O município de Vimioso apoiou mais de 420 bebés desde que foi implementado, em 2002, o "incentivo de apoio à natalidade", uma medida que pretende ajudar "a travar" o despovoamento naquele concelho, anunciou hoje o presidente da Câmara.
"Trata-se de uma medida implementada em 2002, ano em que o apoio era de 500 euros para cada bebé nascido no concelho. Em 2005, duplicámos o prémio, que está fixado atualmente nos mil euros, sendo esta uma forma de tentar travar o despovoamento no concelho de Vimioso, concretizou à Lusa Jorge Fidalgo.
A Câmara de Vimioso procede na quarta-feira à entrega dos prémios associados ao "Bebé do Ano", que vão contemplar as 27 crianças nascidas no concelho em 2019.
Além deste apoio monetário direto, o município de Vimioso financia na totalidade a vacinação das crianças contra a meningite, um encargo que ronda cerca de 500 euros por cada bebé.
Para além destas medidas, o município presta ainda apoios na área da educação, desde a creche até ao 9.º ano de escolaridade.
"Sabemos que não são estas medidas que resolvem os problemas do despovoamento ou que levam ao aumento da natalidade. O que pretendemos é, fundamentalmente, premiar aquelas famílias que continuam a acreditar que é possível constituir família e viver em Vimioso", vincou o autarca.
Segundo Jorge Fidalgo, a média de nascimentos no concelho, nos últimos 17 anos, ronda os 25 bebés/ano.
"Apesar de todos os esforços, o número de nascimentos é baixo num concelho como Vimioso, em que cerca de 60% da população tem mais de 65 anos", observou.
Jorge Fidalgo afirmou que o Estado "tem as maiores responsabilidades em matéria de despovoamento" e aponta como o exemplo o facto de o ensino nas escolas daquele concelho trasmontano só chegar ao 9.º ano.
"Basta dizer que não temos ensino secundário no nosso concelho até ao 12.º ano e os alunos têm de sair. Eram necessários mais apoios para ajudar a fixar as pessoas e criarem o seu posto de trabalho", frisou Jorge Fidalgo.
Para o autarca social-democrata, se não houver medidas mais "proativas" por parte do Estado de complemento aos esforços das autarquias, "não será possível rever ter o despovoamento do interior".
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