“Pretendemos trabalhar num projeto para a criação de uma bio-região e esperamos que este anseio venha a ser uma realidade para todo o território dos Lagos do Sabor, que abrange quatro concelhos. Estamos a promover uma candidatura a nível europeu que terá de cumprir alguns requisitos. Este é um território rural onde abundam os bioprodutos pelo facto de ainda se manterem práticas agrícolas ancestrais”, explicou Eduardo Tavares.
Os Lagos do Sabor abrangem os concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, numa área de 2.300 quilómetros quadrados que resultam da albufeira da barragem do Baixo Sabor.
Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, as bio-regiões consistem em áreas geográficas onde agricultores, cidadãos, operadores turísticos, associações e o poder local estabelecem uma parceria para a gestão sustentável dos recursos locais, dando centralidade à produção e consumo alimentar de base agroecológica.
O movimento das bio-regiões nasceu em Itália, em 2004, e nos últimos anos passou fronteiras, rondado atualmente as 40 comunidades em todo o mundo. Em Portugal existem quatro bio-regiões: Idanha a Nova, Alto Tâmega, São Pedro do Sul e margem esquerda do rio Guadiana.
“Entendemos que, ao possuirmos uma logomarca de bio-região nos Lagos do Sabor, será uma mais-valia para todas as nossas atividades complementares à agricultura ou à agroindústria. Por isso vamos lutar para conseguir certificar o território dos Lagos do Sabor com esta marca. Já houve reuniões com a ministra da Agricultura e com a diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, e vamos muito em breve fazer esta candidatura”, concretizou Eduardo Tavares.
Para além da criação de uma bio-região, o projeto turístico "Lagos do Sabor" prevê a criação de um ‘Eco-Resort’ flutuante, com unidades de alojamento e capacidade de navegação nos lagos, pontos de ancoragem em forma de flor de amendoeira com pequenas piscinas centrais, praias fluviais e ancoradouros, abrangendo os quatro municípios numa única gestão ao longo de 70 quilómetros de lagos.
O presidente da AMBS, Eduardo Tavares, defende igualmente ser “urgente” a aprovação do Programa Especial da Albufeira do Baixo Sabor (PEABS) por se tratar de um instrumento estratégico para o ordenamento desta região.
Sem comentários:
Enviar um comentário