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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 9 de novembro de 2019

O lado quente da Terra Fria

RaussTuna - tuna mista de Bragança. Agradeço que fixem este nome porque é por causa dela, deles e delas, que esta crónica acontece. Mas sobretudo porque estes jovens transmontanos merecem que lhes enalteçam o exemplo que são e dão.

Entrei em novembro por Trás-os-Montes, lá onde dizem que o diabo perdeu as botas mas onde fui encontrar uma realidade que não conhecia e descobrir novas emoções e muitas sensações de felicidade terrena. Talvez até perceba agora melhor o lado lunar de que fala o meu amigo Rui Veloso, depois de ter experimentado o lado quente desta Terra Fria a que Bragança pertence. Dei até comigo a imaginar que foi uma intenção séria de se ligar à terra a boa razão que levou o primeiro-ministro a convidar tanta gente desta zona para o seu novo Governo.

Não tenho conhecimentos suficientes para saber se a maioria das tunas portuguesas são como esta tuna mista de Bragança. Mas espero que sejam. Em pouco mais de 24 horas pude confirmar e voltar a acreditar com mais força que nem tudo está perdido, nem tudo são casos perdidos nas novas gerações. Para os que caem muitas vezes na tentação de tomar a nuvem por Juno e consideram que as tunas são as claques das universidades e escolas politécnicas, recomendo um pequeno estágio junto da RaussTuna para tirarem daí as ideias.

Orgulhosamente sediados e acantonados numa pequena sala cedida pelo IPB (Instituto Politécnico de Bragança), os membros da RaussTuna comemoraram este fim de semana o seu 10.0 aniversário. Dez anos de muita animação, boémia e divertimento, como e muito bem se supõe, mas também dez anos de entreajuda, de respeito pelo outro e pela diferença, de reconhecimento do trabalho, do esforço e do mérito e de gratidão pela vida que levam e pela vida que outros os ajudam a levar. Dez anos sem perder ninguém pelo caminho, mas igualmente sem deixar que outros se percam por outros caminhos. Dez anos a somar vontades, a subtrair tempos livres e a dividir tarefas para poderem multiplicar sucessos.

Quando Paulo de Carvalho cantou "Dez anos é muito tempo" ainda o tempo corria muito devagar, comparado com a corrida contra o tempo que foram estes últimos dez anos. Curiosamente, na RaussTuna , num universo que vai dos 17 aos 30 anos, fui encontrar uma juventude irreverente e inovadora que se inquieta quando falta a inclusão e não fica quieta quando é preciso trabalhar para a capacitação de todos, ou até quando é preciso pôr a mesa ou lavar a louça. E deixa descansar o telemóvel às refeições e reuniões.

A RaussTuna nunca sairá de Bragança e a cidade só tem que agradecer. Mas os seus membros, no ensino, na enfermagem, na informática, na vida artística, nas empresas e nas outras atividades que aqui faltam vão longe, certamente muito longe, mesmo que alguns, como o Fausto ou o Vítor Gonçalves, tenham decidido, e muito bem, que para ir longe na vida e na profissão não é preciso sair de Bragança.

Manuel Serrão
*Empresário

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