sexta-feira, 31 de maio de 2019

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Em Portugal, desde o início do ano, apesar de se combater, por todos os meios, a violência na família, contam-se já mais de uma dezena de mulheres, assassinadas.
A violência doméstica não é calamidade dos nossos dias, pois entronca-se na época do antropóide pré-histórico.
Mas, que a agressão física, chegue a causar a morte, parece-me que é novidade preocupante, pelo menos na quantidade que se verifica.
Psicólogos experimentados tentam explicar o motivo que leve um dos membros, do casal, a agir com tal violência, que em muitos casos, leve à morte; mas, não conseguem conclusões definitivas.
As autoridades, por sua vez, procuram agravar as penas, para crimes desse género; mas continuam por explicar a razão, porque recrudesce a violência, não só entre os conjugues, mas, igualmente, no namoro.
Também não se descobre, porque as crianças agridem, agora, os pais e os professores; assim como os netos maltratam os avós. Outrora, nunca as crianças bateram nos professores, e raras se aventuravam a maltratar a mãe, e muito menos o pai.
Por que acontece agora?
A meu ver, é o resultado da educação que estamos a dar à juventude.
A ideia corrente, que bater nas crianças, pode traumatizá-las, levou a sociedade a condenar toda ou qualquer correção, até a simples palmada! …
Como a polícia e os tribunais, castigam o cidadão, que prevarica, também convêm, que os pais castiguem os filhos, enquanto pequenos, quando erram.
Devem assim agir – a meu ver, – para não se tornarem futuros delinquentes; e mais tarde, virem a necessitar, que o Estado os venha a castigar, fazendo o que os progenitores não fizeram.
As nossas cadeias estão cheias de criminosos, e os principais “culpados”, são os pais, por não saberem ou não quererem, repreende-los em menino.
O abandono, de grandes franjas da sociedade, e da Igreja, e o facto da juventude se ter afastado da doutrina de Jesus, tem contribuído para o aumento da violência, e de toda a espécie de delinquência e desrespeito. Porque, a Igreja, coadjuva, os pais, na educação dos jovens.
Se queremos coletividade mais justa e mais digna, temos que educar, convenientemente, a juventude.
Educar, não é só instruir, mas principalmente, inculcar: hábitos, valores morais e cívicos, que formem o carácter.
Caso contrário, as nossas cidades irão transformar-se numa selva de pedra e cimento, onde impera: o egoísmo, o desrespeito e desenfreada violência.

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

MEDIDAS DE PROFILAXIA. O CEMITÉRIO PÚBLICO

Os progressos continuados das ciências médicas e a sua divulgação por diversos meios fortaleceram a consciência sobre o valor e efeitos das medidas preventivas contra a doença e em prol da saúde pública. Entre os argumentos que pretendiam fomentar a sua preservação inscreviam-se as orientações tomadas em junho de 1832, as quais relegavam a venda de carnes frescas para localizações específicas, sempre afastadas do núcleo urbano, como as que ficavam “adiante da cruz da Rua do Loreto, outra nos palheiros do Terreiro de Santo António e nos campos defronte da Capela de S. Sebastião ou nos açougues aonde era costume, nos quais sempre conservaram os matadouros”. Independentemente dos maus cheiros e das sujidades resultantes da atividade, só por si, a resolução municipal permite concluir sobre as condições em que os animais eram abatidos e sobre a conservação rudimentar das matérias alimentícias.
Capela de S. Sebastião em Bragança
Por outro lado, as medidas profiláticas eram mais incisivas quando havia rebate de epidemia, que às vezes se anunciava ter origem no reino vizinho. Foi o medo da cólera que aconselhou a vereação que estava em exercício em 16 de setembro de 1834 a tomar diversas medidas. Destacamos: proceder à limpeza geral de toda a Cidade, tirando os entulhos e imundícies “que existirem nas testadas das casas”, devendo os moradores transportá-los para fora da Cidade; impedir que os porcos vagueassem pelas ruas; remover o matadouro da casa que ocupava, no prazo de três dias, para “a Quinta do Ferreira no sítio da Coxa de Trás do Forte”, nos subúrbios da Cidade; proibir o lançamento para a rua de imundícies e de águas sujas, antes da meia-noite.
O primeiro e último destes quatro pontos parecem-nos especialmente elucidativos e podem ser complementados com os efeitos de certas práticas profissionais. Como exemplo, podemos nomear Pedro Videira, mestre ferrador que exercia o ofício em plena Rua da Amargura, uma vez que a sua recusa em “tirar o banco que tem no fundo da rua”, responsável pelo embaraço do trânsito de gente, obrigou-o a desembolsar 6 000 réis para pagamento de uma multa. Sem preocupações de sermos exaustivos, pretendemos afirmar que um simples percurso urbano podia apresentar dificuldades de vária ordem a quem transitava a pé ou a cavalo. Contudo, na maioria dos arruamentos, o desconforto seria muito maior em dias de chuva, pois os pavimentos de terra batida rapidamente se transformavam em grandes lodaçais. Note-se, no entanto, que um ambiente tão cáustico não coloca Bragança no rol das singularidades urbanas, uma vez que o retrato traduz integralmente o quadro urbano nacional, sem exclusão dos centros em que os requintes e modismos de importação primeiro seduziam os salões e afetavam as atitudes.
Cemitério do Toural em Bragança
Outras razões trouxeram para um plano de destaque o tema dos cemitérios. A ideia não era completamente nova mas a sua localização extra-urbe ia além do triunfo mundividencial das perspetivas higienicistas, visto que o corpo e a morte, tradicionalmente na esfera da Igreja, resvalavam para a administração política e organizativa da sociedade. Curiosamente, em 1833, a Câmara de Bragança debruçou-se sobre um requerimento do bispo, D. José António da Silva Rebelo, em que considerava a falta que havia de um cemitério “fora desta Cidade”, destinado principalmente para os recrutas que faleciam nos hospitais locais. Enquanto o Município refletia sobre o terreno mais adequado para o efeito, avançava com a autorização de se fazerem inumações dos recrutas que morressem, no adro da Capela de S. Sebastião, de que a Câmara era padroeira. Em outubro do ano seguinte, a Câmara voltou a tratar o mesmo assunto, agora em resposta a um ofício emanado da Prefeitura da Província de Trás-os-Montes, decidindo “que se fizesse um só cemitério no Sítio da Trajinha, no Alto do Sapato, por ser mais central para toda a Cidade”. Em novembro de 1835, uma comissão de louvados avaliou o terreno em 100 000 réis, e em dezembro do ano seguinte faziam-se diligências para que a vereação não faltasse com o dinheiro necessário para a continuidade das obras que deviam ter sido concluídas pouco antes de novembro de 1837, altura em que se mandou passar uma portaria de 48 834 réis do resto que se devia ao arrematante da obra. O cemitério de Bragança acabou por ser construído entre 1838-1839.
Assim se desenhou uma nova referência espacial que se associava a uma poderosa mudança de mentalidades, visto que os enterros deixariam de se fazer nas igrejas e nos seus adros. Há poucos anos, no âmbito do programa Polis, quando os arruamentos situados no casco antigo da Cidade sofreram uma intervenção profunda, causou grande admiração o aparecimento de ossadas humanas sob o pavimento do trânsito, junto das igrejas. Gerações sucessivas habituaram-se a ver essas igrejas sem adro e por isso nunca refletiram sobre a importância do sagrado e da relação com a morte, usualmente preparada com antecedência, que, sucessivamente, levou muitos dos nossos antepassados a fazerem-se sepultar junto dos santos a que votavam mais devoção. Por isso, terá interesse deixarmos uma nota relativa à existência do adro da Igreja da Misericórdia, um espaço que iria desaparecer em resultado do processo de regularização das ruas da Cidade.
Seria em novembro de 1867, na sequência da reconstrução da calçada da Rua de Santa Clara, que se iriam perfilar certos desentendimentos entre a Câmara e a Santa Casa da Misericórdia, essencialmente por causa do adro da Igreja.
Igreja da Misericórdia em Bragança
Interessa-nos a parte em que a Irmandade declarava estar na “posse de mais de noventa anos”, “da regalia do adro que se pretende demolir” para o melhoramento da rua. Estabelecida a indemnização, demorou a ser paga e foi preciso que o provedor, em junho de 1868, esgrimisse os efeitos de uma conjuntura pouco favorável, dando a conhecer ao Município as dificuldades que passavam para continuarem a manter o hospital aberto. A crueza da realidade permitiu recordar a existência de dívidas que foram saldadas depois de se passar “uma portaria em favor da Santa Casa pela quantia de cento e cinquenta mil réis valor da indemnização do adro da igreja que… foi desfeito”.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

Alunos brasileiros do IPB protestam por causa de cortes para a educação anunciados por governo de Bolsonaro

A medida deverá reduzir o número de estudantes daquele país no IPB, em que há actualmente mais de 600 alunos em mobilidade provenientes do Brasil.
Os alunos brasileiros do Instituto Politécnico de Bragança protestaram, ontem, contra os cortes anunciados. Marcus Mota, aluno de mestrado, desde Fevereiro em Bragança, afirma que há já institutos e universidades que estão a acabar com os programas de mobilidade. "Bragança será afectada pelos cortes na educação. Os cortes de 30% do orçamento dão um impacto negativo e esse impacto fará com que menos alunos venham estudar por mobilidade através de bolsas do governo federal. Serão menos alunos em Bragança, menos receita também, e vai dar um impacto negativo. A minha instituição já anunciou que não vai trazer mais ninguém para cá. Outras instituições estão a aderir a este pacote de cortes porque são obrigados pelo governo".

O corte deve afectar em particular as bolsas. Por isso, Gabriela Ribeiro, outra estudante brasileira em Bragança, teme que apenas uma pequena franja de alunos com mais possibilidades económicas passe a conseguir fazer mobilidade. "Mesmo com a vinda de alguns brasileiros para cá, o que vamos observar é a eletização e a mudança do perfil sócio-económico dos brasileiros que estão aqui. Se hoje já temos uma elite, uma classe média presente em Bragança, a tendência é isso aumentar. A oportunidade dos alunos brasileiros que mais carecem do acesso à educação já é difícil, então nem conseguimos pensar numa oportunidade de internacionalização".

Cerca de 30 estudantes brasileiros quiseram manifestar o seu descontentamento com os cortes de 30% na educação no Brasil, que põem em causa várias instituições. "Dificultam o funcionamento das universidades e dos institutos de educação. Com isso, muitos institutos vão fechar portas. Tivemos um caso de um hospital universitário que teve 100% do corte e ele agora não consegue funcionar", reportou ainda Gabriela Ribeiro. "A nossa luta também é pela existência das universidades. Eu também venho de um Centro Federal de Educação Tecnológica, que são instituições centenárias no Brasil, e as instituições estão em risco de existência. O meu centro também já lançou uma nota a dar conta que a partir do próximo ano não tem verba para continuar a existir", contou Marcus Mota.

No designado Dia Nacional de Mobilização em Defesa da  Educação, em que no Brasil milhares saíram à rua para contestar os cortes do governo neste sector, Bragança juntou a voz aos protestos contra a medida, que levará à diminuição do número de estudantes na cidade.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

REIS


É costume nesta aldeia começar a cantar os reis mal principia o ano, incluídos nas Boas festas. Reúnem-se aos grupos, mais velhos ou mais jovens, e procuram as casas, que melhor vêem, que os podem convidar.


Boas festas como estas,
Cantam-se aos Reis e aos fidalgos.
Também nós os cantaremos,
A estes senhores honrados.

Quem diremos nós que viva,
Na toninha da cebola?
Viva lá o Sr. Manuel,
E mais a sua Senhora.

Quem diremos nós que viva,
Na folhinha do lódão?
Viva lá o Sr. Carlos
Que é um belo cidadão.

Quem diremos nós que viva,
Na folha da salsa crua?
Viva lá menina Aurora
Que alumia toda a rua.

Oh! Que lindo pinheirinho!
Onde ele veio nascer!
Vivam os donos desta casa
Que nos hão-de dar de beber.

Levantem-se lá, senhores,
Desses seus talhos dourados.
Venham-nos a dar os Reis
Que já os temos bem ganhados.

Vêm depois a dar frutas como maçãs, nozes, figos secos, às vezes chouriças, etc. que o grupo guarda para no fim comerem juntos em qualquer das casas deles, mais próprias. 
Agora já é costume dar dinheiro e dar de beber quando querem.

RECOLHA (1985) de Branca do Sacramento Rodrigues, Sambade – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

Festival Art Kids assinala o Dia da Criança em Bragança

No dia 1 de junho das 10h00 às 18h00, em Bragança, o Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, a Biblioteca Municipal e a Praceta Adriano Moreira recebem diversas atividades pensadas para crianças dos 4 aos 10 anos, prometendo surpreender os mais novos com momentos de diversão e aprendizagem.
De modo a celebrar o Dia da Criança e o final de mais um ano letivo, a agenda de atividades inclui concertos, workshops de dança para pais e filhos, ateliers de olaria, actionpainting e ilustração, a apresentação do livro “A História do Rock”, entre outras brincadeiras e jogos. A diversidade do programa proporciona uma verdadeira experiência familiar a todos os participantes.

As inscrições para o ActionPaiting, JamKids e para a Aula de Guitarra devem ser efetuadas junto dos Serviços Administrativos do Conservatório de Dança e Música de Bragança. As crianças devem usar roupa colorida e confortável e não esquecer o uso de chapéu.

in.cardapio.pt

Bornes promove a cereja e os produtos da terra este fim de semana (Macedo de Cavaleiros)

A aldeia de Bornes, no concelho de Macedo de Cavaleiros promove durante o fim de semana a quarta edição do Mercado dos Produtos da Terra e Cereja da Serra.

Um certame que evidencia o fruto da época, a cereja, que este ano mantém a qualidade, assegura Miguel Romão, presidente da Junta de Freguesia de Bornes.

“Vamos na quarta edição e esperamos que corra bem, isso é o principal.

Quanto à produção de cereja este ano, no início não se previa muito boa mas depois melhorou e está dentro do norma.
A qualidade é boa. Esta é uma boa zona de produção de cereja com muita qualidade.”
Uma zona do concelho que embora se destaque pela cereja, também está a crescer em outras plantações:

“Há bastantes produtores de cereja, mas também há de castanha e ainda muitas plantações novas de amendoal.

Vamos ver no que vai dar mas acho que daqui a uns anos também haverá muita produção de amêndoa.

Só é pena que estejam a aparecer várias doenças no castanheiro, o que vai ser um problema.”

No total serão 10 os expositores que vão marcar presença na aldeia de Bornes durante o fim de semana, dos quais cerca de quatro são produtores de cerejas.
Destaque ainda para o programa Feiras e Festas da Rádio Onda Livre que vai animar a noite de sábado com os artistas Daniel Carlini, Lucy Teixeira, Irmãos Morais e Cristina Ardisson, a partir das 21h45.

Escrito por ONDA LIVRE

Comboio histórico regressa à Linha do Douro no sábado

A CP informou que a viagem inaugural do comboio histórico da Linha do Douro se realiza no sábado e que prevê a realização de 23 viagens, aos sábados e no feriado de 15 de agosto, até 26 de outubro.
O número de viagens programadas para 2019 equivale a cerca de metade das que foram realizadas no ano passado
PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

A campanha 2019 do comboio histórico do Douro arranca no sábado e fica marcada pela redução do número de viagens para as 23, o que originou críticas de autarcas e operadores turísticos da região.


A CP — Comboios de Portugal informou esta quinta-feira que a viagem inaugural do comboio histórico da Linha do Douro se realiza no sábado e que, este ano, prevê a realização de 23 viagens, aos sábados e no feriado de 15 de agosto, até 26 de outubro.

O número de viagens programadas para 2019 equivale a cerca de metade das que foram realizadas no ano passado. Nas edições anteriores, a CP realizava também viagens aos domingos.

Já no final de março, em comunicado, a empresa justificou a redução do número de viagens com a diminuição da procura que se verificou em 2018, ano em que viajaram no comboio histórico 6.190 clientes, quando em 2017 esse número foi de 10.100 clientes.

Segundo a CP, as receitas obtidas foram da ordem de 375.700 euros em 2017 e 234.100 euros em 2018.

Esta redução da oferta originou críticas por parte de autarcas e operadores turísticos da região.

Na altura, o presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, mostrou-se “frontalmente contra” e disse que a redução da oferta turística ferroviária no Douro é “prejudicial para a imagem” do território e “para a captação de turistas”.

O programa do comboio histórico na Linha do Douro arrancou no final da década de 90.

A locomotiva a vapor, que puxa cinco carruagens históricas de madeira datadas do início do século XX, parte do Peso da Régua, distrito de Vila Real, e segue até ao Tua, concelho de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, numa viagem com vista para o rio Douro e as vinhas em socalco, em pleno Património Mundial da UNESCO.

A CP disse que “mantém a aposta neste segmento de turismo ferroviário, procurando conjugá-la com a necessária sustentabilidade e equilíbrio económico destes produtos”.

E adiantou que o comboio histórico do Douro estará também disponível para “a realização de circulações especiais, para clientes que estejam interessados na sua contratação”.

Agência Lusa

Mirandela abriu portas ao segundo "Tua Talks"

Sob o tema "IDEIAS QUE TE MOVEM, CONVERSAS QUE TE INSPIRAM", Mirandela recebeu quarta-feira a segunda edição do “Tua Talks”.
A ideia da iniciativa é proporcionar intervenções focadas nas temáticas da orientação, motivação, liderança, marketing pessoal, integração profissional e empreendedorismo. Luís Pereira, coordenador do CLDS 3G, que promove a iniciativa com o apoio de vários parceiros, explica quais são os objectivos do evento. "Trata-se de uma série de conferências por oradores convidados para que, num conceito de geração de ideias, de criação de motivação e de inspiração, as pessoas, que se encontram em determinadas situações, que sejam estudantes ou desempregados, tenham uma motivação adicional para poderem, eventualmente, definirem aquilo que serão os seus percursos profissionais. Acreditamos que em Trás-os-Montes é preciso fazer as coisas de uma forma diferente. É preciso criarmos os nossos próprios conceitos e ter as nossas próprias especificidades".

Uma das particularidades deste evento, que é replicado um pouco por todo o lado, é que, em Mirandela, não tem qualquer custo para os participantes. "Este tipo de eventos, que são replicados por todo o país e por todo o mundo, são pagos. Aquilo que fazemos aqui é fazer um evento completamente gratuito e o oradores que vêm partilhar connosco a sua sabedoria também o fazem da mesma forma", contou ainda Luís Pereira.

O auditório municipal de Mirandela acolheu, quarta-feira, a segunda edição desta iniciativa inserida na segunda Feira da Orientação Escolar e Profissional.

Escrito por Terra Quente
Foto: CM Mirandela

ObservaArribas - Festival Ibérico de Natureza das Arribas do Douro começa hoje

A partir de hoje e até domingo, Miranda do Douro volta a ser palco do ObservaArribas. O Festival Ibérico de Natureza das Arribas do Douro apresenta-se, este ano, na sua terceira edição.
O programa propõe a observação de aves e natureza, passeios pedestres, palestras, exposições, actividades para crianças e venda de produtos e serviços das áreas protegidas. Segundo Vanessa Oliveira, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, uma das entidades organizadoras, sublinha a aliança entre os patrimónios natural e cultural. "O festival nasceu com o objectivo de chamar a atenção para a riqueza natural e cultural desta zona das arribas do douro, um conjunto transfronteiriço de duas áreas protegidas, o Parque Natural do Douro Internacional e o Arribas del Duero, que são, simultaneamente classificados, no âmbito da Rede Natura, ao nível europeu. O principal contributo é dar a conhecer as espécies, os hábitos, o seu papel fundamental na natureza. Este festival contribui sobretudo para dar a conhecer".

Além de uma feira dedicada aos produtos ligados à natureza e à região, o festival conta com uma programação com mais de 60 actividades e apresenta algumas novidades. "Temos algumas novidades: oficinas sustentáveis de fazer embrulhos para merendas com cera de abelhas, uma oficina para crianças de construção de pombais com barro, no domingo, temos um projecto que une Portugal e Espanha para passeios em carros eléctricos. Houve mais afluência na segunda edição e nesta terceira notou-se, em termos de inscrição nas actividades que a requerem, o dobro de inscrições", referiu ainda Vanessa Oliveira.

O festival é organizado pela câmara de Miranda do Douro e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através do Parque Natural do Douro Internacional e do Life Rupis, um projecto transfronteiriço de conservação do britango e da águia-de-bonelli, liderado pela SPEA.

Escrito por Brigantia
Foto: SPEA
Jornalista: Carina Alves

Autarquia de Macedo assinou ontem contrato com o Governo que vai assegurar cerca de 65 mil euros para obras do edifício da Câmara

O município de Macedo de Cavaleiros assinou ontem um contrato com o Governo no âmbito do programa BEM – Beneficiação de Equipamentos Municipais que assegura uma comparticipação de cerca de 65 mil euros para a requalificação energética do edifício dos Paços do Concelho.
A candidatura que a autarquia submeteu ao programa ronda os 130 mil euros, que o Governo comparticipa em 50%, à qual se junta uma outra, no âmbito do Pacto dos Autarcas à Eficiência Energética, também já aprovada, que em conjunto vão ajudar a financiar um investimento total de cerca de 390 mil euros, dos quais cerca de 120 mil serão suportados pelo município.
Pedro Mascarenhas, vice-presidente da câmara de Macedo, refere que são obras necessárias para dar condições a quem trabalha naquele edifício:

“Com essas duas candidaturas em conjunto vamos fazer a intervenção nos Paços do Concelho que já bem merecem e precisam, tanto na parte visual como na da parte de eficiência energética. Quem trabalha neste edifício sabe que no verão o calor é insuportável e no inverno não há frio porque temos aquecimento eléctrico, que tem custos. Com estas obras, para além de mais digna, a nossa câmara vai ficar também mais eficiente energeticamente, mais confortável e com uma manutenção mais barata.

Nós sabemos que o edifício precisava de uma intervenção ainda maior mas o problema é conseguir fazer eleger essas ações. Dentro daquilo que era elegível, tanto numa candidatura como na outra, chegamos a esses valores que já nos permitem fazer uma intervenção que dê a este edifício toda a dignidade.”

As obras deverão começar ainda este ano.
Outros dos edifícios que também estava nas pretensões do município para ser requalificado energeticamente era o da Biblioteca Municipal, o que já não vai acontecer e o vice-presidente explica porquê:

“Chegamos a fazer uma candidatura à beneficiação energética para a biblioteca, mas de 150 mil euros, apenas nos aprovavam 40 mil. Como tal, decidimos desistir dessa candidatura  e como a percentagem de financiamento era tão baixa preferimos usar o dinheiro disponível nessa rubrica para fazer a candidatura à iluminação pública no valor de cerca de 600 mil euros, que ai sim, teve enquadramento e foi aprovada. Posto isto, vamos também lançar o concurso para substituição das luminárias e a cidade vai ficar praticamente toda com luminárias Led.”

No total foram 38 os contratos no âmbito do programa BEM assinados ontem entre o Governo e os municípios, no valor total de comparticipações de 4,7 milhões de euros, dos quais 20 destinam-se à requalificação de infraestruturas e equipamentos municipais, incluindo espaços desportivos, e 18 visam a reabilitação e remodelação de edifícios sede de municípios.
Do distrito de Bragança, também assinaram contrato as autarquias de Vila Flor e Vimioso.

Escrito por ONDA LIVRE

Investigação de montanha cria 24 novos postos de trabalho em Bragança

Um projeto recente ligado à investigação de montanha vai criar 24 novos postos de trabalho qualificado em Bragança, divulgou hoje o promotor, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Os novos colaboradores vão reforçar o Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (CoLab More), criado no âmbito de um desafio lançado a nível nacional pelo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor.

A cerimónia formal de assinatura de contratos está agendada para a manhã de segunda-feira, no Brigantia Ecopark, e os novos elementos “formam uma equipa multidisciplinar capaz de desempenhar funções nas diferentes áreas de intervenção do laboratório”, como especificou, em comunicado, o IPB.

O laboratório nasceu no seio do politécnico que realça a importância destas contratações com “a criação de postos de trabalho qualificados na região, possibilitando-lhes novas competências e iniciativas empresariais”.

O Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação tem como objetivo principal a definição e implementação de uma agenda de investigação e inovação nas zonas de montanha orientada para a criação de valor económico e social, segundo os responsáveis.

O projeto reúne “instituições científicas e académicas, em estreita colaboração com atores económicos, sociais e culturais”.

O CoLab MORE “trabalha na mobilização de cadeias de valor completas”, apostando em produtos de origem natural e tecnologias limpas para encontrar novas soluções, principalmente para a indústria de alimento, com vista a fortalecer o setor primário, concretamente agricultura e silvicultura, e serviços nas áreas do ecoturismo e bem-estar.

As áreas de intervenção vão da agricultura sustentável e produção florestal, alimentos e materiais de origem natural, clima, ambiente, eficiência de recursos e matérias-primas, produção industrial e energética eficiente, “limpa” e segura, saúde, bem-estar, alterações demográficas e património cultural e turismo de montanha.

Com sede no Brigantia Ecopark, o CoLab MORE é uma associação privada sem fins lucrativos constituída por unidades de investigação, laboratórios associados, e instituições de ensino superior, como os institutos politécnicos de Bragança e Guarda e Universidade do Porto, centros tecnológicos e empresas.

Na missão do laboratório estão a prestação de serviços especializados, consultoria científica, tecnológica e de inovação, vigilância tecnológica, científica e comercial, relatórios prospetivos, formação especializada, projetos de I&D, e venda e licenciamento de direitos de propriedade intelectual.

in:diariodetrasosmontes.com
C/Agência Lusa

Para Comemorar o dia Mundial de Turismo, o Município de Carrazeda de Ansiães proporciona um dia diferente

Com uma viagem no dia 28 de setembro.
Inscreva-se e venha desfrutar das paisagens dos vales do Douro e do Tua, dos sabores da gastronomia e conhecer a história do território e do património cultural do Concelho de Carrazeda de Ansiães.

Aluno da secundária de Mirandela vence campeonato “superTmatik” Quiz Matemática

Alexandre Machado, em representação da escola secundária de Mirandela, concluiu a sua participação no escalão de 9º ano-Mat do campeonato “superTmatik” Quiz Matemática 2019, uma iniciativa apoiada pelo Ministério da educação, na posição Nº 1 do ranking, entre um total de 4425 alunos participantes.

O jovem estudante de 14 anos, que respondeu corretamente às 20 perguntas, na grande final online, em apenas 48 segundos, confessa que já contava com uma boa classificação.

Fernando Pires
in:mdb.pt

Estudo revela baixa participação cívica dos cidadãos na vida do poder loca

Nos municípios do interior ainda existem índices muito baixos de participação cívica dos cidadãos na vida do poder local, com destaque para a escassa participação dos munícipes nas assembleias municipais.
É o que revela um estudo coordenado por António Tavares sobre a qualidade da governação local em Portugal. “Há muitas vezes um défice de pluralismo, no sentido em que, normalmente, ou há um partido que domina sistematicamente ao longo dos anos, mesmo com diferentes presidentes, ou há situações em que dois partidos dominam a vida política local. 

Não é necessariamente um aspeto negativo, mas é muitas vezes uma limitação à discussão de novas ideias e esse aspeto é visível sobretudo em Municípios em que há um envelhecimento acelerado da população. 

Outro fator negativo tem a ver com os valores relativamente baixos atribuídos aos orçamentos participativos”.

Fernando Pires
in:mdb.pt

Semana Europeia de Geoparques assinalada em Macedo com várias atividades

De forma a assinalar a Semana Europeia de Geoparques, de 25 de maio de a 9 de junho estão a decorrer no concelho de Macedo de Cavaleiros várias atividades associadas ao Geopark Terras de Cavaleiros.

Do cartaz fazem parte um percurso pedestre, atividades na Albufeira do Azibo, visitas a pontos geológicos de interesse e ao Geopark Arouca, realização de uma marcha do ambiente no dia da criança, workshops e ainda uma exibição da Estação da Biodiversidade. Atividades que envolvem mais a população com o geoparque macedense e não só, como refere Benjamim Rodrigues, autarca e presidente do Geopark Terras de Cavaleiros:

“Envolve toda a população. 

Temos atividades orientadas para os jovens e para os seniores também. Estamos a promover acções de sensibilização e há ainda a opção da população poder fazer uma inscrição para no dia de junho ir visitar ao Geopark Arouca. Sendo este um geoparque diferente do nosso, esta visita serve para que os participantes tenham contacto com uma realidade diferente.”
Um geoparque que tem sido uma mais-valia para o território a vários níveis, principalmente para o turismo, deixa ainda saber Benjamim Rodrigues:

“O geoparque dá-nos logo uma garantia de uma imagem que é identificada pelas pessoas que nos visitam, principalmente estrangeiros. A nível nacional talvez nem tanto.

A nossa população, particularmente a rural onde se localiza o maior número de geosítios, confrontam-se com visitantes que fazer percursos pedestres e, ao mesmo tempo, adquirem produtos endógenos junto dos próprios produtores, questionando também sobre onde podem comer pratos típicos, comprar um queijo artesanal, ou seja, conseguem-se comercializar produtos.
Em termos internos, temos o caso das escolas que começam a ter contacto com a realidade do geoparque e também os seniores que visitam os geosítios e o território do geoparque, tendo um contacto muito próximo com o ambiente e com a biodiversidade.”
Ontem de manhã o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, que é também vice-presidente do Geopark Terras de Cavaleiros, passou por Macedo de Cavaleiros onde esteve reunido com a restante equipa.

Para ele, o turismo natureza é cada vez mais um atrativo desta região do país, no entanto considera que é necessário atrair mais visitantes nacionais, assim como da vizinha Espanha:

“A importância é grande pois Trás-os-Montes vive muito deste contacto com a natureza e com aquilo que isso proporciona a quem nos visita.

Há cada vez mais turistas a visitar o território e nós temos de privilegiar, por um lado, os turistas nacionais que aqui na região transmontana representam cerca de 80%, um número que ainda terá de crescer e que nós tudo faremos para ajudar a que isso aconteça. Nesse sentido estamos a tentar direcionar as Press Trip e as Fun Trip muito para este território.
No entanto, estamos também com um olhar muito atento ao mercado espanhol, que é o primeiro emissor da região do Porto e Norte, sendo que aqui há a vantagem de podemos estar bem próximos.”
De recordar que o Geopark Terras de Cavaleiros renovou recentemente por mais quatro anos a chancela da UNESCO, mantendo-se assim na rede dos geoparques mundiais.

Foto: Geopark Terras de Cavaleiros
Escrito por ONDA LIVRE

Este mês, propomos explorar a beleza natural da freguesia de Vila de Ala!

Vem aí mais uma caminhada mensal organizada pelo Município de Mogadouro!
Este mês, propomos explorar a beleza natural da freguesia de Vila de Ala!
Vamos, juntos, palmilhar trilhos e caminhos, no próximo dia 9 de junho de 2019. 
Faça a sua inscrição até dia 6 de junho através dos contactos habituais: desporto@mogadouro.pt / 934 661 587.

A caminhar ou a correr vem experimentar!

O Centro de Marcha vem convidar todos os interessados a participar na atividade de encerramento da presente época.

Aceder à Cidade de Bragança e Circular no seu Interior

Durante grande parte do ano, percorrer os caminhos que levavam à Cidade era um mar de dificuldades e as deslocações no seu interior não eram nada cómodas. Para minorar os incómodos é que se lançaram obras que, em última análise, visavam tornar menos penosas essas deslocações. Desta maneira, justificavam-se as ordens emanadas da sessão municipal em 9 de setembro de 1829 e que deviam ir ter à casa dos juízes das povoações de Vila Nova, Carragosa, Soutelo, Cova de Lua, Vilarinho, Terroso, Parâmio, Maçãs, Fontes Trasbaceiro, Zeive e Mofreita, informando-os da obrigatoriedade de enviarem à Cidade de Bragança, a partir de 14 de setembro e todos os dias até ordem em contrário, um homem preparado com enxadões, enxadas largas e pás para trabalhar nas obras dos caminhos que “saem desta Cidade para Vila Nova” e se prolongavam para aquelas aldeias. Dez tostões era a pena estipulada para punir os juízes incumpridores.

Independentemente de algumas faltas sistemáticas poderem ser interpretadas como uma forma de resistência aos trabalhos coletivos, importa referir a nomeação como “inspetor das obras das ruas, calçadas e caminhos” do major de Artilharia, já reformado, Miguel José Pinto Castelhinho, cuja competência devia estar ligada às funções que exerceu enquanto diretor das obras militares.
Idêntica fórmula seria praticada para se reunir a mão-de-obra necessária para se poder levar a efeito o calcetamento de algumas ruas de Bragança. Seguindo os costumes, na mesma sessão de 9 de setembro de 1829, ordenou-se aos juízes das aldeias de Grandais, Lagomar, Fontes Barrosas, Portela, Castrelos, Castro de Avelãs, Formil, Conlelas, Alimonde, Samil e S. Pedro para enviarem, de cada povoação, dois carros (de bois) a apanhar seixo de Trás do Forte (de S. João de Deus) ou aonde o houver para se comporem as ruas”. Ao mesmo tempo, três pedreiros ocupar-se-iam “a arrancar pedra para a obra de um cano que se há de abrir” em toda a extensão da Rua dos Oleiros e entre a Praça da Sé e a Praça de S. Vicente.
Cerca de um ano depois, decidiu-se a suspensão das obras das calçadas, “por não haver dinheiro para elas”.
Porém, a receita permitiria “crescer um muro de pedra na frente de baixo da cadeia”, uma obra fiscalizada por João António Fernandes, que ganhou 200 réis por dia. No ano seguinte, em 1831, Agostinho José Fonseca foi nomeado em substituição de José António Fernandes, que não aceitou o cargo por causa das reparações que se iam realizar na Calçada da Costa Pequena, “por uma e outra parte do sol e da sombra e limpeza e abertura dos canos” da mesma rua, no troço compreendido entre a residência de João Joaquim Pereira do Lago, coronel de Infantaria n.º 24, e o Corpo da Guarda Principal, na Praça de S. Vicente. No conjunto de trabalhos programados também se incluía o “desentulho” e limpeza da travessa de ligação da Costa Pequena à Rua da Amargura. Na limpeza e na condução de materiais pétreos para estas obras a participação popular era muito importante. Contudo, o pagamento aos oficiais mecânicos que trabalhavam nas calçadas corria pelo imposto do real que incidia sobre a carne e vinho que se vendia nas tabernas. Assim se modernizavam estes arruamentos que, em agosto, depois da ordem para se porem a lanços, irão estender-se à Rua dos Oleiros.
Tal como nos nossos dias sucede quando se trata de obras que vão ao encontro do interesse público, por um ou outro motivo, verificam-se opiniões desencontradas entre os membros da comunidade. José Bernardo de Figueiredo Sarmento, vereador, deu voz ao seu descontentamento sobre a forma como se pagavam os trabalhos das calçadas. Na sua opinião, deviam ser os próprios moradores a custear a expensas próprias os trabalhos no espaço público fronteiro às suas casas de morada, reservando-se a aplicação do real unicamente para as calçadas das praças públicas, fontes, pontes e passeios públicos da urbe. O argumento relativo à supremacia do interesse coletivo e o primado da legalidade seriam invocados no verão de 1832, a propósito da obra do cano de saneamento e águas pluviais da Rua de Trás, porque esta obra, além de não estar abrangida pelo real, nos termos da concessão que o Rei tinha assinado para a Ponte do Loreto, muito arruinada pela cheia ocorrida no início do século, também não tinha sido arrematada em hasta pública e, além disso, alguns particulares influentes saíam mais favorecidos do que a generalidades dos moradores.
Em tempo invernoso, qualquer córrego se pode transformar num obstáculo intransponível. Por isso será escusado justificar a utilidade de uma ponte. Não cuidaremos das dificuldades técnicas e das quantias que reclamavam quando se efetuavam grandes reparações. Mas, enquanto obras de interesse geral, eram em regra financiadas pelo recurso ao lançamento de uma finta e não dispensavam o envolvimento dos moradores das povoações confinantes. Foi o que sucedeu com a Ponte de Castrelos, sobre o Rio Baceiro, na estrada que ligava Bragança a Vinhais e Chaves. Os 54 160 réis da empreitada seriam provenientes de uma finta e os braços para o trabalho, embora pagos a 300 réis no máximo, recrutar-se-iam em Grandais, Fontes Barrosas, Castro de Avelãs, Formil, Nogueira, Alimonde, Carrazedo, Zoio, Martim, Refóios, Melhe, Vila Boa de Ousilhão, Ousilhão e Edrosa.
Já na primavera de 1839, Manuel da Lama e Januário de Carvalho obrigaram-se a fazer reparações nas guardas e calçada da Ponte de Valbom enquanto os moradores de Babe e de São Julião se deviam encarregar da reparação da estrada da Ponte das Carvas, à entrada da Cidade. Apesar de estar mais longe, a Ponte de Remondes não deixava de ser uma passagem importantíssima para o fomento regional. Por isso, na sessão municipal de 16 de dezembro de 1840 foi lançada uma derrama de 123 000 réis para a sua reparação. De menos custo teriam sido as obras que, no ano seguinte, se efetuaram na Ponte de Castro de Avelãs. Já no aro da Cidade, em 1839, reparava-se a Fonte do Jorge e pouco depois de, junto à Ponte das Ferrarias ou de Quintela, se ter concedido terreno para o adro da capela do Senhor dos Aflitos, davam-se, em 1842, 32$000 réis ao mestre pedreiro Manuel de Lama para reparar a Fonte da Bica, no Alcaide722. Dois anos depois, por obras nesta fonte e na de Vale de Álvaro, entregava-se a António Carrazedo e Pedro Lopes, mestres pedreiros, a quantia de 58$000 réis.

No âmbito do que se considerava serem trabalhos com alcance no capítulo dos melhoramentos públicos, contavam-se o paredão das Eiras, empreendimento que a partir de 1840 visou a regularização deste espaço, a Calçada de Santo António e o cano de saneamento da Rua de Trás, empreitadas lançadas dois anos mais tarde. Estas medidas conjugavam-se com outras que, através de maiores exigências e de mais disciplina sobre alguns comportamentos coletivos, ambicionavam, em última análise, ampliar o cunho urbano, recortando-o sobre as inúmeras persistências da ruralidade. Foi nesta perspetiva que, em 1840, se solicitaram os ofícios do Administrador do Concelho para mandar aprontar dois carros “para a limpeza das ruas” e outros dois “para apanhar pedra para a Calçada da Vila”. Orientações e objetivos semelhantes à intimação dirigida aos “donos das casas que têm saída para a Estacada”

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

Infantário “Nuclisol Jean Piaget”, Mirandela, garantido mais um ano lectivo

A presidente da câmara de Mirandela garante que o infantário “Nuclisol Jean Piaget” não vai fechar portas no final deste ano lectivo, depois de, no início do mês, a administração ter comunicado aos pais que isso iria acontecer, por falta de licenciamento.
No início do mês de Maio, a notícia do encerramento do infantário apanhou de surpresa os pais das 55 crianças da creche e do pré-escolar. A administração da “Nuclisol Jean Piaget” alegou falta de licenciamento, no prazo legal, das instalações provisórias cedidas pela autarquia mirandelense, em 2016. Na altura, o executivo liderado por António Branco decidiu deslocalizar as instalações do infantário para o edifício Piaget, entretanto adquirido pela câmara, assumindo, perante a Segurança Social, a realização de obras até ao final de 2018, mas que não chegaram a ser efectuadas, em um dos andares, no pré-escolar, nem pelo anterior nem pelo actual executivo, liderado por Júlia Rodrigues, em funções desde Outubro de 2017.

A presidente da administração da “Nuclisol Jean Piaget” diz ter uma declaração, do anterior executivo da câmara, com uma responsabilização pelo espaço, que terminou em Dezembro de 2018. Desde então, a presidente da administração desta IPSS diz ter solicitado ao executivo uma declaração de autorização de utilização do espaço para poder licenciar o infantário mas alega que nunca houve essa disponibilidade, o que a levou a pedir o encerramento do pré-escolar para evitar ter que pagar uma multa avultada. Como tal, dia 28 de Fevereiro deste ano, data limite para pedir autorização à DGEST para encerrar a actividade, a Nuclisol avançou com esse pedido.

O encerramento foi diferido, este mês de Maio, pela DGEST, com efeitos a partir de Agosto. Entretanto, houve uma reunião, entre a autarquia e a administração da Nuclisol, e Júlia Rodrigues garante que ficou acordado que o infantário não vai fechar. “Ficou acertado que, para este ano lectivo, em parceria com a Segurança Social, iríamos manter as instalações onde está actualmente a Nuclisol. Relativamente ao futuro, o que ficou acordado foi a avaliação das necessidades daquele espaço, onde está situada a Nuclisol, ou de outro possível espaço. Tínhamos que encontrar uma solução de imediato até porque as inscrições, na maior parte dos estabelecimentos, já estavam fechadas e era muito preocupante tendo a câmara municipal que assumir algumas responsabilidades no sentido de, por um lado já são vagas que estão atribuídas ao Piaget, portanto iria criar um grande dano às famílias”.

Do lado da administração da Nuclisol ninguém quis prestar declarações gravadas apenas a certeza que o processo está a ser gerido em conjunto mas sem garantia que a DGEST venha a reverter a decisão de encerrar o infantário. Também os pais preferem aguardar por uma decisão da DGEST para ter a certeza que o infantário não vai fechar portas.

Apesar de já termos solicitado um esclarecimento à DGEST sobre este caso, ainda não obtivemos qualquer resposta.

Escrito por Terra Quente