O caçador considerado culpado de envenenar mortalmente um abutre-preto e três grifos foi condenado a seis meses de prisão e uma multa de 36.000 euros.
Além da pena de prisão e da multa, o mesmo homem ficou proibido de caçar durante um período de dois anos.
Em causa está um envenenamento que aconteceu em 2012 na província de Ciudad Real, região de Castela-La Mancha, relata uma notícia do jornal espanhol Hoy, citada pela Vulture Conservation Foundation.
Agentes ambientais espanhóis encontraram a carcaça de um abutre-preto numa quinta da localidade de Agudo. Dias mais tarde, acompanhados por pessoas da Unidade de Investigação de Venenos de Ciudad Real, descobriram os corpos de três grifos e os restos de uma ovelha que as aves tinham comido.
Mais tarde, devido à realização de necrópsias, soube-se que tanto as aves como a ovelha continham vestígios de um poderoso insecticida usado em colheitas, que lhes terá provocado a morte. “De acordo com a sentença, o caçador preso por estes anos usou a ovelha como isco para eliminar os abutres”, relata a VCF.
A decisão do tribunal foi conhecida a 15 de Janeiro em Espanha, divulgada pela Associação Profissional de Agentes Ambientais de Castela-La Mancha, que pede desde há muito a criação de novas unidades de investigação de venenos na comunidade para que sejam detectados os crimes contra a vida selvagem através do uso de iscos envenenados.
“O envenenamento na natureza continua a ser uma das práticas ilegais mais destrutivas para a biodiversidade em Espanha, matando vida selvagem preciosa”, defende a VCF.
“Espanha, no entanto, pode ser vista como um exemplo das melhores práticas na Europa no que respeita a combater o envenenamento ilegal de vida selvagem”, sublinha esta organização não governamental internacional dedicada à conservação dos abutres europeus.
Em Portugal, em Abril passado, foi anunciado um novo protocolo de actuação no âmbito do combate a estes crimes. Na altura, o então presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Rogério Rodrigues, referiu que se estima que apenas 10% dos animais vítimas de iscos envenenados são detectados.
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