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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

“Mátria”, Uma Ópera Inspirada na Obra de Miguel Torga

 Numa aldeia transmontana, um rapaz vive fascinado com as histórias de encantar, acreditando que há um tesouro escondido na barriga do monte para onde leva as ovelhas. O menino transforma-se num homem inquieto, que procura fora de si uma qualquer paz. Cruza-se com outras vidas, cada qual com a sua inquietação. E é quando a velhice se cola aos ossos, que o velho homem sente o apelo do regresso, à procura das certezas de menino. Esta é a Mátria. A ópera que vamos levar a palco.


A primeira ópera original construída em Trás-os-Montes e Alto Douro estreia no dia 17 de dezembro, às 21h30, no Teatro de Vila Real. Mátria – Aqui na Terra tem libreto escrito por Eduarda Freitas e música do compositor Fernando C. Lapa. A direção musical é de Jan Wierzba, a encenação de Ángel Fragua, os figurinos de Cláudia Ribeiro, e desenho de luz de Pedro Pires Cabral.

A Mátria é uma ideia original e com produção da Inquieta, uma agência criativa direcionada para a comunicação e a produção cultural, com sede em Vila Real.

O libreto é totalmente inspirado nos “Contos da Montanha” (editados em 1941) e nos “Novos Contos da Montanha” (editados em 1944), escritos por Miguel Torga. A autora, Eduarda Freitas, explica que, usando as palavras de Torga, retira as personagens das ruas “das nossas aldeias e dos contos do autor transmontano, trazendo-as até ao palco e ao espetador, provocando um encontro quase de espanto”.

São episódios da vida real, às vezes quase surreal, musicados por Fernando C. Lapa. O compositor vila-realense, com uma longa carreira nacional e internacional, considera que esta obra traz um desafio adicional, além dos que envolvem espetáculos deste género: “Conseguir fazer com que um projeto deste tipo possa ser de muita gente e ajudar a dizer que a música dita clássica ou erudita não é privilégio de classe ou casta”.

O compositor espera que aquilo que Miguel Torga diz “no fantástico libreto que a Eduarda criou possa ser assumido por todos: palavras de um tempo, mas afinal palavras de sempre, como nas obras maiores de todos os grandes escritores de todos os tempos. Oxalá que a música as possa servir justamente”, sublinha.

Em palco estarão 21 elementos dos coros: dos Moços do Coro e do coro comunitário formado para a ópera, mais sete solistas e cerca de 30 músicos da Orquestra Mátria, que conta com elementos da Banda Sinfónica Transmontana e da Douro Strings Academy. A dirigir estará o maestro Jan Wierzba.

A ópera Mátria está organizada em dois actos, de duração muito desigual. O primeiro contém onze cenas, de carácter mais abreviado e de sequência mais rápida e contrastada. O segundo, apenas três, de recorte mais denso e continuado.

A responsabilidade de encenar tudo isto e todos os intervenientes é de Ángel Fragua para quem o “conciliar horários com os participantes” e “o pouco tempo de ensaios” foi a maior dificuldade. Confessa gostar de criar a partir da simplicidade, ou encontrar a simplicidade no que aparentemente pode ser complicado. “Desta forma encontramos no coro o suporte da ausência de cenografia. Poderia dizer-se que o coro assume a “personagem principal” da Mátria. Utilizamos os corpos do coro, como elementos para criar espaços, ambientes e ações. O coração da Mátria radica no coro”, considera Ángel.

E o coro e todos os outros participantes são vestidos por Cláudia Ribeiro. Os figurinos foram desenhados para “invadir o palco”, revela, porque “não há cenário, mas há cenário”. Diz ter pegado nas palavras que o texto contém, e fez do coro “também montanha e rebanho de ovelhas e a vinha onde fazem a apanha da uva”. Criou uma capa em tons cinza e creme, com texturas e tecidos diferentes, e que, conjuntamente com o jogo de luzes, podem representar todos os elementos do “Reino maravilhoso”: árvores, montanhas, rochas e animais.

Mátria – Aqui na Terra é um projeto que se posiciona como sendo um evento único em Portugal, com dimensão internacional, e com uma forte componente comunitária. Pela primeira vez a região de Trás-os-Montes e Alto Douro juntou-se através das pessoas para criar uma ópera. “É uma ópera que vem das pessoas e não das instituições, com muita gente a trabalhar e a querer fazer” destaca Eduarda Freitas. Ao mesmo tempo, “estamos a dar trabalho a pessoas da região em diferentes áreas, desde o vídeo, fotografia, escrita, cantores, músicos, orquestra, enfim…muita gente que está envolvida neste projeto”, salienta.

Mátria contribui para a divulgação da obra de Miguel Torga, como património cultural imaterial, para a divulgação do território escrito por Torga e para a captação de novos públicos. E é, acima de tudo, um projeto que valoriza as pessoas, o território, e a língua portuguesa.

Mátria – Aqui na Terra estreia dia 17 de dezembro, às 21h30, no Teatro de Vila Real integrada nas comemorações dos 20 anos de Douro Património Mundial, da CCDR-N. A ópera volta a subir ao palco do Teatro de Vila Real dia 18 às 21h30 e dia 19 de dezembro, às 17h30. A entrada é gratuita, mediante levantamento de ingresso na bilheteria do Teatro (os bilhetes estarão disponíveis a partir do dia 10 de dezembro e serão oferecidos apenas dois por pessoa).

A Mátria foi apoiada pela DGARTES e tem o Alto Patrocínio da Presidência da República. Tem ainda o apoio dos Teatros de Vila Real e Bragança, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, do Conservatório Regional de Vila Real, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Gran Cruz, Quinta de Ventozelo, Junta de Freguesia de Vila Real, Regia Douro Park, Fundação da Casa de Mateus e Antena 2.

Sinopse da Mátria

Numa aldeia transmontana, um rapaz vive fascinado com as histórias de encantar, acreditando que há um tesouro escondido na barriga do monte para onde leva as ovelhas. O menino transforma-se num homem inquieto, que procura fora de si uma qualquer paz. Cruza-se com outras vidas, cada qual com a sua inquietação. E é quando a velhice se cola aos ossos, que o velho homem sente o apelo do regresso, à procura das certezas de menino. Esta é a Mátria. A ópera que vamos levar a palco.

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