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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

A TORTURA NA ESCOLA NO FIM DO SÉCULO XIX OU A TRISTE INFÂNCIA DE UM GRANDE ESCRITOR (3ª Parte)

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Como o progenitor queria que o filho fosse doutor, assentou matriculá-lo num colégio, no Porto.
Preparado o enxoval, partiram para a Invicta Cidade do Porto, de barco.
Desceram o rio Douro. Ao desembarcar, Trindade Coelho perdeu-se. O pai, após muito o procurar, foi descobri-lo na esquadra!
Visitaram, depois a cidade. O futuro escritor de nada gostou, a não ser o mar.
Ao despedirem-se, agarraram-se a chorar, cheios de futuras saudades.
Mas o menino tinha que ser doutor!....
No colégio permaneceu 6 anos. Era conhecido pela alcunha de: "O Mogadouro".
Receava os professores e os perfeitos. Ficou traumatizado e abalado o sistema nervoso; problema que o acompanhou por longo tempo.
Certo professor inumano, chegou a dar-lhe 37 palmatoadas seguidas!
Era-lhe proibido ler, a não ser livros escolares. Conseguiu, assim mesmo, ler: " Os Três Mosqueteiros", de Dumas, e mais dois livros.
Nas horas vagas, disfarçadamente, escreveu dois contos: "O Enjeitado" e "Uma Trovoada", e artigo, que teve a coragem de o ler ao porteiro, que ficou encantado, e levou-o a um jornal. Foi publicado com o nome de: “José Coelho"
Feliz, enviou-o ao pai, que não gostou, e pediu-lhe para deixar de escrever.
Finalmente entrou na Faculdade de Direito de Coimbra. Estudou muito, mas nada entendia. O resultado foi ficar reprovado.
Entretanto escreveu um livro sobre: " Direito Romano" que levou para ser publicado.
Quando saiu, ofereceu exemplar ao professor que o "chumbara". Este arrependeu-se acerbamente de o ter reprovado e chegou a recomendar a leitura, da obra, aos seus alunos.
O pai, ao ter conhecimento da reprovação, quase deixou de lhe falar e cortou-lhe a mesada.
Não ficou descorçoado. Partiu para Coimbra. Estudava e escrevia nos jornais.
Assinava os artigos com o pseudónimo: " Belisário", " Progressista Imparcial", " Porta Férrea" e por fim: Trindade Coelho.
Andava no segundo ano de Direito, quando recebeu a triste notícia da morte do pai.

(Continua)

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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