Um estudo feito, recentemente, pelo Instituto Politécnico de Bragança sugere que mais de 40% dos seus estudantes gostariam de ficar a viver na região de Trás-os-Montes e Alto Douro se conseguissem emprego no final da sua formação.
Ter trabalho é o principal factor apontado pela docente Joana Fernandes para fixar pessoas na região. O problema é que esta zona do país está “pouco desenvolvida em termos de indústria e de serviços”. E no que se refere aos serviços públicos “estão a ser cada vez mais limitados”, o que acaba por “limitar” a capacidade de evitar que as pessoas se vão embora.
Joana Fernandes constatou também que “muitos dos mais de 40% que gostariam de ficar na região são de outras zonas do país”. Mas para isso acontecer “têm de ter emprego”. Verificou também que mesmo sem essa garantia “cerca de 25% continuam interessados em permanecer”. Pelo menos, tentar. “Ou porque são da região ou porque criaram família ou porque gostaram tanto de estar cá que querem continuar”.
No IPB, onde estudam cerca de 8.500 pessoas, a problemática do despovoamento do interior também tem dado origem a alguns projetos, entre os quais um que visa desenvolver uma plataforma que, de acordo com Joana Fernandes, “pretende facilitar o acesso dos idosos a diversos serviços, como na área da saúde”. O trabalho de campo já realizado traduziu-se em “resultados desanimadores”, já que a região das Terras de Trás-os-Montes “está muito próxima dos 30% de população idosa”, meta que para o todo nacional “só deverá ser atingida em 2030”.
Como se não bastasse, esta população mais envelhecida concentra-se em zonas despovoadas, algumas isoladas, onde contam com cada vez menos ajuda.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
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