segunda-feira, 3 de maio de 2021

Fim-de-semana amargo para o comércio e a restauração de Miranda do Douro

 Este fim-de-semana, o descontentamento foi notório em Miranda do Douro. As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha voltaram a abrir, no sábado, mas o concelho não avançou para a quarta fase de desconfinamento. Por isso, o comércio e a restauração fecharam bem cedo
Os restaurantes são dos que mais sofrem com esta medida porque à uma da tarde encerram portas e praticamente não dá para servir almoços. Dora Dias, proprietária do Mirandês, assinala que quase não se consegue trabalhar e como os espanhóis costumam almoçar tarde, acabam por nem ir. “Não estávamos a contar em fechar tão cedo. Este fim-de-semana seria uma lufada de ar fresco para a economia local, mas com esta situação Miranda sofre. Temos sido contactados por diversos espanhóis e o que dissemos foi que tínhamos que fechar e que viessem o mais cedo possível. O que me disseram alguns é que nesta situação não virão e que ficará para uma próxima”.

Paloma Sanchez é espanhola mas não esteve em Miranda de visita. É proprietária de um café há largos anos. A maioria dos clientes são espanhóis que procuram os petiscos que ali faz. Com este horário nem vale a pena abrir a cozinha. “É mau, muito mau. Nem a cozinha tenho aberta. Para quê? Os espanhóis costumam almoçar tarde e nós temos que fechar à uma que é quando eles começam a vir. Até que nos deixem fazer o trabalho normal não começamos a trabalhar”.

Raul Silva é proprietário de um café. Apesar de não ser justo fechar tão cedo, entende que são medidas para cumprir. “Temos que compreender que a situação não está normalizada e ao não o estar temos que esperar mais dias. Abrir as fronteiras e as pessoas virem e nós termos as portas fechadas também não serve de nada”.


O comércio também é prejudicado com esta medida já que fecha portas às 13 horas. Os comerciantes de Miranda estão satisfeitos com a abertura de fronteiras mas lamentam que não haja grande tempo para fazer negócio. “À hora que os espanhóis costumam aparecer, por volta das 12/13 horas, vão chegar cá, esperemos que só seja este fim-de-semana, não é muito bom. É triste”, disse José Mesquita. “Temos que fechar à uma. É muito pouco tempo. Pomos as coisas e dali a bocadinho temos que recolher tudo outra vez”, contou Isabel Ramos.

Os protestos dos empresários de Miranda, que esperam que no próximo fim-de-semana o cenário já seja diferente.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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