sábado, 9 de julho de 2022

Portugal tem uma nova Basílica

 O início da construção da igreja matriz de Moncorvo (Nossa Senhora da Assunção) remonta ao ano de 1544 no local provável de um templo paroquial primitivo.


O Papa Francisco concedeu o título de Basílica Menor à igreja matriz de Torre de Moncorvo, na Unidade Pastoral de S. José, Arciprestado de Moncorvo, Diocese de Bragança-Miranda. A celebração solene da promulgação do título está prevista para o próximo dia 18 de julho, memória litúrgica de S. Bartolomeu dos Mártires.

A atribuição do título foi concedida pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, no passado dia 12 de janeiro de 2022, e reconhece a importância deste templo na ação pastoral, litúrgica e espiritual bem como o seu valor patrimonial e arquitetónico.

A igreja distingue dois tipos de Basílicas: as Maiores e as Menores. As Basílicas Maiores, antigamente conhecidas como basílicas patriarcais e hoje chamadas de basílicas papais, estão, diretamente sob autoridade do Papa. Têm privilégios especiais e abrigam um altar e um trono papal. Nos Anos Santos abrem as suas “Portas Santas”.

As Basílicas Maiores são Arquibasílica de São João de Latrão, Basílica de São Pedro, Basílica de Santa Maria Maior e Basílica de São Paulo Extramuros, todas na cidade de Roma.

As Basílicas Menores é um título honorífico concedido pelo Papa a igrejas em diversos países do mundo consideradas importantes pela sua ação liturgia e pastoral, pela importância histórica e arquitetónica do templo.

Em 2014, a igreja-santuário de Santo Cristo de Outeiro, na diocese de Bragança-Miranda também foi elevada a Basílica, sendo a única em Portugal situada em meio rural.

O início da construção da igreja matriz de Moncorvo (Nossa Senhora da Assunção) remonta ao ano de 1544 no local provável de um templo paroquial primitivo.

Situada no Largo General Claudino, em pleno centro histórico da vila, a nova Basílica apresenta um estilo quinhentista, com uma fachada onde domina uma possante torre sineira, com relógio, e rematada por balaustrada. A sua planta é rectangular e tem três naves à mesma altura, bem como uma capela-mor rectangular, absidíolos, sacristia e alpendre lateral.

«Na sua parte inferior situa-se um belo pórtico renascentista. No interior existem retábulos dos séculos XVII e XVIII e um magnífico órgão de tubos no coro alto. O interior do templo encontra-se organizado segundo o esquema de hallenkirchen (igrejas-salão), sendo os cinco tramos das naves abobadados à mesma altura. A capela-mor ostenta na parede fundeira um retábulo barroco de talha dourada, e nas paredes laterais frescos alusivos a cenas bíblicas, entre as quais uma “Última Ceia”. Outra notável campanha moderna foi a que deu origem ao retábulo lateral na nave do Evangelho, do século XVII, com painéis alusivos à “Paixão de Cristo”.»

A igreja é um dos imóveis com maior valor arquitetónico do distrito, considerado mesmo Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910.

A proposta de elevação a Basílica foi lançada por D. José Cordeiro e acolhida com grande júbilo pela paróquia. Contou com a colaboração da Conferência Episcopal Portuguesa (que na Assembleia Plenária de junho de 2020 deu parecer positivo), do Conselho Presbiteral da Diocese de Bragança-Miranda, da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, da Direção Regional de Cultura do Norte, da Junta de Freguesia de Moncorvo, da Unidade Pastoral de São José e de muitas pessoas e instituições.

O templo tem culto regular e pode ser visitado de terça-feira a domingo, no seguinte horário: 09h30-13h00 e 14h00-17h30 (Inverno).

D. José Cordeiro preside às celebrações

A comunidade de Torre de Moncorvo, reconhecida pelo gesto do Papa Francisco, vai fazer um Tríduo de Preparação com momentos de oração, seminário, apresentação de um livro, concerto, uma homenagem ao anterior bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro e uma exposição.

Assim, no dia 15 de julho, às 08h30, o Pároco, Pe. Sérgio Pera, presidirá à Eucaristia onde fará o anúncio público da concessão do título de Basílica e será exposto o Santíssimo Sacramento, até às 18h00.

No sábado, às 18h00, haverá celebração penitencial, e no domingo, às 16h30, está previsto um seminário com apresentação histórica da igreja (Dr. Nelson Rebanda) e do novo espaço litúrgico (Pe. José Ribeiro). Segue-se a apresentação do livro “A Basílica Menor de Torre de Moncorvo. De Igreja-matriz de N. Sra. da Assunção a Basílica Menor”, pelo Pe. Eduardo Novo, e uma eucaristia, às 18h00, com bênção solene com a relíquia de S. Bartolomeu dos Mártires. À noite, pelas 21h00, haverá um concerto litúrgico pela Orquestra da Sociedade Musical de Santa Cecília.

No dia 18 de julho, às 15h00, o Município de Torre de Moncorvo atribui a “Chave de honra da Villa” a D. José Manuel Garcia Cordeiro. Uma hora depois será inaugurada a exposição “Basílica Menor de Nossa Senhora da Assunção de Torre de Moncorvo – o pilar uma terra”, na Basílica Menor. A exposição ficará disponível para visita durante seis meses.

Às 17h30 celebrar-se-á a eucaristia solene da proclamação do título de Basílica Menor. Preside à celebração, Sua Ex.cia Rev.ma D. José Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga e Primaz das Espanhas.

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