O diretor do Parque Natural Regional do Vale do Tua, Artur Cascarejo, adiantou à Lusa que a incubadora, criada em setembro de 2020, está a gerar novos projetos, a atrair outros e a fazer regressar naturais do território que se encontravam fora da região, assim como a dar oportunidades de emprego a pessoas qualificadas.
Um dos novos projetos, disse, é o de uma multinacional, sobre a qual não foram revelados mais pormenores, que irá instalar-se no Tua e que já “está a procurar jovens qualificados na Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) e no Instituto Politécnico de Bragança (IPB)”.
Outro projeto vai fazer regressar à terra um casal de jovens de Murça emigrado na Suíça, que se propõe recuperar para agroalimentar uma quinta dos pais herdada na zona da Sobreira.
Um jovem com formação na área do teatro e artes performativas vai deslocar-se do Porto para Carrazeda de Ansiães, de onde é a família, para ali criar um projeto mais ligado à cultura e identidade territorial, segundo Artur Cascarejo.
Os novos investimentos apoiados pela incubadora abrangem ainda outras apostas como o aproveitamento dos frutos secos no Vale da Vilariça, em Vila Flor, ou o combate à violência doméstica e infantil, preconizado por uma jovem em parceria com a Universidade do Minho.
“Estamos a desenvolver parcerias com as universidades do Porto, do Minho, de Aveiro, com o IPB para, em conjunto, trazermos jovens qualificados para o território”, enfatizou, realçando que esta aposta passa também pelo novo conceito dos nómadas digitais.
“Estamos a dizer às pessoas que, se estão em teletrabalho, podem trabalhar em qualquer parte do mundo, se o trabalho deles é no computador então podem fazê-lo a partir do Vale do Tua, de cada um dos cinco municípios do Vale do Tua”, salientou.
Este território, onde os novos projetos são apoiados pelo parque e pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, abrange os municípios de Alijó e Murça, no distrito de Vila Real, e Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança.
A maior parte destas candidaturas são apoiadas pelo programa Startup Voucher certificado a estas entidades do Vale do Tua que viram recentemente aprovada também uma candidatura ao Startup Visa.
Este último programa destina-se a atrair investimento estrangeiro para o território e, segundo o diretor do parque, a instalação da multinacional está a ser negociada ente âmbito.
O parque e a agência do Vale do Tua foram criados no âmbito das medidas de compensação pela construção da barragem de Foz Tua e são financiados por três por cento da faturação anual de energia.
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