Apesar do cancelamento de todos os festivais de música até 30 de setembro devido à pandemia, algumas festas e romarias terão condições para se realizar este verão. A garantia foi dada esta sexta-feira pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, em entrevista ao programa Você na TV, na TVI. "Nós vamos definir com a DGS quais são as regras que podem ser definidas. E se cumprirem essas regras quais [festas e romarias] é que se podem realizar", afirmou a governante.
De acordo com Graça Fonseca, serão também definidas as condições para se realizarem alguns festivais e eventos culturais de menor dimensão e com lugares marcados. Todos os espetáculos serão retomados gradualmente a partir de junho, privilegiando-se aqueles que decorrem ar livre, mas com regras apertadas, seguindo as recomendações da Direção Geral da Saúde.
"Num verão que vai ser muito atípico - nunca nenhum de nós viveu um verão como vai ser este ano – não teremos praticamente nenhum turismo externo, a maioria de nós vai provavelmente ir para fora cá dentro – temos que conseguir ter programação cultural em todo o território que ocupe aquilo que foi deixado vazio com muitos cancelamentos que aconteceram", argumentou a ministra.
Admitindo que será necessário "reinventar a programação cultural" em todo o país, Graça Fonseca considerou que isso será fundamental para o regresso dos portugueses à nova normalidade. "O relançamento da economia precisa que a Cultura ocupe o território porque é isso que nos dá confiança para voltar a sair", insistiu
A governante adiantou também que irá a partir deste mês fazer um roteiro pelo país para acompanhar a reabertura progressiva da Cultura. "Tenho que ir de Vila Real a Bragança e ainda às regiões autónomas. É isso que farei", garantiu.
Questionada sobre como o teatro poderá sobreviver com metade da lotação, a ministra disse que ainda não existe uma medida concreta para este sector, estando a tutela a procurar soluções para dar resposta a isso. "Do ponto de vista do ciclo de apoios as artes estamos a rever toda a metodologia construída em fevereiro para o final deste semestre lançar um conjunto de iniciativas", explicou.
Sobre a lei do Mecenato, Graça Fonseca admitiu que existe "muito trabalho" pela frente, sendo vital construir uma relação de diálogo entre o sector e as empresas.
Graça Fonseca manifestou-se ainda contra os concertos que os artistas estão a realizar de forma gratuita nas redes sociais, defendendo que todo o trabalho na Cultura deve ser remunerado. "Nunca tantas pessoas estiveram em casa, temos que dar às pessoas o que a Cultura tem de melhor. Mas não pode ser gratuitamente em lives. Temos que terminar com isso", concluiu.
Liliana Coelho
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