A aldeia de Picote, no concelho de Miranda do Douro, acolheu, de sexta a domingo, o festival L Gueiteiro.
Para satisfação dos locais, o evento, que pretende revitalizar os elementos mais marcantes da cultura mirandesa, como a música, a língua, o burro e a gastronomia, voltou, passados dez anos, a esta aldeia. “É uma tradição que não se devia perder nem acabar”, disse Fernando Martins. “Temos que manter as raízes e as nossas origens. Não podemos deixar morrer isto”, explicou Paulo Costinha. “Encontro que está bem. É bom recordar mas devia ser mais vezes ainda”, contou Lázaro Fernandes.
Durante 16 anos, além do gaiteiro, o burro também dava nome ao festival. A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino e a Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural deixaram a organização, que ficou apenas a cargo dos Galandum Galundaina. Paulo Preto, deste grupo, confirma que os objectivos do festival se mantêm. “A grande essência é mesmo a cultura mirandesa e a música mirandesa, a divulgação, trazer a música, a cultura e dinamizar as pequenas aldeias despovoadas. É um ano de transição e não vale a pena esconder isso. Está a ser só promovido pelos Galandum Galundaina. Tínhamos a AEPGA e ainda esperamos um dia voltar a estar com eles”.
Já Paulo Meirinhos, também membro do grupo, explica que a cultura musical destas terras está a revitalizar-se por causa de festivais como este e da padronização da gaita-de-foles. “Festivais como este, e ao longo destes anos que fizemos o festival e desde começamos com Galandum, fomo-nos apercebendo que esta é uma cultura que faz sentido hoje em dia. Às vezes quando se pensa em fazer algo só por fazer e para preservar o que faziam os velhos não é suficiente. Temos que fazer as coisas de maneira a actualizar o que era feito e trazer a cultura tradicional para os dias de hoje”.
O festival itinerante recebeu, este ano, Peste e Sida, Galandum Galundaina, Comvinha Tradicional e Quinteto Reis.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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