segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Espanhóis juntam-se a Vinhais e Macedo de Cavaleiros na reivindicação de estrada

 A Junta da Galiza e outras instituições regionais espanholas juntaram-se aos municípios portugueses de Macedo de Cavaleiros e Vinhais na reivindicação de uma nova estrada transfronteiriça, numa declaração de apoio divulgada hoje pela Câmara de Vinhais.
A posição de Espanha surge em simultâneo com a moção dos dois municípios enviada ao Governo português, expressando repúdio pela exclusão do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030 da nova ligação internacional Macedo de Cavaleiros-Vinhais-A Gudiña.

Numa missiva dirigida, em 30 de outubro, ao ministro espanhol dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, a Junta da Galiza defende que o ministério "ainda está a tempo de incluir esta ligação nos planos de resiliência que Portugal e Espanha esperam apresentar à União Europeia para captar fundos para infraestruturas transfronteiriças".

Na exposição, considera-se “um erro” que esta estrada não tenha sido incluída nos projetos da estratégia conjunta para a fronteira apresentada pelos governos de Portugal e Espanha na cimeira Luso-Espanhola que decorreu na Guarda, a 09 de outubro.

Na carta dirigida ao Governo de Espanha, as entidades regionais lembram que justamente nessa data, em 09 de outubro, a junta da Galiza, a “diputación” de Ourense e 17 autarcas da raia desta zona "assinaram uma Declaração Institucional de apoio e impulso à ligação internacional transfronteiriça, por autoestrada, entre Macedo de Cavaleiros, Vinhais e A Gudiña".

Os subscritores decidiram enviar a declaração ao Ministério dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana para que este a faça chegar aos órgãos competentes tanto de Espanha e Portugal como da União Europeia.

A declaração seguiu com o texto agora dirigido ao ministro da tutela, e sublinha a posição comum destes territórios sobre o caráter estratégico “para reforçar a mobilidade na eurorregião Galiza-Norte de Portugal, desta ligação entre o nordeste de Portugal e a futura estação do AVE, o comboio de alta velocidade espanhol, em A Gudiña.

“A estação de A Gudiña supõe uma oportunidade que não se pode desaproveitar para apoiar o desenvolvimento e as oportunidades daquela a que chamaram “Espanha vazia” e para reforçar os laços transfronteiriços entre Portugal e Espanha”, sustentam.

Os subscritores espanhóis defendem que “entre Zamora e Ourense, A Gudiña é o nó que pode articular melhor o território, dando acesso à alta velocidade ferroviária a mais de 73.000 habitantes das comarcas de Viana, Valdeorras, Trives, A Limia y Verín, em Espanha, e aos distritos portugueses de Vila Real e Bragança, que somam 349.000 habitantes.

“Para que seja possível, é necessário desenvolver a rede viária que articule o território e permita uma acessibilidade adequada”, acrescentam, vincando que “tanto em Portugal como na Galiza considera-se imprescindível o impulso por parte de ambos os Estado da ligação por autoestrada com A Gudiña através de Vinhais”.

Os autores da declaração espanhola pedem ao ministro da tutela que “avalie positivamente” esta posição conjunta “estratégica da Galiza e Norte de Portugal”.

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