A criação de residências artísticas e científicas e até mesmo de um museu virtual são, por exemplo, dois dos projectos propostos durante a apresentação dos primeiros resultados do Laboratório de Artes na Montanha - Graça Morais.
40 alunos, de diferentes áreas do Instituto Politécnico de Bragança e outros participantes dos Encontros de Montanha, juntaram-se numa sessão de trabalho, na sexta-feira, no auditório Paulo Quintela, para debater formas de interligação da arte e da ciência, tendo por base a obra da pintora. Joana Baião, investigadora contratada neste projecto para fazer a coordenação na área da história de arte, considera que "esta é uma oportunidade única". "Já começámos os trabalhos de investigação, de inventariação e de conhecimento mais profundo da obra de Graça Morais e, a partir daí, surgem vários projectos e fazemos o apelo a todos os alunos, investigadores do IPB e até de pessoas que venham de fora e que tenham propostas que se possam enquadrar nesta ideia de grande ligação entre as artes e a ciência dentro do território de Bragança e de Trás-os-Montes. Isto já acontece e já está aberto à comunidade".
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que foi o impulsionador deste laboratório, deixou também algumas propostas de trabalho, entre elas aprofundar a relação da obra da pintora com a literatura e o estudo das paisagens e aldeias transmontanas, assim como dos costumes e das pessoas da região, na pintura da artista e que o próprio arquivo seja analisado. "Com as competências únicas que há no IPB, em termos de multiculturalismo, e o conhecimento único que há no centro de investigação em Montanha podemos fazer de Bragança um centro único a nível mundial de multiculturalismo".
Graça Morais considera que a primeira sessão de trabalho "foi muito positiva". "Fiquei muito contente de ver que pessoas de áreas tão diferentes, jovens, quase todos, estão motivados para, a partir deste projecto, de crescer com soluções e vivências diferentes. Eu acho que esta sessão é extraordinária, que cresca e se enriqueça, e vai colocar Bragança num lugar muito importante para a cultura, política e para o sentido do ser humano, no que diz respeito à integração, à aberta à diferença e aos outros. Este multiculturalismo, que o IPB e a minha pintura oferecem, vai lutar contra tantas situações de injustiça que se vivem na Europa. Bragança vai surgir como um exemplo".
O Multiculturalismo, a relação com a literatura, com Cabo Verde e as paisagens, gentes e costumes transmontanos na obra de Graça Morais são as directrizes principais deste Laboratório de Artes na Montanha, que pretende ligar cultura e ciência.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
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