Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
E assim comecei a escrever sobre várias coisas, dispersas… quase poemas.
Quis falar-te dos meus silêncios e das minhas mortes. Tantas. Lembro-me do hospital onde deixei a vida por inteiro na longa viagem de um filho. A porta continua aberta. E chega. Quero que ouças os meus vizinhos, numa tranquilidade serena e resignada. E acho que são felizes.
Não tenho gaivotas, mas as cegonhas devolvem-te as asas para planares no azul sereno. E como tu gostavas, quero falar-te de códigos secretos, de velhos filósofos que interpretavam os sinais e davam sentido aos enigmas. Coisas com pessoas, coisas da vida, de lugares, tristezas e alegrias, emoções com sorrisos e lágrimas. Tenho-te dito muitas coisas… não sei se são bonitas. Partilho, para que se cumpra o teu desejo cândido e enigmático: - Quando puderes, diz-me uma coisa… diz-me uma coisa bonita!… e leva-me uma rosa… só uma!
Levei-te uma rosa que deixei em campa rasa.
E cumpriu-se.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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