Apesar de terem um carácter urbano, este tipo de intervenção adaptou-se ao meio rural, usando espaços como um posto de transformação de energia, sedes de associações e juntas e até uma antiga ordenha como tela.
Os motivos também estão relacionados com as aldeias.
Em Rebordãos, pintar a fauna da serra da Nogueira foi o desafio que Fedor, do colectivo Rua, abraçou. “Tiveram em conta o tipo de trabalho que costumo desenvolver porque já represento muito elementos da fauna e da flora. É um bocadinho diferente trabalhar numa aldeia, mas acho que também temos um contacto mais próximo com as pessoas, aqui conseguimos falar um bocadinho. No início ficaram muito curiosas perguntavam como se trabalha com spray, o tipo de técnica, mas para já só tenho ouvido elogios”, afirmou.
Em Santa Comba de Rossas as memórias da linha ferroviária ficam agora gravadas num Posto de Transformação de electricidade, como explica Vírus que colaborou com Trip na intervenção, e também destacou a proximidade com os habitantes. “A própria interacção das pessoas com a obra é diferente, tudo é mais pessoal. Pelo menos eu venho do Porto e estou habituado a um ambiente que é um pouco mais impessoal”, referiu.
A maior dificuldade foi mesmo mau o tempo dos últimos dias. “Faz um bocado parte do que é pintar murais, senão estávamos a pintar telas em casa, temos de ter um bocado jogo de cintura”, afirmou.
O trabalho dos vários artistas parece ter convencido os habitantes que vão acompanhando o evoluir da pintura com curiosidade. “Por acaso está bonito, toda a gente ficou contente com esta pintura. Nunca tinha visto isto ao vivo, mas digo-lhe que deve ser um grande artista”, conta um dos habitantes.
O festival de Street Art deixou ainda marcas com novos murais nas aldeias de Baçal, Deilão, Mós, São Julião de Palácios e Zoio.
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