Jornal Nordeste – da política ao desporto

Em agosto de 1992, Fernando Subtil, que já fora o fundador do jornal O Cardo – jornal do Nordeste, lançou um novo projeto jornalístico, publicando o semanário Jornal Nordeste. Na altura, este jornal apareceu como apoio jornalístico da candidatura do PSD à Câmara de Bragança, de cujo grupo parlamentar na Assembleia Municipal, Fernando Subtil chegou a fazer parte.

Primeira página do Jornal do Nordeste, em 1998

Segundo o testemunho pessoal do diretor da RBA – Rádio Bragançana, em finais de 1997 ou princípios de 1998, Fernando Subtil, perante as dificuldades financeiras que o jornal atravessava, contactou o dr. Lionel Guedes, diretor da RBA, no sentido de este lhe comprar o jornal, o que veio a acontecer em abril de 1998. Por isso, depois de um período relativamente breve de suspensão, o jornal voltou a aparecer nas bancas, em maio de 1998, mas desta vez sob a responsabilidade do diretor da Rádio Bragançana. Da sua equipa, segundo consta num panfleto publicitário editado pelo próprio jornal, faziam parte os seguintes nomes, a maior parte dos quais funcionários ou colaboradores da RBA: Helena Fidalgo, Iracema Guedes, José Carlos Trindade, Telmo Seixas, António Rodrigues,
Francisco Pinto, José Vieira e Nicolau Sernadela.
O novo Jornal Nordeste deixou de ter a carga político-partidária que possuía anteriormente, e pretendeu afirmar-se sobretudo como um projeto empresarial de cariz informativo, aproveitando e procurando potenciar as estruturas logísticas e os recursos humanos de que a Rádio Bragançana já dispunha. Nesse sentido, de acordo com o testemunho do seu diretor de então, a grande aposta do novo jornal era a informação desportiva.
Este projeto durou até 2000, data em que foi adquirido pelo dr. João Campos, que a partir daí passou também a ser o diretor. Em 2010, o jornal conheceu um processo de fusão com a Rádio Brigantia, constituindo um novo
grupo empresarial na área da informação, que veio também a comprar A Voz do Nordeste e O Informativo.

Notícias do Interior – um mensário que não encontrou espaço

Em março de 1990, surgiu em Bragança mais um jornal, de periodicidade mensal, de que era proprietário e diretor Ernesto Rodrigues. Saiu até maio de 1993, embora só tenham sido publicados 29 números durante esses pouco mais de três anos de vida.
Pode-se dizer que este mensário não conseguiu vingar por várias razões, uma das quais poderá ter a ver com o facto de o espaço que pretendia cobrir já se encontrar ocupado pela Voz do Nordeste.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa