem altura calçava tênis de cor preta , vestia calças de ganga preta justas, uma 'sweatshirt' cinzenta com capuz e um casaco curto de material a imitar o cabedal de cor cinza.

Glória Lopes
in:mdb.pt

Filandorra estreia peças inspiradas em Garrett e Aquilino Ribeiro

A Filandorra - Teatro do Nordeste estreia em 2019 produções inspiradas em Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro e Musset, uma peça criada no âmbito do projeto 'O teatro e as serras' e homenageia Sophia de Mello Breyner Andresen.
A companhia de teatro, sediada em Vila Real, apresentou a temporada 2019 que inclui três novas produções desenvolvidas com o apoio sustentado bienal da Direção-geral das Artes/ Ministério da Cultura.

O diretor da Filandorra, David Carvalho, disse que a estreia nacional da peça 'Frei Luís de Sousa', de Almeida Garrett, acontece a 27 de março, dia Mundial do Teatro, em Amarante.

O palco escolhido é o convento de São Gonçalo.

"Estreia num contexto específico, fora de salas tradicionais embora lá chegue. Iremos ter, em 2019, um conjunto de representações em lugares não prováveis para o teatro", referiu o diretor.

A peça irá desenvolver-se ao longo de três atos, em salas diferentes do edifício, terminando na igreja de São Gonçalo.

Depois, a Filandorra vai para uma residência artística em Sernancelhe, distrito de Viseu, para a criação da peça 'Mestre Grilo Cantava e a Giganta Dormia', de Aquilino Ribeiro.

A estreia está marcada para 27 de maio, em Sernancelhe, a terra natal do escritor.

"Aquilino Ribeiro, um monstro da literatura. Não é a sua obra maior, mas é a obra que escreveu para os seus filhos e é uma experiência singular", salientou David Carvalho.

A compositora Marília Miranda, de Vila Real, criou a letra e música das canções que vão acompanhar esta produção.

Em outubro, em Vila Real, estreia 'Não se brinca com o amor', de Alfred Musset, autor romântico do século XIX, uma peça que vai ter como encenador convidado Filipe Crawford.

David Carvalho disse que este espetáculo sai da sala e "desce aos territórios" no verão, podendo ser representada ao ar livre.

O projeto 'O teatro e as serras' venceu o orçamento participativo 2017 e está a ser implementado nos distritos de Vila Real e Bragança através de cinco polos de criação localizados nas principais serras destes territórios.

A Filandorra está a desenvolver dois desses polos, o da serra de Bornes, que já estreou 'Contas Nordestinas', do escritor António Manuel Pires Cabral.

A 22 de fevereiro estreia "Histórias da Vermelhinha", de Bento da Cruz, criado no polo da serra do Barroso, que se estende pelos concelhos de Boticas e Montalegre.

David Carvalho elencou ainda a participação da companhia em várias iniciativas da comunidade e em eventos tradicionais, como o 'Mil diabos à solta', em Vinhais, o Carnaval de Podence, em Macedo de Cavaleiros, ou a Via Dolorosa, na Páscoa, em Vila Real.

A Filandorra termina o ano associando-se ao centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, com a reposição da peça 'A menina do mar' a 06 de novembro, no Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego.

Com 33 anos de existência, a companhia possui uma rede protocolada com cerca de 40 municípios, já criou 72 produções e contabiliza cerca de 5.000 espetáculos.

Agência Lusa
Foto: João Pinheiro

Autarquia Macedense assegura transporte das aldeias à cidade a metade do preço em dias de feira

A autarquia de Macedo e a empresa de transportes Santos estabeleceram um Contrato de Apoio Financeiro que assegura transporte das aldeias para a cidade nos dias de feira com um desconto de 50% no bilhete.
Uma medida que visa ajudar a dinamizar as feiras na cidade, e que estará disponível nas aldeias onde a empresa já faz transportes, como explica o vice-presidente, Pedro Mascarenhas:

“O transporte terá o custo de metade do valor normal, nos dias de feira, desde as aldeias do concelho até Macedo. Nos sítios onde a empresa faz transportes habituais e ainda de alunos, tem que garantir que as pessoas que aparecerem para serem transportadas a 50% do valor, têm que vir.”

O transporte será feito nos dois sentidos, fazendo a deslocação das pessoas até à sede de concelho e, mais tarde, o regresso às aldeias.

Para já, o contrato está em vigor até finais de junho, mas poderá ser prorrogado, adianta o vice-presidente:

“Este acordo está associado ao período de transporte dos alunos, porque é a altura em que os transportes estão mais alargados. Se correr bem, iremos prolongar o acordo e estender àquelas que não sejam abrangidas. Vamos ver como as coisas correm.” 

Este acordo já está em funcionamento e garante aos munícipes um transporte a metade do preço nos dias de feira municipal em Macedo de Cavaleiros, que têm lugar ao 6, 18 e 29 de cada mês.

Escrito por ONDA LIVRE

Campanha em França para contrariar imagem da língua portuguesa

Associações do mundo lusófono, professores e figuras de relevo da comunidade portuguesa em França preparam-se para lançar uma campanha nacional para promover a aprendizagem da língua portuguesa e, assim, contrariar os preconceitos contra a língua de Camões.
"A língua portuguesa sofre de uma péssima imagem junto dos franceses, e um dos eixos da campanha que vamos promover é mudar essa imagem e fazer do português uma língua atrativa também para os franceses. O português ainda é visto como uma língua de imigração (para os franceses) e não tem o prestígio de uma língua estrangeira como, por exemplo, o chinês", afirmou Anna Martins, presidente da associação Cap Magellan, em declarações à agência Lusa.

A Cap Magellan coordenou este fim de semana na Maison du Portugal, na Cidade Internacional Universitária de Paris, a segunda edição dos Estados Gerais da Lusodescedência. Esta iniciativa reuniu mais de 120 pessoas entre portugueses, cabo-verdianos, brasileiros e angolanos para encontrar estratégias de promoção do ensino do português em França e lançar uma campanha nacional para incentivar a aprendizagem desta língua.

Apesar da língua portuguesa ainda ser considerada como uma língua de imigração, a perceção tem vindo a mudar nos últimos anos. "Do ponto de vista político até nem houve grande evolução, mas nas mentalidades francesas vi as coisas a mudarem aos poucos e tenho visto ainda mais nos últimos anos com o acréscimo do turismo francês em Portugal", afirmou Paul Branquinho, professor de português na escola básica e no liceu de l'Ivroise, em Brest.

Se, por um lado, este professor tem mais alunos luso-descendentes ou do mundo lusófono até ao 9º ano, esta mudança de atitude em relação ao português já é mais visível no liceu. "É nesse público que observamos os efeitos da divulgação da cultura lusófona através de manifestações como o desporto, da canção - e aqui também falo de canções brasileiras que fazem sucesso em França - e ainda com o facto de o português ser uma instituição no nosso estabelecimento", acrescentou Paul Branquinho.

Segundo este professor, falta agora ao português "um lóbi organizado" para promover o seu ensino, contando que na sua região há já "uma estratégia de propaganda" que tem funcionado com a promoção de viagens de estudo anuais a Portugal e da divulgação da cultura portuguesa.

João Gil, coordenador da iniciativa Portugal Maior que vai realizar um inventário dos músicos profissionais portugueses e dos grupos musicais com atividade regular no estrangeiro junto das comunidades portuguesas, esteve presente neste encontro em Paris e considera que a articulação entre Portugal e as associações é a chave do sucesso da língua portuguesa.

"Estamos em contacto, articulando tudo o que é organismo público e não público de forma a comunicar a nossa identidade portuguesa, seja através da língua, seja através da música e até como já acontece com o futebol. Claro que a música é um fator de união brutal e vamos aproveitá-la para darmos um passo em frente no enorme divórcio que tem acontecido entre as partes que compõem Portugal", afirmou o músico.

Este encontro em Paris serviu também para traçar um plano de ação que deverá estar implementado em setembro de 2019, a tempo do regresso às aulas. Desde aprender a como abrir uma turma de português, discutiu-se também como comunicar a campanha do ensino desta língua, definiu-se um calendário e pensou-se como financiar uma campanha desta amplitude, sendo que uma das ideias possíveis será recorrer ao 'crowd funding', muito utilizado por diversas iniciativas cívicas em França.

Agência Lusa

A Assembleia Municipal de Bragança confirmou a posição da câmara municipal de rejeitar 10 dos 11 diplomas de transferências de competências do Governo

A proposta da câmara recebeu 55 votos favoráveis, 12 votos contra e 5 de abstenção
O autarca Hernâni Dias afirma que este foi um processo apressado, por ser ano de eleições, e visto que não se sabe qual o envelope financeiro a atribuir aos municípios defendeu que rejeitar é a atitude correcta, nesta altura.

“Não é correcto nem justo que o Governo pretenda entregar competências aos municípios sem que nós saibamos quanto o Estado está disposto a atribuir pela execução dessas competências. Os municípios não têm neste momento a mínima garantia do que vamos ter ao nível do pacote financeiro associado a estas competências”, destacou.

O autarca brigantino admite que a descentralização de competências pode ter algumas virtudes, mas entende que faltam clarificações sobre as competências a transferir.

“Na questão das estradas há responsabilidades acrescidas, quando há obras de arte, como uma ponte, quem assume a responsabilidade da segurança? O município não tem capacidade técnica para garantir essa segurança e tem de haver clarificação sobre estas matérias”, sublinhou.

Segundo Dinis Costa do PS, o envelope financeiro para esta transferência de competências está já inscrito no orçamento do Estado para 2019. O PS votou contra a proposta da câmara por entende que a autarquia de Bragança está a perder uma oportunidade.

“A câmara municipal de Bragança perde oportunidade de se alavancar a uma posição que lhe permitisse exigir financiamento e outros meios que tanta falta nos fazem. Desaproveitar uma oportunidade para iniciar um processo que envolva todos os munícipes na reivindicação do que resulta assumido pelo Estado central é um erro, porque as verbas do envelope financeiro da descentralização estão já inscritas no Orçamento do Estado para 2019”, argumentou.

O Bloco de Esquerda absteve-se, e Catarina Assis afirmou que “a transferência de competências deve ser acompanhada dos adequados meios humanos, patrimoniais e financeiros”.

Também a CDU se mostrou contra a transferência de competências, mas absteve-se porque entende que o município de Bragança deve rejeitar todas as competências. “A legislação aprovada não garante a transferência dos meios adequados, os mapas referentes ao fundo de financiamento de descentralização não constam do Orçamento do Estado para 2019, em violação da actual Lei das Finanças Locais”, salientou.

A autarquia de Bragança aceitou assim apenas o diploma que diz respeito à gestão dos imóveis do Estado devolutos.

Escrito por Brigantia
Foto: visitportugal.com

IPB assina protocolos para criar oferta formativa adaptada ao mercado de trabalho

Para potenciar o aumento do ingresso no ensino superior e criar oferta formativa mais correspondente às necessidades do mercado de trabalho, foi assinado um protocolo entre a SONAE e Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, o CCISP.
Esta foi a ideia deixada pelo presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos. “Tem sobretudo três dimensões: trabalhar em conjunto com a SONAE para a criação de cursos de curta duração para responder a necessidades claras que a empresa tem nos próximos anos com o plano de expansão. A segunda dimensão prende-se com o desenvolvimento de projectos de investigação aplicada onde queremos é identificar necessidades concretas das várias insígnias do grupo para, através da investigação que se faz nos diferentes centros dos politécnicos, melhorar a performance, o desempenho e a inovação. A terceira dimensão pretende atrair mais jovens para o ensino superior em Portugal”.

Para intensificar a formação em contexto de trabalho, fazer planos de formação e intercâmbio de especialistas, conforme explicou o presidente do IPB, Orlando Rodrigues, além deste, houve um segundo protocolo de cooperação com sete empresas instaladas no Brigantia EcoPark das áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação e Eletrónica. “Temos aqui no Brigantia EcoPark um conjunto de empresas da área da informática que são empresas, algumas delas, com uma grande dimensão. O que acabámos de fazer foi estabelecer uma pareceria duradoura com estas empresas que nos vai permitir formar pessoas já de acordo com as necessidades dessas empresas havendo um diálogo permanente e simultaneamente que possamos desenvolver com essas empresas projectos de inovação, de desenvolvimento. Face às mudanças globais, às necessidades de novos profissionais entendemos que temos que cada vez mais formar”.

Frisando a dinâmica que se está a criar, presente na assinatura destes protocolos esteve ainda o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. “Por um lado, o que se passou nos últimos dois anos e nos últimos meses, de atracção de empresas na área digital, para criar novos postos de trabalho, o protocolo com as sete empresas, mostra bem a dinâmica que se está aqui a criar. Por outro lado, num contexto diferente mas complementar, a assinatura entre um grande grupo e a rede dos institutos politécnicos mostra bem a dinâmica da criação de empresas associadas ao ensino superior”.

A celebração destes protocolos aconteceu no âmbito da Semana Aberta e de Internacionalização e Competitividade do politécnico de Bragança.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Município de Macedo aceita transferência de competências do Governo

O município de Macedo de Cavaleiros aceitou a transferência de todas as competências propostas pelo Governo nesta primeira fase.
O autarca, Benjamim Rodrigues, explica que não quiseram estar a adiar algo teriam de aceitar inevitavelmente:

“Nós aceitamos a delegação de competências,  a proposta foi levada a reunião de câmara e aprovado. Uma vez que teríamos de aceitar estas competências obrigatoriamente no prazo de dois anos, não queremos estar a prorrogar o tempo de incerteza e de expetativa, preferindo começar já a assumi-las, evitando depois ter de fazer as coisas de forma acelerada e precipitada.

Portanto, nós queremos estar já dentro do processo desde início.”

Benjamim Rodrigues considera que a descentralização de competências é uma mais-valia no sentido que vai dar às autarquias o poder de resolver processos de forma mais agilizada, uma vez que se evitam burocracias, explica:

“Sem dúvida.

Por exemplo, nós neste momento temos uma obra que está para ser iniciada há acerca de um ano na escola EB 2/3, e se nós tivéssemos a competência para o fazer já estava feita. Temos estado à espera das burocracias que tem a ver com a tutela, nomeadamente com o Ministério da Educação. Trata-se de uma única assinatura, que se não estivesse dependente do Governo a obra já poderia ter entrado curso e, se calhar, já estaria até terminada.”

Quanto aos envelopes financeiros a transferir pelo Governo para que autarquias assegurarem estas competências, embora ainda não esteja nada definido, o presidente acredita que não será um problema:

“Isso ainda não está definido. As pessoas estão na incerteza se as verbas vão ou ou não ser atribuídas de acordo com a necessidade. O que é certo é que isso é uma premissa que está assumida por parte da tutela e nós acreditamos que isso vai acontecer, portanto, resolvemos aceitar já.”

A proposta foi aprovada em reunião de câmara a semana passada, e contou com a abstenção dos três vereadores eleitos pelo PSD, que explicam ter tomado essa posição “devido a não existir um envelope financeiro para cada uma das competências”.

Os onze diplomas a transferir para as autarquias referem-se às áreas de promoção turística interna, domínio dos projetos financiados por fundos europeus e programas de captação de investimentos, estacionamento público, imóveis sem utilização, estradas, atendimento ao cidadão, habitação, proteção civil, justiça, praias e área dos jogos de fortuna e azar.

Escrito por ONDA LIVRE

Feira do Fumeiro de Montalegre gera 5,7 milhões de euros para a região

As mais de 50 mil pessoas que passaram pela 28ª edição da Feira do Fumeiro, das quais mais de 43% a estrearem-se no evento, contribuíram para uma receita na ordem dos 5,7 milhões de euros para a região.

27 de janeiro de 2019 – A 28ª edição da Feira do Fumeiro de Montalegre, que se realizou entre os dias 24 e 27 de janeiro, ficou marcada por um aumento do número de novos visitantes. Entre as 50 mil pessoas que passaram pelo evento durante 4 dias, cerca de 43% confirmaram que esta foi a primeira vez no certame. 

No total, contribuíram para uma receita de cerca de 5,7 milhões euros para a região. Só no recinto da feira foram contabilizados cerca de 3,1 milhões de euros de volume de negócios, com 82% dos visitantes a gastarem em produtos do fumeiro uma média de 92,14€ por cada dia, valores acima dos registados em 2018. 

Destaca-se que cerca de 86% dos visitantes afirmaram residir fora do concelho de Montalegre, dos quais 5% residem no estrangeiro, e a grande maioria (92%) confirmaram que se deslocaram propositadamente para visitar a Feira do Fumeiro. Para aproveitar a visita, 9% optaram por pernoitar na região, com uma estadia média de 2 noites. Os tipos de alojamento mais escolhidos foram o hotel e o turismo rural. 

No que diz respeito à avaliação da marca “Fumeiro de Montalegre” os visitantes foram unânimes na satisfação global, classificando-a com 4,5 (escala de 1 a 5). Entre os principais critérios estão a confiança transmitida pela marca (4,4), a satisfação das expectativas (4,4) e a relação qualidade preço (4,3). 

Os principais fatores de atração identificados foram a qualidade do fumeiro e a vontade de conhecer e provar os produtos típicos da região. O passa palavra (75%), a televisão, a rádio e as redes sociais (21%) foram os meios de divulgação mais influentes. 

Os produtos mais procurados e comprados foram a alheira (47%), o presunto (39%), a chouriça de carne (35%) e o salpicão (31%). Em cada um destes produtos os visitantes procuraram a qualidade (4,6), relação qualidade preço (4,5) e a origem (4,4), numa escala de 1 a 5. 

Para os visitantes, a Feira do Fumeiro de Montalegre é um importante contributo para o impacto económico para os produtores e comércio local (4,7), para potenciar a imagem, o património e a reputação do concelho (4,7) e para divulgar os produtos regionais (4,6), numa escala de 1 a 5. 

Por último, quando questionados sobre a vontade de ver os produtos com a marca “Fumeiro de Montalegre” à venda em lojas pelo país, 61% responderam afirmativamente. 

Os dados foram apresentados pelo Núcleo de Investigação do ISAG - European Business School (NIDISAG), entidade escolhida pela Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã para conduzir o Estudo de avaliação da marca “Fumeiro de Montalegre” e medição do impacto económico no território. 

Sobre o estudo de avaliação da marca “Fumeiro de Montalegre” e medição do impacto económico no território:
Estes dados divulgados resultam de uma parceria entre o ISAG – European Business School e a Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã. Em termos gerais, nos estudos, realiza-se a caraterização sociodemográfica e o perfil do visitante do evento, avalia-se o impacto direto do evento no concelho de Montalegre (no alojamento, nas deslocações, nas compras/presentes, na feira e nas atividades complementares), o impacto induzido (considerando os gastos na compra de produtos), e identificam-se os principais fatores de satisfação. Analisam-se também os principais meios de divulgação do evento, o grau de socialização dos visitantes e descreve-se o público que revelou a intenção de voltar na próxima edição.

Sobre o ISAG – European Business School
O ISAG - Instituto Superior de Administração e Gestão, também designado ISAG – European Business School, é uma instituição de ensino superior politécnico particular, criada em outubro de 1979, e localizada na cidade do Porto. A sua missão centra-se na preparação dos estudantes para o exercício de atividades profissionais altamente qualificadas, fornecendo uma formação técnica, científica e cultural de nível superior nas áreas das Ciências Empresariais, do Turismo, da Gestão Hoteleira e das Línguas Aplicadas.

Com a constante preocupação de responder às necessidades do mercado empresarial nacional e internacional, o ISAG – European Business School foi pioneiro no desenvolvimento de oferta formativa de nível superior. Atualmente, ministra 4 licenciaturas (Gestão de Empresas, Gestão Hoteleira, Relações Empresariais e Turismo), 2 mestrados (Gestão de Empresas e Direção Comercial e Marketing) e 5 Cursos Técnicos Superiores Profissionais (Restauração e Bebidas, Contabilidade e Fiscalidade, Desenvolvimento de Produtos Turísticos, Gestão de Redes Sociais, e Gestão e Comércio Internacional). Atua ainda na área da formação executiva, desenvolvendo programas de MBA, Pós-Graduação, Cursos de Especialização e Formação In-Company.

A excelência da formação superior do ISAG – European Business School assenta numa equipa de docentes e profissionais altamente qualificados, que alia a elevada formação académica à competência empresarial, mas também na vocação internacional, que confere uma dimensão global à experiência de aprendizagem dos estudantes.

in.noticiasdonordeste.pt

Foi apresentado o Guia Trás-os-Montes do Projecto Voltagem

Teve lugar na biblioteca municipal de Torre de Moncorvo no passado dia 19 de janeiro a apresentação do Guia Trás-os-Montes - Projecto Voltagem.
Na cerimónia esteve presente a vereadora do Município de Torre de Moncorvo, Piedade Meneses e a directora de inovação social da Fundação EDP, Margarida Pinto Correia.

No guia podem encontrar-se as várias intervenções de arte pública realizadas na região de Trás-os-Montes pela fundação EDP, assim como uma breve nota de cada um dos autores.

Em Torre de Moncorvo foram realizadas sete intervenções, três nos Postos de Transformação de Junqueira, Felgar e Larinho, o projecto “palavras soltas” implementado nas caixas de distribuição, a construção situada junto do Cineteatro de Torre de Moncorvo, a montagem de materiais fotográficos e o espelho colocado na parede lateral de um armazém situado na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra.

in:noticiasdonordeste.pt

Plano estratégico de mitigação das alterações climáticas no olival deve estar pronto até 2021

Nesse sentido, foi criado, o ano passado, um grupo operacional constituído pela APPITAD – Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-Os-Montes e Alto Douro – a UTAD, o IPB e outros parceiros que está a trabalhar no sentido de elaborar uma manual de boas práticas em olivais de sequeiro, predominante nesta região transmontana.
Ontem, foram avançados alguns dos resultados do primeiro ano de investigações, durante um seminário no âmbito da programação do Festival de Sabores do Azeite Novo que decorre em Mirandela.

Hoje em dia parece não haver qualquer dúvida que os tempos estão a mudar e as alterações climáticas estão visíveis até na olivicultura, diz Francisco Pavão, o presidente da APPITAD:

“Estamos a 29 de janeiro e as primeiras geadas começaram no início do mês. Tivemos um mês de novembro bastante quente e, logo ai, já notamos que o frio vem muito mais tarde e há muita pouca água.

Isto tem vindo a mudar e os agricultores cada vez mais antecipam a colheria, temos maturações mais precoces e isso tem muito a ver com as alterações climáticas, é claramente notório. Basta correr aqui a região e ver que em alguns sítios onde há 50 anos só haviam castanheiros há agora oliveiras.”

Perante esta realidade, a APPITAD decidiu reunir um conjunto de parceiros com o intuito de criar um grupo operacional para conseguir encontrar formas de ultrapassar os problemas causados pelas alterações climáticas, para que seja salvaguardada a produção e a qualidade do azeite:

“A APPITAD congregou as necessidades dos seus sócios e procurou parceiros, neste caso a UTAD e o IPB, e juntamente com os centros de gestão do Vale do Tua e com o Vimiosense, desenvolvemos este trabalho de modo a conseguir apoiar os olivicultores desta região nos efeitos das alterações climáticas que são uma realidade neste território e, como tal, temos de estar atentos e encontrar formas para mitigar esses efeitos sob a produção e a qualidade do azeite. No fim, iremos lançar um manual de boas práticas do olival de sequeiro, fazendo várias sessões de apresentação e sensibilização dos agricultores para esta região.”

Depois de um ano de trabalho, o grupo operacional está focado na gestão do solo e na recomendação de podas e produtos mais ajustadas à realidade atual, como avança Manuel Ângelo Rodrigues, do Centro de Investigação de Montanha do IPB:

“Estamos com o problema de ter pouca chuva no verão, o que significa que, em teoria, em vez de melhorar a performance, vamos perder produtividade. Isso significa que temos de ser cada vez mais eficientes no que fazemos no olival de sequeiro, e se não for para ganhar, que seja, pelo menos, para não perder competitividade e produtividade.

Estamos a centrar o nosso foco na gestão do solo, utilizando novos produtos, os condicionadores, aplicando técnicas corretas de mobilização e fertilização tradicionais, recomendando podas ajustadas à realidade atual e utilizando produtos mais ajustados. Ou seja, estamos a tentar olhar para o olival de sequeiro e conseguir um pacote de recomendações cuja eficácia esteja já cientificamente provada, para que os agricultores as possam aplicar, tirando dai as mais-valias transformadas em produtividade, em azeite e qualidade.”

E este é um trabalho que merece rasgados elogios da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves:

“É bom vermos o conhecimento de quem trabalhou a ser transferido para os produtores, para que eles possam fazer face a estas questões que todos os dias nos são colocadas e que têm a ver com as alterações climáticas.

Estou certa de que isto trará melhores resultados para a produção porque certamente que vão beber o conhecimento que precisam para a sua atividade.”

Este pacote de recomendações para as boas práticas em olival de sequeiro, por forma a mitigar o impacto das alterações climáticas, deve estar pronto em 2021.

INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM)

2° SESSÃO DAS JORNADAS CULTURAIS FESTIVIDADES DO ENTRUDO

Organizada pela Progestur Cultura, a 2° sessão das "Jornadas Culturais | Porque se Fazem as Festas?" está marcada para esta semana no Município de Macedo de Cavaleiros!
Em contagem decrescente para o período do Entrudo, é tempo de falar sobre estas celebrações e conhecer a importância e o valor destes rituais ancestrais.

Sinta-se oficialmente convidado/a para este debate que, à semelhança da primeira sessão, irá contar com dois painéis de oradores. Contamos consigo, dia 2 de fevereiro, pelas 15h00, na Casa do Careto em Podence, Macedo de Cavaleiros.

Identidades que se comem - Da rusticidade alheireira à intimista Lhéngua Mirandesa, de António Manuel Monteiro.

A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e a Âncora Editora  têm o prazer de a/o convidar para a apresentação do livro Identidades que se comem - Da rusticidade alheireira à intimista Lhéngua Mirandesa, de António Manuel Monteiro.

A sessão, que se enquadra nas Festividades da Amendoeira em Flor, realiza-se no próximo dia 9 de Fevereiro, sábado, pelas 15:00 horas, na Biblioteca Municipal, Largo Dr. Campos Monteiro, Torre de Moncorvo.

O livro Infantil como ferramenta de apoio à Educação Ambiental

Ação de curta duração creditada para professores pela Ordem dos Biólogos

Apresentação:
Esta formação apresenta como lema central usar o livro infantil de cariz científico como ferramenta de apoio à educação ambiental. Pretende ainda dar a conhecer a fauna e flora, nomeadamente as espécies autóctones, e outras que, não o sendo, ocorrem em território nacional. A falta de conhecimento da fauna e flora nacionais constitui uma lacuna da nossa sociedade, havendo um grande desconhecimento da população sobre as espécies locais identificando com mais facilidade espécies exóticas. Cada vez mais o chavão “como gostar e proteger o que não se conhece?” faz mais sentido. A utilização de obras que apresentam o carvalhal e a floresta autóctone como uma história infantil pode, ainda, servir de mote para a aprendizagem fora de portas com práticas que quase sempre motivam os alunos e promovem o desenvolvimento de competências: observação, registo, manuseamento e recolha de espécimes e até contemplação.

Se pretender a acreditação deve preencher a sua inscrição no seguinte formulário: https://bit.ly/2MwPYUX

Se não pretender a acreditação, preencha o formulário indicado no separador "Bilhetes"

Programa
16 De Fevereiro – Parque Ibérico de Natureza e Aventura
14:00h Formação: “O livro infantil como ferramenta de apoio à Educação Ambiental”
. Formadores: Carla Lopes, Celestina Ançã, Mónica Maia-Mendes
16:30h Dinâmicas de grupo no âmbito da narração de contos em educação ambiental
. Formadora: Alexandra Vaz

. Duração - 3 a 4 horas
. Público-alvo – docentes do preparatório, primeiro ciclo e 2º ciclo com interesse em temáticas ambientais.

17 De Fevereiro - Parque Ibérico de Natureza e Aventura
10:30 h Faz de conto lá fora! Histórias, lenga lengas, adivinhas e outras surpresas que nos fazem brincar, sonhar, refletir e aprender. “Era uma vez um menino que crescia encolhido … que forma estranha de se crescer não acham?” Um Faz de Conto sobre o ambiente e o que podemos ainda fazer por ele, um Faz de Conto lá fora!
Dinamização: Alexandra Vaz
. Duração – 1h 30m
. Público-Alvo – docentes do preparatório, primeiro ciclo e 2º ciclo com interesse em temáticas ambientais, famílias, público em geral.

Verde e ar puro

Serra do Marão

–Quando quiser, é só apitar.


Apitei. O telefone não dá apenas chatices, sendo a chatice-mor as contas galopantes: dá também para combinar uns petiscos em tarde azul. A minha cara-metade a acompanhar-me no bolinhas, não vá um tipo tresmalhar-se nos regalos e na pingoleta. Já ao curvetear no Espinheiro, em terras marónicas de Candemil, o verde-terra me acariciou. E na rampinha do restaurante o casal Miranda a receber-nos de braços abertos. Dos sinceros, não dos parlamentares, ainda que estivéssemos na celeste parvónia do eloquente António Cândido, deputado dos quatro costados.

Ela um sorriso permanente, a querer dizer-me que as professoras da primária só assim é que vão lá; ele, também professor, um rapagão musculoso a quem já vi, numa festa de jogos populares, levantar pela argolinha da praxe uma pedra de cento e vinte quilos, tendo-a suspensa, com um garbo e pêras, durante oito segundos e meio.

– Pensei que era em casa de vocês.

– Ora, aqui a dona Ondina Cerqueira é que sabe.

Entrámos no Restaurante Marão e espreitei a cozinha: um odor de coisas que estrelejavam e donde fluía a vozinha perfumada de giestas e rosmaninho. Estou coa minha gente – pensei.

– Um copo de verdinho, já?

– Quatro, pois.

O salpicãozinho, ele também cheio de perfumes, e o pãozinho de quartos de Padronelo aconselhavam a entrada. Era um branco, todo ouro, colheita cuidadosa do profe, de se lhe fazer uma vénia. Fiz. Vai uma canja? Eu não, eu sim, pratos em diálogo de sedas, lá veio finalmente o famoso verde que ali me atraía, dando comigo a pensar que tantas e deliciosas verduras de Candemil me iam reverdecer os cantinhos da alma. Como aconteceu. Estava óptimo. Repeti a dose.

– Como é qu’é, Dona Ondina?

– A minha filha já traz aqui a receita.

Valia a pena esperar que, entretanto, chegava uma travessorra de cabrito assado, com batatinhas louras e salada. Oh santo Deus! Isto em plena quaresma! Olhei por uma janela e pedi desculpa ao Senhor de todas as verduras, pelo desmando. Mais um? Sim, bote lá. Aqui também são boas as papas de grelos à moda de Candemil. Agora?! Não, prà próxima. Já estava a ver… E a desempenada Cerqueirinha, mais versada em letras do que a mãe, acabou por trazer a receita do verde que me circulava, ainda quentinho, nas avenidas do sangue. Ei-la, senhores leitores, experimentem e, se não sair bem, façam como eu: vão a Candemil, ali a poucos quilómetros de Amarante, quem sobe.

Valia a pena esperar que, entretanto, chegava uma travessorra de cabrito assado, com batatinhas louras e salada. Oh santo Deus! Isto em plena quaresma!

“Ingredientes: miúdos de cabrito (fígado, pulmões, coração e rim), trigo de Padronelo, sangue cozido, também do cabrito, salpicão e linguíça (caseiros). Tempo de cozinhado: 1h e 30m. Os miúdos, com uma folha de louro, deixam-se cozer durante 30 minutos e, depois de arrefecerem, partem-se aos bocadinhos miudinhos. Num tacho faz-se um refogado onde se junta o salpicão e a linguíça partidos em bocadinhos. Deixa-se arrefecer uns vinte minutos. A este preparado adicionam-se os miúdos do cabrito, uma folha de louro, um pouquinho de hortelã e água até cobrir. Deixa-se ferver e junta-se o sangue bem ralado e o trigo em pedacinhos”. Só um pormenor: o cabrito convém que seja montês e pese entre 5 e 7 quilos, tanto para o verde como para o assado. Quanto à designação de verde para o acepipe, fiquei a saber que os miúdos, antes de cozinhados, estão verdes, pois.

E pronto. Tomado o café, lá fomos com o jornalzinho Águia do Marão debaixo do braço, à procura de outros verdes. Do ar puro da montanha. Primeiro, a visita sacramental às Furnas de Chelo que, segundo leio no jornal, em texto de Manuel Vilar, diligente pároco da freguesia, “foram sendo destruídas para se alargar o caminho e até para se tirar saibro”. Mal feito, claro está, pois tudo indica que as grutas alinhadas de um lado e de outro da via foram um eremitério em tempos remotos. Daí, com um ferido encanto, alcandorámo-nos até o planaltozinho de Corvachã, estacionando o carro, um pouco antes, para dar uma olhadela ao Penedo Longo, um menhir que, até de longe, mostra envergadura. Vamos lá? Bom, o caminho é de cabras… Outra vez será. Cortámos raminhos de flores, pulmões ao vento, e em breve nos empoleirámos no fraguedo, ao lado da capela de Corvachã, nome que o meu amigo Orlando pensa significar “ chã dos corvos “. Mas não seriam eles decerto a fazer aquelas escavações no fraguedo, em jeito de aras artificiais, que ali nos detiveram por algum tempo. Num dos ombros verdes, verdes da montanha. Os olhos em voo amplo.

– São horas. – Não se esqueçam das papas de grelos à moda de Candemil.


– Não perdem pela demora, caríssimos.


António Cabral
António Cabral - foi um poeta, ficcionista, cronista, ensaísta, dramaturgo, etnógrafo e divulgador da cultura popular portuguesa.

Carrazeda de Ansiães rejeita transferência de todas as competências para a câmara

A Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães chumbou por unanimidade a transferência para a Câmara de todas as competências propostas pelo Governo nesta primeira fase.
Em causa estava a aceitação de competências na área dos jogos de fortuna e azar, praias, justiça, bombeiros, habitação, atendimento ao cidadão, estradas, imóveis sem utilização e estacionamento público.

Graça Martins, da bancada dos Unidos por Carrazeda, diz que o voto contra é justificado pela necessidade de dar mais tempo à câmara para se preparar. “Não se sabe qual o financiamento e penso que também a própria câmara não estará ainda em termos humanos com uma reorganização que lhe permita aceitar todos os poderes quer os que estão aprovados quer os que aí vêm”, destacou.

Natália Pereira, da bancada do PSD, saúda a unanimidade conseguida da Assembleia Municipal, visto que ainda são necessárias mais informações sobre o processo de descentralização.

“Não está preto no branco, não está bem definido, fala-se de transferência de competências, mas depois o essencial que tem a ver com recursos financeiros e humanos, isso não está ainda definido. Estar a aceitar a transferência de competências sem saber exactamente as regras do jogo não me parece bem”, frisou a deputada municipal do PSD.

O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, concorda com o princípio da descentralização de competências, mas sublinha que ainda não houve tempo para amadurecer a forma como a autarquia as poderá exercer.

“Não tivemos tempo para reflectir sobre eles, para pensar numa possível adequação da estrutura para os podermos receber a muito curto prazo e não temos conhecimento dos instrumentos financeiros que nos possibilitarão ou não exercer essas competências”, sustentou.

A Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães chumbou por unanimidade a transferência para a Câmara de todas as competências propostas pelo Governo em 2019, mas vai ter de as aceitar até 2021. 

Escrito por Ansiães FM (CIR)

Junta de Freguesia de Vinhais convida Presidente da República para conhecer condições da EN 103

A junta de freguesia de Vinhais enviou um convite ao presidente da República para que venha conhecer a Estrada Nacional 103 que faz a ligação a Bragança.
Depois de se saber que a intervenção de requalificação da estrada não estava prevista no Plano Nacional de Investimentos, o presidente da junta de freguesia, Marco Costa, achou que esta era uma boa forma de chamar a atenção para o problema. “A ideia surge no âmbito das recentes notícias de que a requalificação da nacional 103 estaria de fora do Plano de Investimentos até ao ano de 2030. Pensámos sensibilizar o mais alto magistrado da nação para a necessidade desta acessibilidade. Para que possa ter mesmo o conhecimento no terreno e sensibilizá-lo para esta urgência”, justificou o autarca.

Depois de várias promessas e visitas de membros do governo, o presidente da junta de Vinhais acredita que Marcelo Rebelo de Sousa pode ter uma intervenção junto da tutela para que o projecto avance. “Secretários de Estado e outros membros do Governo já visitaram este troço e ainda não houve nenhuma resposta mais concreta, agora porque não sensibilizar o próprio Presidente da República”, destacou.

O convite seguiu na semana passada por correio, por isso ainda é cedo para saber qual a resposta do Presidente da república, mas Marco Costa tem esperança que o convite seja aceite.

“Sabemos que são feitos muitos convites ao Presidente da República, mas temos esperança de que poderá ser aceite, ou não faríamos este convite”, afirmou.

O presidente da Junta de Vinhais espera sensibilizar o Presidente da República para que intervenha no sentido de a nova estrada entre Vinhais e Bragança seja uma realidade. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Município de Bragança já concluiu dez das charcas prometidas

O presidente do Município de Bragança adiantou que já foram concluídas 10 charcas no meio rural em vários pontos do concelho.
Esta tinha sido uma das promessas eleitorais do PSD, estimando que fossem criadas ou reabilitadas 39 pequenas represas. O autarca Hernâni Dias destaca a importância deste tipo de empreendimentos tendo em conta as alterações climáticas.

“Servem para dar um contributo para o sector primário e para o sistema de armazenamento de água para as situações de incêndios”, explicou Hernâni Dias.Para além dos trabalhos já concluídos em freguesias como Lanção, Rio Frio ou Baçal, há também novas charcas a serem criadas.

“Temos algumas em construção, em algumas procedemos a limpezas profundas, outras soa construídas de raiz, e portanto estamos a avançar no nosso objectivo até 2021”, destacou o autarca.

Para além destas charcas, o município pretende construir no concelho três barragens para regadio em Parada, Macedo do Mato e Serra da Nogueira. Os processos estão concluídos, com a execução de projectos e estudos de impacto ambiental e criação de juntas de agricultores. Resta apenas fazer as candidaturas, o que deve acontecer mal abram as linhas de apoio. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro