sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Aveleda


“Sou d’Ableda e a burra tamém.” Esta bonita aldeia de Bragança é atravessada pelo rio Pepim, simbolizada por uma burra lendária e tem um Muro das Lamentações, o largo da Aveleda com boa vista, boa gente, boa conversa e boa gargalhada.

As poldras no Rio Pepim: ainda não foi desta que fomos à água!

Avé Leda! Diriam os Romanos ao verem este “lugar belo”. E na busca desses recantos mais belos da aldeia, apontam-nos o rio Pepim e onde atravessá-lo saltitando as poldras. Que na outra margem há o velho moinho de água, o açude e o Parque Nogueiras. Se o cenário já é bonito por natureza, tornou-se idílico com a chuva de flor de choupo flutuando suavemente no ar.


No regresso ao Muro das Lamentações, ficamos de muito bom grado a desfiar prosa que de lamentação teve pouco, mas muito de revelador. Começam as estórias do carvão que aqui se fazia e da ponte que não havia, que vai invariavelmente parar à lenda da Burra da Aveleda. Fala-se da pesca no rio quando se ia à rega. Antes das barragens, jogava-se o cesto à água, um “guelritxo” ou um rabudo, e era ver o escalo, o barbo, a truta ou a boga a rabear lá dentro.

Desfiando prosa no Muro das Lamentações!

Fascinados como crianças perante um contador de estórias, perdemos a noção do tempo. É que à nossa espera estava o Sr. Isidro Rodrigues, fazedor de máscaras de Caretos que se orgulha de ser dos poucos que usa os métodos antigos e tradicionais: sem máquinas de corte, sem rebites, sem polimentos.

“Folha de flandres é difícil, mas ainda se arranja!”

A mãe, a Dona Bernardete Pereira, é a detentora dos segredos do tecido, linha e agulha e a acarinhada costureira dos fatos dos Caretos da Aveleda que ainda dão vida às Festas dos Rapazes. Indica-nos com vaidade discreta a Igreja de São Cipriano e tem pena de não estar aberta para vermos o interior. Ainda assim, atravessamos a ponte e subimos o Calvário para a apreciar de fora.


Maldito relógio que nos privou de mais tempo de sorrisos a descoberto, de calor humano, duma ida à adega do Sr. Vara. Entende agora porque dizemos que as aldeias de Bragança e do Parque Natural do Montesinho nos roubam o coração?

A não perder numa visita à Aveleda
Igreja de São Cipriano | Fonte da Burra da Aveleda | Ponte da Aveleda | A Burra da Aveleda | Capela de São Sebastião | Fonte de Mergulho da Aveleda | Rio Pepim | Poldras do Rio | Muro das Lamentações | Parque Nogueira | Moinho | Forja | Fábrica-museu de máscaras e fatos dos Caretos da Aveleda | Cruzeiro da Aveleda |

Anabela e Alexandre

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