Paulo Bragança no CCB - JOSÉ FRADE / MUSEU DO FADO |
Paulo Bragança no CCB com os cinco músicos em palco - JOSÉ FRADE / MUSEU DO FADO |
A imagem que Paulo Bragança deixou dos seus primeiros tempos não se desfez, apurou-se. Nela podem ecoar memórias dos anos 80, da pop de António Variações ao negrume dos Joy Division, mas isso dependerá muito das referências de quem ouve. Certo é que, na pose, na colocação da voz, na gestão dos tempos e dos silêncios (e com que habilidade, e noção de sedução, ele os explora!), Paulo Bragança permanece sem par no seu género. As pontes que ele agora estabelece, rumando dos fados à Irlanda, onde viveu mais de uma década (com Caoineadh na dtrí mhuíre, só voz e nove adufes, com o grupo feminino Adufe & Alguidar), ou à Roménia, país onde também viveu uns meses e pelo qual se apaixonou (cantou três canções em romeno, que talvez grave um dia), assentam no novo caminho que constrói e que já foi fixando num disco, Cativo.
O resto da noite andou pelo fado ou canções a ele sujeitas: Biografia do fado, o Fado falado de Villaret alterado ao seu modo (foi com ele, disse, que abriu o concerto de há 22 anos), Soldado, Para que quero eu olhos (da tradição coimbrã), Remar, remar (dos (Xutos & pontapés), Cansaço (de Amai, já aí dando novos tons a este belíssimo fado de Amália) e Descalço (que fechava o seu primeiro disco, Notas Sobre a Alma, de 1992).
Nos agradecimentos finais, com o grupo Adufe & Alguidar - JOSÉ FRADE / MUSEU DO FADO |
Uma nota, à margem: Este sábado, 26 de Outubro, pelas 18h, foi inaugurada em Lisboa uma exposição de fotografia intitulada Requiem, compilada a partir de uma série de sessões fotográficas onde Paulo Bragança (há já uns anos) serviu de modelo ao fotógrafo franco-italiano Joseph Le Mela. Está na galeria Little Chelsea, na Rua Capitão Leitão, 40, onde ficará patente ao público até ao dia 17 de Novembro.
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