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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 12 de julho de 2020

APANHA MECÂNICA DE AZEITONAS À NOITE PASSA A SER ILEGAL POR MATAR AS AVES

A colheita mecânica nocturna de azeitonas nos olivais superintensivos “provoca de forma significativa a mortalidade de aves”, concluiu um estudo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

O “Estudo técnico para a avaliação de impacto na avifauna resultante da colheita mecânica noturna” foi ordenado pelo Despacho nº 18/2019, de 19 de setembro, ao INIAV, e realizou-se durante a campanha de apanha de azeitona de 2019/2020, recorda um comunicado divulgado esta segunda-feira pelo Ministério do Ambiente.

Este estudo teve a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo. Objectivo? Analisar os impactos das culturas intensivas e superintensivas de olival em áreas de regadio, uma prática que se tem vindo a espalhar em Portugal, especialmente no Alentejo.

As conclusões, que foram entregues ao ICNF, indicam que a apanha mecânica nocturna em olivais superintensivos “provoca de forma significativa a mortalidade de aves”, adianta o mesmo comunicado. Já as medidas de mitigação testadas, concretamente os processos de espantamento ensaiados, mostraram ser “ineficazes”.

Os efeitos desta prática em olivais intensivos e superintendidos já tinham sido por várias vezes questionados por várias associações ambientais, como aconteceu com a Quercus em Outubro passado, mas até agora não tinham produzido uma decisão conclusiva da parte do ICNF.

Na altura, dados a que a Quercus tinha tido acesso davam conta, em apenas duas acções de fiscalização do SEPNA/GNR no Alentejo, de terem sido detectadas 375 aves mortas, fruto da apanha nocturna de azeitona – 140 aves numa das acções de fiscalização (27/12/18) e 235 aves em outra (2/1/19). Algumas das espécies de aves atingidas por esta mortalidade foram o tordo-comum, a milheirinha, o lugre, o pintassilgo-comum, o verdilhão, o tentilhão-comum e a toutinegra.
Pintassilgo. Foto: Tony Hisgett/Wiki Commons
A associação ambientalista estimava ainda que o problema deve atingir, “numa perspectiva conservadora, pelo menos entre 70.000 e 100.000 aves em território nacional”.

Com base nos dados agora conhecidos através do novo estudo do INIAV, a entidade reguladora vai passar a sancionar a apanha mecânica nocturna em olivais, uma vez que “a perturbação e mortalidade de aves constituem uma infração contraordenacional e penal à legislação em vigor”.

Em causa estão as normas estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 140/99 – que transpõe as directivas comunitárias Aves e Habitats, ligadas à conservação da biodiversidade – e ainda o Decreto-Lei nº 316/89, que na lei portuguesa regula a Convenção de Berna (Convenção Relativa à Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa).

Quatro associações suspendem trabalhos à noite
Assim, indica o gabinete do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, o ICNF vai “intensificar as acções de fiscalização” durante a próxima campanha de apanha de azeitona, que começa no próximo mês de Outubro de 2020 e se estende até Março de 2021. Isto para  “assegurar que não ocorre qualquer prática que possa promover a mortalidade de aves, designadamente a apanha nocturna de azeitona.”


“Cientes da gravidade desta prática nefasta às aves, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confragri), a Casa do Azeite e a Associação de Olivicultores do Sul (Olivum) decidiram suspender a colheita noturna mecanizada da azeitona na próxima campanha, a iniciar em Outubro”, adianta ainda o Ministério.


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