Milhafre-real. Foto: Hansueli Krapf/Wiki Commons |
Até agora, estas contagens paralelas em diferentes países têm sido coordenadas pela organização francesa Ligue por la Protection des Oiseaux (LPO). Mas este ano, pela primeira vez, a iniciativa realiza-se no âmbito do projecto LIFE Eurokite e é coordenada pela austríaca MEGEG – Central European Society for Raptor Protection, em conjunto com vários parceiros.
Esta é uma espécie de conservação prioritária na União Europeia, até porque 95% das suas populações habitam no espaço europeu. O censo internacional começou esta sexta-feira e realiza-se até domingo, dia 11 de Janeiro, e coincide com os censos que são feitos localmente em muitos países – incluindo Portugal.
Foto: Vnyyy/Wiki Commons |
Centenas de voluntários vão contar milhafres-reais “em cerca de 212 dormitórios em 20 países europeus, que serão consistentemente contados nos próximos seis anos em Janeiro”, avança em comunicado a MEGEG. Além de Portugal, as contagens fazem-se em Espanha, França, Bélgica, Grã-Bretanha, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Polónia e Alemanha, por exemplo.
As áreas mais importantes de invernada dos milhafres-reais situam-se em Espanha e no sul de França, mas cada vez mais milhafres passam os meses mais frios perto dos locais de nidificação no centro da Europa, “provavelmente também devido às alterações climáticas”, acrescenta a organização.
Em Janeiro de 2019, no âmbito deste censo europeu, foram contados mais de 55.000 milhafres-reais nos seus dormitórios. Destes, cerca de 35.000 estavam em Espanha, cerca de 12.000 em França e outros 3.500 na Suíça.
Foto: Frank Vasser/Wiki Commons |
Foto: Francesco Veronesi/Wiki Commons |
Esta ave de rapina, muito ameaçada por envenenamentos, é considerada em risco de extinção em Portugal. A população invernante está classificada como Vulnerável, mas ainda pior estará a população reprodutora, que são aves que nidificam no país. Esta última “tem classificação de Criticamente em Perigo, a categoria mais elevada depois da Extinta, segundo o Livro Vermelho das Aves de Portugal.”
Todavia, lembra Julieta Costa, esta avaliação “já tem mais de 10 anos e em relação ao milhafre-real nidificante a sua situação nacional não tem sido seguida”.
Desta vez, tal como sucedeu em anos anteriores, o censo em Portugal concentra-se regiões onde já se sabe que a espécie está presente, “com base no conhecimento que cada organização tem da sua zona”. Além de voluntários e do ICNF, participam a SPEA, a Liga para a Protecção da Natureza, Palombar, Quercus e ATNatureza.
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